Confira,
aqui, neste link http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2014/09/1518654-posicao-da-escola-no-enem-e-importante-mas-demanda-analise-cuidadosa.shtml
Apesar de ter função de diagnosticar a
educação no ensino médio, o ranking do desempenho das escolas no Enem deve ser
usado com cuidado pelos pais como critério de escolha.
A influência de fatores socioeconômicos
contribui para 75% das notas dos colégios. Isso quer dizer que, no fim das
contas, nota depende menos do empenho da escola e mais de fatores como a renda
familiar do aluno e o grau de instrução dos pais.
Essa é uma das conclusões da tese de
doutorado de Rodrigo Travitzki, professor de biologia que estuda a avaliação
escolar por meio do Enem.
Para a escolha da escola, Travitzki diz
que a classificação no teste "pode ser uma informação a mais", caso
os pais saibam como ela é feita.
Alunos do
colégio Agostiniano Mendel, no Tatuapé (zona leste de São Paulo)
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O ranking do Enem se baseia em notas
divulgadas pelo Inep -responsável pelo exame. Para este especial, a Folha considerou
a média das quatro provas objetivas -ciências da natureza, ciências humanas,
matemática e linguagens e códigos.
"A forma 'ranking' acaba sendo
enganosa, e é importante que os pais saibam", alerta Travitzki.
Por um lado, entre as primeiras posições,
colégios semelhantes podem apresentar uma diferença de desempenho, devido à
existência de prova ou triagem na seleção de seus alunos, por exemplo.
Por outro, notas de escolas
"medianas" podem subir e descer centenas de posições ano a ano por
nenhum motivo além do acaso.
Quem fica tentando explicar essas
ascensões e quedas está "desperdiçando seu tutano com indagações
vãs", afirma Travitzki.
Para Paula Louzano, pedagoga e doutora em
educação pela Universidade Harvard, se olharmos para escolas da mesma faixa de
preço e com localização semelhante, o ranking pode ser um critério.
"O Enem não é a melhor medida de
qualidade de ensino, mas ao menos as escolas perceberam que estão sendo
avaliadas", diz Louzano.
Travitzki afirma que atualmente está
estudando estatísticas educacionais, tentando "descobrir se há maneiras
mais interessantes" de se utilizar as informações do Enem para ajudar a
melhorar as escolas.
RELATIVIZAR
Para Naercio Menezes, coordenador do
Centro de Políticas Públicas do Insper, na escolha do ensino médio, onde o foco
é o vestibular, as notas do Enem são uma boa referência. "Estrutura física
pode ajudar, mas é menos importante que aulas organizadas", afirma
Menezes.
Thaís Milano, gestora pedagógica do ensino
médio da Escola Viva, relativiza a nota em testes como critério. "Temos
que pensar na realidade do Enem, mas preparar o aluno para quaisquer escolhas,
seja a faculdade ou um ano sabático", diz.
O diretor de vendas Maurício Ghigonetto
escolheu a Escola Viva quando a filha mais velha tinha 1,5 ano. "Quando
visitei a escola vi a reprodução de um busto de Rodin que uma aluna de nove
anos tinha feito. Eu fiz a matrícula sem pensar em notas no vestibular, porque
isso é uma consequência natural", diz.
Nos primeiros anos do ensino básico as
escolas devem focar em habilidades como extroversão e amabilidade.
Ir ao local, sentir o ambiente e conversar
com a diretoria são bons métodos para checar se o foco não é apenas o
currículo, diz Menezes, do Insper.
Para o professor Antônio Augusto Gomes,
coordenador do Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e
Ação Comunitária), os pais devem buscar uma escola mais ou menos rígida de
acordo com o perfil da família.
Para tanto, ele recomenda visitar o site
da instituição e falar com os pais de alunos matriculados. Devem ser evitadas
escolas grandes demais, onde é difícil acompanhar alunos individualmente, diz.
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