Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Habilidades fabulosas nem sempre são sinais de superdotação

Extraido do site : http://www.almanaquedospais.com.br/habilidades-fabulosas-nem-sempre-sao-sinais-de-superdotacao/

ARTIGO DE MINHA AUTORIA PUBLICADO NO SITE "ALMANAQUE DOS PAIS"


Vocabulário sofisticado, habilidades fabulosas nem sempre são sinais de superdotação. Esses podem ser sinais da Síndrome de Asperger , que faz parte do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)


Foto: Reprodução www.brainbalancecenters.com

Vocabulário sofisticado, habilidades fabulosas nem sempre são sinais de superdotação. Esses podem ser sinais da Síndrome de Asperger , que faz parte do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)

  
As boas notas no colégio, o vocabulário rebuscado, memória fabulosa, interesse por assuntos específicos e restritos   nem sempre são sinais de superdotação, ao contrário do que muitos pais pensam. Quando estas características acima vêm aliadas à uma dificuldade de relacionamento (interação social) muito grande, podem ser sinais de um tipo de transtorno do espectro do autismo de grau leve, chamado Síndrome de Asperger, até bem pouco tempo desconhecido pelos médicos. A síndrome de Asperger, também conhecida como a “Síndrome do Gênio”, tem ganhado cada vez mais atenção de especialistas, pais e professores.

Ou seja, não desfrutam de contato social, não costumam brincar com outras crianças, tem dificuldade em entender as intenções dos outros, não costumam olhar nos olhos por muito tempo em uma conversa (nem todas as características aqui relacionadas estão sempre presentes nestas crianças !), usa uma linguagem formal, demonstra pouca imaginação e criatividade, possui uma pobre coordenação motora, quando algum tema o fascina, ocupa a maior parte do tempo em pensar, falar ou escrever sobre o assunto, além de repetir compulsivamente algumas ações.

Pode não parecer, por conta do vocabulário rebuscado, mas, a grande dificuldade de se relacionar decorre de um problema, neste caso, de comunicação e restrição no campo de interesse. Aliado à isso, temos ainda o que os profissionais da área da saúde chamam de estereotipias, que são movimentos intencionais, repetitivos, estereotipados, tais como : Balançar o corpo; Balançar a cabeça; Arrancar cabelos; Torcer os cabelos; Estalar os dedos e; Rolar no chão; Bater as mãos (Exemplos de movimentos inofensivos), ou então : Bater a cabeça; Bater em si mesmo; Esbofetear o rosto; Colocar o dedo nos olhos; Morder as mãos, os lábios ou outras partes do corpo (Exemplos de movimentos agressivos).

As crianças com a Síndrome de Asperger também têm muita dificuldade em lidar com a frustração e, quando têm o seu desejo negado, costumam ter acessos de birras, por vezes incontroláveis (neste caso incontroláveis, estas birras, chamam-se Meltdown).

Podem ter pensamentos obsessivos (em geral, relacionados ao seu assunto preferido, tais como letras, números, dinossauros, mapas, bandeiras, ciências, física, matemática, etc. Muitos portadores dessa síndrome possuem talentos ou habilidades extraordinárias. Não é à toa que esta Síndrome é conhecida como a Síndorme dos Gênios !).

A confusão com a superdotação é porque, tanto as crianças com a Síndrome de Asperger, quanto as crianças superdotadas costumam demonstrar interesse bem precoce por letras e números, sendo que as crianças com Asperger costumam ler bem cedo, muitas vezes, com 2 ou 3 anos já aprendem a ler sozinhas (é o que os especialistas chamam de hiperlexia).

Mas, além das altas habilidades demonstradas pelas crianças e da memória excepcional, que apresentam a Síndrome de Asperger, elas costumam ter algumas dificuldades na escola, que estão relacionadas às dificuldades motoras (têm a letra bem feia), com a grafia, ou interpretação de textos.
Crianças com a Síndrome de Asperger podem ser excelentes alunos e, por isso, terem direito à, eventualmente, aceleração de série, enriquecimento curricular ou flexibilização de currículo, participação em salas de recursos ou NAA´s, que são propostas pedagógicas previstas em lei para alunos com altas habilidades. Mas, também podem ter dificuldades de aprendizagem. Podem se recusar a copiar, registrar, fazer lição ou provas, porque elas costumam apresentar um déficit nas funções executivas (do cérebro), que são responsáveis pelo planejamento e controle inibitório. Por isso, elas têm direito à uma educação especial (diferenciada) com flexibilização curricular, É o caso dos cientistas Albert Einstein e Isaac Newton. Segundo pesquisadores britânicos, os dois podem ser considerados casos clássicos da síndrome de 

Asperger, mesmo não tendo sido diagnosticados na época. A inteligência normal ou acima da média, habilidades com números ou assuntos específicos e talentos inexplicáveis favorecem a popularização da síndrome do gênio.

As causas do transtorno ainda são desconhecidas. O número de pesquisas sobre o assunto ainda é reduzido e suscita muitos questionamentos. O que se sabe é que a síndrome de Asperger costuma acometer principalmente o sexo masculino. Pesquisas apontam que o número de vítimas masculinas de autismo é quatro vezes superior ao de femininas, e a relação é de nove para um quando se trata da síndrome de Asperger. Segundo Camargos et. al. (2013) Síndrome de Asperger (SA) é um transtorno do espectro autista em que, na história pregressa do paciente, não há o grau de atraso no desenvolvimento psíquico, presente no autismo clássico. É considerada uma “síndrome comportamental” que, pela Classificação Internacional de Doenças – 10ª. Revisão (CID-10) faz parte dos TID – Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (CID 10:F84).

O portador de Asperger não apresenta os clássicos atrasos no desenvolvimento como ocorre com o autismo infantil, fato que gera uma identificação mais tardia, ocorrendo, na maioria dos casos, por volta dos 6 anos de idade, quando a qualidade de participação no mundo social é imperativa, como salienta Camargos et al., 2013.

O diagnóstico precoce é importante, pois, quanto mais cedo for realizado, mais a criança se beneficiará dos tratamentos terapêuticos existentes, melhor se desenvolverá e menos sintomas carregará ao longo da vida. Se você conhecer alguma criança ou adulto com estes sintomas, não hesite em indicar uma avaliação neuropsicológica e psiquiátrica. Caso precisem de indicação para avaliação, me escrevam : claudiahakim@uol.com.br

Clique, neste link, para conhecerem o site : Almanaque dos Pais : 
  



Um comentário:

  1. Hoje começamos os testes com Roberta Claro, a neuropsicóloga que você indicou por email. Diante das transformações de comportamento a partir dos cinco anos e da precocidade intelectual combinada com dificuldade motora. Espero ter em breve maiores esclarecimentos após as avaliações.

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