Extraído do site : http://www.noticiasmagazine.pt/2017/o-sindrome-de-asperger-pode-ser-confundido-com-timidez/
Por: Ana Patrícia Cardoso 18/02/2017 - 08:43
O psiquiatra Bernardo Barahona responde à pergunta,
hoje, data em que se comemora-se o Dia Internacional do Asperger, uma
perturbação muitas vezes confundida com o autismo.
A Associação Portuguesa de Síndrome de Asperger (APSA) estima que, em
2016, existiam cerca de 40.000 pessoas com Síndrome de Asperger, número que
pode ser maior tendo em conta os casos que ainda não foram diagnosticados.
Bernardo Barahona Corrêa, 42 anos, psiquiatra, diretor científico do Centro de
Apoio ao Desenvolvimento Infantil (CADin), investigador da Fundação
Champalimaud e professor assistente da Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa
explica quais as principais manifestações deste síndrome e como é um desafio
grande entrar na idade adulta.
Muita gente confunde Síndrome de Asperger e
Autismo, não é?
O síndrome de Asperger é, na verdade, uma
perturbação do espetro de autismo. O autismo caracteriza-se pela dificuldade na
socialização, na comunicação verbal e não-verbal. Pode haver também algum
atraso na linguagem e uma restrição no leque de interesses. Mas estas são as
características do autismo em geral; no caso do síndrome de Asperger é
diferente. Este síndrome tem algumas características particulares que passam
por serem indivíduos com um bom nível intelectual – enquanto no autismo
clássico existe um défice cognitivo -, muitas vezes são miúdos que desenvolvem
precocemente uma linguagem quase de adultos e às vezes parecem mesmo «pequenos
doutores».
O que os distingue então?
São crianças que se destacam, que sabem muito sobre
determinados temas pouco comuns para a sua idade. Têm uma capacidade muito
grande de memorização de temas altamente complexos. Aquilo que falha nas
crianças e adultos com síndrome de Asperger é depois a parte da socialização,
quer na capacidade de se relacionar e manter relações recíprocas durante um
período de tempo, ou criar amizades como cada de nós cria, quer até por vezes
alguma falha no desenvolvimento das competências sociais, como por exemplo,
compreender os sentidos implícitos, as pequenas nuances, perceber as regras
sociais que estão estabelecidas, compreender a linguagem corporal do outro.
Organizam a sociedade que os rodeia de forma taxativa. Claro que isto tudo
depois gera um desajeitamento social.
Em que idade começa a ser notória alguma
perturbação?
Todas as perturbações relacionadas com autismo são
perturbações de desenvolvimento, ou seja, estão presentes desde o nascimento.
Enquanto o autismo nota-se nos primeiros meses de vida – há mães que me dizem
«eu notei logo que o meu filho tinha qualquer coisa de diferente, não mamava,
não se aninhava no colo» -, o síndrome de Asperger não é tão óbvio, muitas
vezes só mais tarde é que se manifesta porque são crianças precoces ou
brilhantes na linguagem ou começam a ter dificuldades de interação em casa ou
na escola.
O Asperger pode então ser confundido com timidez?
Sim, facilmente. Às vezes, é difícil distinguir se
um comportamento socialmente reservado se deve ao síndrome ou se é uma
característica da personalidade da pessoa.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é meramente clínico, não há nenhum
marcador biológico, ou seja, não há nenhum exame ou análise que se possa fazer.
Faz-se uma história clínica detalhada para perceber o relacionamento do
paciente com outras pessoas ou com o próprio médico. O fundamental é uma história
de desenvolvimento bem feita e desde cedo. No caso deste síndrome, é típico
surgir quando os miúdos vão para a escola. Ali pelos três, quatro anos quando
acontecem as primeiras interações com os colegas, quando começam a ter de
partilhar, é aí que se notam os primeiros problemas.
Depois do diagnóstico completo, qual é o próximo
passo?
Essa é uma questão espinhosa, não há um tratamento
biológico, não há remédios. É, portanto, um tratamento complexo e idealmente
multidisciplinar e sempre talhado à medida das necessidades de cada caso. Há
pessoas que vivem perfeitamente com o síndrome porque vivem num ambiente que os
aceita bem ou tiveram uma família que lidou bem com a questão e outros que não
tiveram a mesma sorte e sofreram bullying, uns dos problemas mais frequentes
nas crianças com Asperger, sobretudo na adolescência.
Que acompanhamento é que deve ser feito?
No acompanhamento de Asperger, o papel do médico
acaba por ser o menos importante. O médico pode ser um pediatra de
desenvolvimento, um neuropediatra ou um pedopsiquiatra ou psiquiatra na idade
adulta. Muito importante é o papel dos outros profissionais de saúde que fazem
todo o trabalho de reabilitação e psicossocial com estas pessoas como, por
exemplo, a psicoterapia virada para o controlo de ansiedade, intervenções para
o treino de competências sociais, etc… Estão sempre a pensar na conquista da
autonomia.
A entrada na idade adulta acaba por ser um desafio
muito maior, não é?
Sem dúvida. A entrada na vida adulta é sempre
difícil porque passam de ambientes protegidos como os colégios ou a família
para a faculdade ou o mercado de trabalho, onde há uma necessidade de dominar
as competências sociais e lidar com a imprevisibilidade. Regularmente, surgem
casos que até aí não tinham sido diagnosticados.
É verdade que há uma propensão maior nos rapazes
para este tipo de transtorno?
A literatura varia muito, mas sim, o síndrome de
Asperger afeta entre 5 a 10 vezes mais rapazes do que raparigas. Terá
naturalmente a ver com alguma questão biológica, podem ser fatores genéticos
relacionados com o sexo masculino. Em geral, este género é mais frágil em
termos de desenvolvimento neurológico.
Leia mais: O que é o síndrome de Asperger?
http://www.noticiasmagazine.pt/2017/o-sindrome-de-asperger-pode-ser-confundido-com-timidez/#ixzz4ZFrVICxH
Médico do Desporto, Fisiatra, Prof. ed. Física, quero saber se há escolas e/ou profissionais que trabalhem com superdotados na Cidade do Rio de Janeiro,RJ e/ou em Caxias, RKJ
ResponderExcluirA Neuropsicóloga especialista em superdotação e dupla excepcionalidade:
ExcluirKarin Veronnica (atende em Niteroi e no Jardim Botânico )
987333310 tem um trabalho específico para jovens e crianças Superdotadas e encontros entre as crianças e seus pais.
O Instituto Lecca , Projeto Rogério Stenberg e Ismart oferecem bolsa de estudos e fazem enriquecimento com alunos superdotados de baixa renda.
Existem projetos:
- ISMART (Consultor Ismart):
- OSI
- VOA
- Bolsa ETAPA
- Bolsa Objetivo
- Fundação St Paul's
- Colégio Graded
- programa Prolider
* O Poliedro também tem concurso de bolsas e turmas especiais para ITA. Alunos desta escola representaram quase 50% dos aprovados no ITA.
* projeto Ismart estuda no colégio São Bento-RJ .
* Instituto Janelas abertas, o Centro educacional da Lagoa todos no RJ que tbm fornecem bolsas de estudo.
* Também no RJ, tem o Programa Estrela Dalva do Instituto Illeca:
http://www.ilecca.org.br/quem-somos.html
O Programa Estrela Dalva seleciona crianças superdotadas de famílias de baixa renda, em geral moradoras de comunidades menos favorecidas, e as prepara para a entrada em escolas públicas de excelência. Durante dois anos, elas têm oportunidade de se desenvolver academicamente, de desenvolver o pensamento divergente (criativo e crítico) e de participar de atividades culturais para que alcancem os mais altos níveis de especialização.
Ao estimular nestas crianças o gosto pelo estudo e pelo desafio, estamos preparando-as para tornarem-se, no futuro, as grandes propulsoras do desenvolvimento do país nas mais diversas áreas de conhecimento.
* No Projeto Voa tivemos sim alguns alunos que foram indicados ao programa Ismart e também ao Caça Talentos, representado pela Roberta Parollo. E vários deles tiveram acesso à uma melhor oportunidade !😊
*
Escolas / Colégios
Colégio São Vicente de Paulo
Colégio São José
Sao Agostinho
Pedro II
Pensi (Colégio Ponto de Ensino)
Colégio Santo Inácio
Teresiano
Cruzeiro