Extraído do site : http://www.dm.com.br/texto/136255-lidando-com-superdotados
DIÁRIO
DA MANHÃ
Texto de autoria de ADRIANO
GOSUEN
Resolver
problemas de matemática em um instante. Tocar música de ouvido. Que pai nunca
fantasiou ver o filho desenvolver uma superhabilidade, que facilitasse seus
caminhos pela vida? Pois, de vez em quando, isso acontece! E nas mais variadas
classes sociais. Não há números precisos, mas, estima-se que cerca de 3% das
crianças apresentam o que é chamado de “altas habilidades”.
Entretanto,
nem tudo é alegria na vida de um superdotado e de sua família. Ser portador de
altas habilidades é uma característica de poucos e pode causar estranhamento.
Pais de superdotados relatam que o convívio na escola às vezes provoca
irritação e inveja nos colegas. Sem falar nos pais dos colegas, que podem achar
que a família da criança superdotada é arrogante ou que a estimula em excesso.
Por
outro lado, a criança com altas habilidades pode se entediar facilmente com as
rotinas escolares, apresentando, então, comportamento inadequado em sala.
Também há a possibilidade de que ela venha a usar sua alta habilidade para
atacar e humilhar os colegas. Por tudo isso, a escola precisa ter um cuidado
especial com os estudantes que apresentam superdotação.
A
primeira tarefa é observar continuamente o desenvolvimento das crianças. Não é
incomum que algumas apresentem interesse mais focado em uma ou outra área da
vida, desproporcional em relação às outras crianças, tais como aprender
palavras novas ou conhecer mais sobre os bichos. Dado seu empenho e motivação,
elas irão, consequentemente, apresentar maior desempenho nestas áreas.
Mas
como diferenciar a criança que tem altas habilidades da que tem grande
interesse por um tema? O uso de testes pode indicar certas competências, mas
eles não devem ser vistos como o principal método de avaliação; tampouco, como
diagnóstico taxativo. A principal avaliação se baseia em registros comparativos
de desempenho da criança com suspeita de portar alta habilidade em relação às
outras de sua idade. Quase sempre aquela com altas habilidades tem um
desenvolvimento geral relativamente próximo das demais crianças, destoando
fortemente em uma área específica.
Esta
competência deve destoar claramente do que ocorre com as demais crianças de sua
idade, podendo ser comparada com a competência de crianças mais velhas. Exemplo
disso é a capacidade de entender conceitos matemáticos que não são próprios de
sua idade ou aprender a ler quase sem ajuda de ninguém. A alta habilidade
também pode aparecer na rapidez com que se aprende a tocar um instrumento
musical ou a desenhar com destreza para além do que seria esperado em sua idade.
Como
vimos, por ser diferente, a criança com alta habilidade pode vir a sofrer. Mais
do que ter um diagnóstico conclusivo, o importante é que os que estão ao seu
redor cuidem do bem-estar desta criança. Isso implica frequentar a escola
regular, a fim de desenvolver as habilidades na qual sua competência é apenas
regular. E realizar atividades complementares em sua área de alta competência:
curso de línguas, artes plásticas ou treinamento esportivo. O importante é que
as atividades complementares sejam instigantes e desafiadoras!
(Adriano
Gosuen, psicólogo escolar; especializado – Saúde Mental e Direitos Humanos –
Organização Mundial de Saúde)
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