Liminar obrigava compra de medicamento após
24 horas (Foto: Marlon Tavoni/EPTV)
01/10/2013 15h28 - Atualizado
em 01/10/2013 15h28
Liminar concedida em São Carlos obriga Prefeitura fornecer remédios.
Família reclama que administração municipal ainda não efetuou a compra.
Pais de um
menino de 8 anos com hiperatividade conseguem liminar na Justiça, na última
semana para ter o remédio de graça fornecido pela Prefeitura de São Carlos (SP). Eles reclamam, entretanto,
que a administração municipal foi notificada, mas até agora não fez a compra do
medicamento. Enquanto isso, o garoto enfrenta problemas na escola.
A assessoria de imprensa da Prefeitura informou que o remédio não faz parte da
medicação disponibilizada pela rede municipal e que a liminar com o pedido
ainda não chegou à Farmácia Popular. Assim que isso ocorrer a compra será feita
e o medicamento deverá chegar em até cinco dias.
Em um primeiro contato, o menino Gabriel parece apenas uma criança esperta, que
não para e gosta de fazer arte. Só que o que ele apronta ultrapassa o limite de
uma brincadeira. A porta do corredor da casa onde ele mora, por exemplo, está
sem vidros, porque ele quebrou tudo. “Outro dia ele estava brincando com o
irmão no quintal e de repente subiu no telhado. Uma tia que avisou. Ele também
já agrediu a professora na escola”, contou a mãe, Livia Guastaldi Oichenaz.
A família não sabe mais o que fazer. Gabriel tem hiperatividade e déficit de
atenção e está sem remédios há duas semanas. Desesperado, o pai procurou o
Ministério Público (MP), que entrou com uma ação civil. O juiz acatou o pedido
e na última terça-feira (24) concedeu liminar em caráter de urgência,
determinando que o remédio seja entregue num prazo de 24 horas.
Liminar obrigava compra de medicamento após
24 horas (Foto: Marlon Tavoni/EPTV)
Um carimbo
comprova que o documento foi entregue na quinta-feira (26), mas a família não
recebeu o medicamento. O pai do menino, Celso Oichenaz, disse que procurou a
Prefeitura e foi informado que teria que esperar pelo menos mais sete dias.
Problema
O pai reclama que o problema começou há cinco meses, quando a Prefeitura
alegou que só tinha o remédio numa dosagem mais baixa (36 miligramas),
diferentemente do que indicava a receita médica.
O tratamento que até então vinha funcionando começou a não fazer mais efeito. O
menino continua dando trabalho na escola e por isso já foi dispensado muitas
vezes.
Uma carta escrita pela professora revelou as dificuldades. O relato, enviado
aos pais, contou que o menino é um aluno muito agitado e não consegue se concentrar
por muito tempo em uma atividade.
“Erra muito por falta de atenção e pressa de terminar. Fala demais, grita na
sala, faz comentários fora de hora e inconvenientes. Até o fim do primeiro
semestre parece que ele estava mais controlado, ele chegava agitado, mas depois
ia se acalmando e estava produzindo melhor. Desde o início do segundo semestre
ele fica agitado o tempo inteiro, grita e o rendimento também caiu”, disse o
texto.
Pai reclama que Prefeitura ainda não comprou medicamento para o filho (Foto: Marlon Tavoni/EPTV)
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