Mito 1 – Não se deve identificar uma
criança superdotada
A
identificação da superdotação é indispensável para conhecer suas necessidades e
buscar formas de atendê-la e precede a discussão de políticas públicas que a
contemplem, já que somente assim poderemos discernir as estratégias de
atendimento que devem ser implementadas e estruturar os recursos que terão que
ser disponibilizados para esse fim. A criança com altas habilidades
freqüentemente manifesta seu sentimento de diferença com seus pares; “são
diferentes às outras e sabem disto” (Extremiana, 2000, p. 124), talvez sem
compreender exatamente essa diferença, mas sim como algo que, muitas vezes, lhe
incomoda ou causa mal-estar. Muitas crianças verbalizam esta condição; percebem
as diferenças de ritmo de aprendizagem, interesses e desempenho em relação a
seus colegas. Se a família ou a escola oculta as características que a criança
percebe, ela pode pensar que há algo de errado com ela.
Mito 2 – Todo gênio é um superdotado.
Porém, nem todo superdotado é um gênio
É
preciso não confundir superdotação com genialidade. O aluno pode ser brilhante numa
única área e não ir tão bem em outras. Um gênio é sempre um
superdotado, mas nem todo superdotado é um gênio. As características
do superdotado são identificadas em escalas de observação de comportamento,
capazes de um excelente desenvolvimento das altas habilidades desse aluno.
Mito 3 – A Superdotação é um fenômeno
raro
MITO. Ocorre em cerca de 3,5 a 5 % da
população, segundo estimativa oferecida pela OMS! E, dependendo do conceito
adotado (se considerarmos os talentosos nas artes, música, esportes, liderança,
produtivos criativos), esta porcentagem pode ser ainda maior, subindo para 15%
da população. Muitas dessas crianças / pessoas podem estar escondidas por aí,
sem que ninguém saiba de sua habilidade especial.
Mito 4 – Existem Superdotados de ambos
os sexos e todas as classes sociais
VERDADE. A superdotação é um fenômeno
democrático. Ocorre em todas as culturas, épocas, etnias, sexos e classes
sociais. Aliás, o estereótipo do magrelo de óculos também é errôneo.
Existem superdotados gordinhos, fortes, cabeludos, altos, baixos, como ou sem
miopia etc.
Mito 5 – As pessoas superdotadas têm
Q.I muito superior
Depende
da Teoria de Superdotação que se segue, este mito pode ou não estar correto. Se
nos guiarmos pela Teoria de Renzulli ou de Howard Gardner, é interessante saber
que, para eles, os testes de Q.I. são limitados na captura dos superdotados.
Isso, pois avaliam apenas alguns aspectos da cognição e habilidades mentais
humanas. Alguns superdotados têm fantástica habilidade artística, esportiva,
social, criativa, não abordada nesse tipo de testagem. Pessoas com alta
pontuação em testes como esse têm uma boa chance de ser um superdotado do tipo
intelectual, no entanto o rendimento normal no teste não afasta com segurança
essa possibilidade.
Mito 6 – Superdotados sempre são
excelentes alunos
MITO. Alguns são excelentes alunos,
outros medianos, outros alunos ruins. Isso se explica, pois muitas vezes, falta
estímulo específico, o aluno sente-se desmotivado e pode até considerar a
escola comum entediante. Alguns superdotados têm dificuldade de seguir regras,
podem se sentir diferentes do grupo e manifestar certa vulnerabilidade social.
Tudo depende do caso, de que tipo de habilidade está em destaque.
Mito 7 – Superdotação é sinônimo de
sucesso profissional
MITO. De modo geral, a vantagem
intelectual tende a levar as pessoas para boas universidades, bons empregos,
grandes realizações, etc. Sucesso depende de uma junção
complexa de ocorrências em que a inteligência e talento são apenas parte do
processo. Existem muitos superdotados que não atigiram sucesso
profissional. Há que se levar em conta outros fatores, critérios e habilidades
para que se atinja o sucesso. Portanto, superdotação não é sinônimo de sucesso
profissional (Alencar & Fleith, 2001, Guenther & Freeman, 2000).
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