Extraído do site : http://oglobo.globo.com/educacao/brasil-conquista-cinco-medalhas-na-olimpiada-internacional-de-astronomia-astrofisica-9379616
RIO - A equipe
brasileira conquistou duas medalhas de prata e três de bronze na Olimpíada
Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA, na sigla em inglês), disputada
em Vólos, na Grécia. Este foi o melhor desempenho do país na competição, que
terminou neste domingo (4).
Os medalhistas
de prata foram Daniel Mitsutani (São Paulo) e Luís Fernando Valle (Guarulhos).
E os bronzes ficaram com Fábio Kenji Arai (São Paulo), Allan dos Santos Costa
(Bauru) e Larissa Fernandes de Aquino (Recife). Os líderes foram os professores
Eugênio Reis (Museu de Astronomia e Ciências Afins, MAST) e Gustavo Rojas
(Universidade Federal de São Carlos, UFSCar).
Fábio, Larissa
e Luís Fernando já são veteranos em torneios de conhecimento no exterior. Na
Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA), do ano passado,
na Colômbia, as duas estudantes foram prata. Já Arai levou a menção honrosa na
última IOAA, sediada no Brasil, em 2012.
Antes de
embarcarem para a Grécia, os estudantes tiveram dois treinamentos intensivos
com professores e astrônomos na cidade de Passa Quatro (MG). O programa foi
dividido em grupos de estudos, oficinas de atividades e observação do céu
noturno, com instrumentos e de maneira panorâmica, a olho nu. A equipe aprendeu
a fazer análises de dados astronômicos e lidar com ferramentas estatísticas,
como, por exemplo, média, desvio padrão, média ponderada e propagação de erros,
além de trigonometria esférica.
Os jovens
também contaram com um planetário móvel cedido pela Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (UERJ), para que se familiarizassem com as constelações do
Hemisfério Norte, por meio de projeção. Também aprenderam a montar e a manusear
um telescópio equatorial do mesmo modelo que teriam que lidar na Grécia e
fizeram simulados das provas, incluindo as das competições passadas e tiveram
lições de ciências espaciais.
Segundo o
professor João Canalle, coordenador nacional da Olimpíada Brasileira de
Astronomia e Astronáutica (OBA), o resultado vem da soma dos esforços dos
alunos participantes e dos professores que contribuíram para oferecer
treinamento e incentivo aos jovens.
- As medalhas
também mostram nossa evolução em eventos de conhecimento no exterior e a
necessidade de mais investimentos na educação para que o país possa se destacar
cada vez mais no campo científico - disse.
Canalle também
chama atenção sobre como a iniciativa motiva os estudantes a despertarem o
interesse pela astronomia.
- Nossa área é
muito carente de profissionais especializados e dispomos de pouquíssimos
professores formados. As olimpíadas científicas surgem com o objetivo de atrair
não só os jovens, mas também os futuros mestres em astrofísica - explica.
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