Autora : Eunice
M. L. Soriano de Alencar
Texto
disponível em: http://www.revistamovimento.uff.br/index.php/revistamovimento/article/view/105
Resumo
São
analisados no estudo alguns aspectos da educação do aluno com altas habilidades
em uma proposta de Educação Inclusiva. Apresenta-se a posição de especialistas
contrários à Educação Inclusiva para alunos com altas habilidades.
Ressalta-se
a reduzir preparação do professor para atender de forma adequada as
necessidades e interesses do superdotado bem como idéias errôneas e atitudes do
professor que limitam as possibilidades de uma educação de boa qualidade para o
superdotado relevante de serem conhecidos e incorporados à prática docente na
sala de aula regular.
Palavras chave: Educação
Inclusiva, altas habilidades, superdotados.
Introdução
É o objetivo principal do presente artigo apresentar algumas
informações sobre a educação do aluno com altas habilidades, relevantes de
serem conhecidas pelo professor da sala de aula regular.
A este, é atribuída a tarefa de propiciar condições favoráveis à aprendizagem,
desenvolvimento de talentos e realização do potencial de seus alunos.
Especialmente neste momento da História, em que se observam um movimento em
direção à Escola Inclusiva e reformas vêm ocorrendo na Educação Especial em
muitos países, é fundamental que o professor esteja melhor equipado para
propiciar uma educação de boa qualidade, levando em conta as diferenças
individuais e encorajando o desenvolvimento de talentos, competências e
habilidades diversas.
Com
relação à educação inclusiva, é entretanto, relevante lembrar, conforme apontam
YEWCHUK E LUPART (2000), que há ampla variação tanto em sua definição quanto na
forma como vem sendo praticada em países, como Estados Unidos e Canadá.
Ressaltem
essas autoras algumas condições necessárias para a efetivação da educação
inclusiva, como (a) treinamento e desenvolvimento profissional; (b) recursos
materiais e profissionais disponíveis ao professor; e (c) apoio administrativo.
Consideram ainda que o professor não pode estar só, necessitando contar com o
comprometimento de todos da escola e a colaboração entre todos aqueles
envolvidos no processo educacional, incluindo a família e membros da
comunidade. Ademais, consideram que a adequação da inclusão deve ser decidida
caso a caso, ressaltando que, para algumas crianças, o melhor é um ambiente
segregado.
Características Desejáveis no
Ambiente educacional e o Aluno com Altas Habilidades
Em
artigo recente focalizando a questão de como tornar o trabalho estimulante e
fatores que contribuem para dar sentido ao trabalho, MORIN (2002) apresenta um
conjunto de características do trabalho que tem sentido. O autor destaca, por
exemplo, que um trabalho que tem sentido é intrinsecamente satisfatório,
incluindo "a execução de tarefas que permite exercer talentos e
competências, resolver problemas, fazer novas experiências, aprender e
desenvolver habilidades" (p. 74). Lembra ainda que, paralelamente a
algumas características, como aprendizagem e desenvolvimento de competências, realização, criatividade e
autonomia, importante também é que haja uma correspondência entre as exigências
do trabalho e os interesses e competências do indivíduo.
Em
pesquisa sobre o tema, que envolveu algumas centenas de estudantes de
Administração e mais de 70 executivos, Morin constatou que, para muitos, um
trabalho que tem sentido seria aquele que corresponde à personalidade, talentos
e desejos pessoais, dando oportunidade para vencer desafios ou perseguir
ideais. Um outro aspecto também lembrado pelos participantes do estudo foi que
o trabalho deveria ser fonte de experiências de relações interpessoais
satisfatórias.
É
nosso ponto de vista que um ambiente educacional estimulante apresentaria
características similares àquelas apontadas por Morin em seu estudo sobre o
sentido do trabalho. Por outro lado, o que tem sido amplamente discutido com
relação ao aluno que se destaca por um potencial superior[1] é que o
ambiente educacional típico não está preparado para atender de forma adequada
as necessidades desse aluno. De modo geral, o ensino regular é direcionado
para o aluno médio e abaixo da média, e o superdotado, além de ser deixado de
lado neste sistema, é visto, muitas vezes, com suspeita por professores que se
sentem ameaçados diante do aluno que questiona, que os pressiona, muitas vezes,
com suas perguntas e comentários. É interessante lembrar que, ao
perguntarmos a alguns professores como se sentiriam caso soubessem que
receberiam alunos superdotados em sua classe, muitos responderam que preferiam
que isto não ocorresse, uma vez que esse aluno poderia constituir problema em classe. Tal dado
sugere as dificuldades de muitos para lidar com os alunos que se destaca por um
potencial superior e o reduzido grau de preparação docente para favorecer o
desenvolvimento mais pleno do potencial humano. Nota-se
que estudos realizados nos Estados Unidos, citados por SEELEY (1985), indicaram
que professores sem uma preparação especial ou conhecimentos na área da
superdotação tendiam a serem desinteressados ou mesmo hostis com relação ao
aluno superdotado. Alguns apresentavam ainda atitudes negativas que levavam
alunos com altas habilidades a modificar o seu comportamento em sala de aula,
passando a imitar os seus colegas menos brilhantes e a esconder alguns dos seus
talentos competências.
Ademais,
pesquisas têm indicado que, dependendo do grau de inteligência,
aliado a outras variáveis, como classe social, gênero e possibilidades de
contato com colegas de nível similar de inteligência, dificuldades de
ajustamento podem ocorrer. Especialmente
investigações junto a alunos com Quociente Intelectual extremamente elevado,
por exemplo QI igual ou superior a 180, têm apontado para problemas de
ajustamento e dificuldades emocionais, que são menos freqüentes entre
superdotados, cujo QI esteja na faixa de 130 a 170. HOLLINGWORTH
(19420), que realizou a mais tempo um estudo com alunos que apresentavam QI
muito elevado (pelo menos de 180), constatou, por exemplo, três problemas
principais na amostra por ela estudada. O primeiro dizia respeito à ausência de
hábitos adequados de trabalho no ambiente escolar. De modo geral, esses alunos
não se empenhavam na escola e passavam tempo alheios e sonhando acordado. Para
eles, a freqüência à escola era tida como perda de tempo, dada a distância
entre as demandas da escola e as suas competências pessoais. Um segundo
problema observado foi a dificuldade por parte destes alunos em suas relações
sociais. Embora se empenhassem para ter amigos, o seu grupo de idade não
compartilhava de seus interesses, o que dificultava a sua interação, levando-os
a se isolar. Um terceiro problema observado foi uma certa vulnerabilidade
emocional, explica por Hollingworth, em função da incapacidade destes alunos se
entender e se envolver com questões éticas e filosóficas, antes de estarem
emocionalmente maduros para lidar com tais questões.
Hollingworth
observou, entretanto, mudanças radicais que ocorriam no comportamento de alunos
excepcionalmente inteligentes, quando tinham oportunidade de passar a interagir
com pares similares em inteligência.
Alunos, que, por exemplo, eram retraídos, socialmente distantes, com baixa
participação nas atividades escolares, uma vez em contato com grupos de idade
mental similar, passavam a atuar de uma forma adequada, dando contribuições
significativas nas atividades de grupo e se comportando como indivíduos
socializados e felizes (cf. OSHEA, 1965).
Observações
similares às de Hollingworth, quanto ao isolamento de alunos com inteligência
extremamente elevada, foram também feitas por nós em um estudo de caso de um
aluno com inteligência excepcionalmente elevada, cujo QI era de 172 e que
obteve no Scholastic Apltitude Test resultado
este correspondente ao percentual de 96 de amostras universitárias
norte-americanas (ALENCAR e FLEITH, 1996). O aluno que, na época em que
coletamos os dados a seu respeito, tinha 12 anos, era, segundo seus
professores, reservado, quieto e preferia trabalhar isoladamente. Tinha poucos
amigos, interagindo pouco com os seus colegas de classe.
Muitos
dos problemas que se observam entre alunos que se destacam por um potencial
superior têm a ver com o desestímulo e frustração sentidos por eles diante de
um programa acadêmico que prima pela repetição e monotonia e também por um
clima psicológico em sala de aula pouco favorável è expressão do potencial
superior. A escola não responde de forma adequada aos alunos que apresentam
habilidades intelectuais superiores, o que ajuda a explicar a apatia e
ressentimento às vezes apresentadas por alunos. Neste sentido, CROPLEY (1993)
destaca:
Um número substancial de criança superdotadas inicia a escola
com altas habilidades expectativas e grande entusiasmo (como é o caso de maior
partes das crianças), mas logo se tornam frustadas e entediadas.
Muitas entram em uma espiral de desapontamento, passando a rejeitar a
instituição escola e/ou a duvidar de suas próprias habilidades e mesmo seu
valor como pessoa. Muitas lidam com esta questão por meio de isolamento,
hostilidade ou agressividade. Mas podem também aprender em uma idade
precoce que tais problemas podem ser evitados adotando de forma deliberada a
tática de fingir que são rebeldes. Este é um problema especialmente freqüente
entre meninas e membros de grupos minoritários, dada a forte pressão para se
conformar aos valores antagonísticos à alta realização na escola.
Tendo
em vista que uma das tendências de maior influência na Educação hoje é o
movimento em direção à Inclusão, considerada aqui como uma Educação Especial
que tem como proposta a integração de alunos com necessidades especiais -
distintas deficiências ou altas habilidades - junto com os demais alunos em uma
mesma sala de aula, apresentaremos, a seguir, a posição de alguns
especialistas, que têm se dedicado ao estudo da superdotação e talento, sobre a
prática de inclusão.
Uma
análise desta questão, feita por YEWCHUK e LUPART (2000), indicou que, embora a
educação inclusiva para alunos com distintas deficiências estivesse recebendo
amplo apoio nos Estados Unidos e Canadá, o mesmo não ocorria quando se tratava
do aluno com altas habilidades que já vinha recebendo uma atenção diferenciada
fora da sala de aula regular por professores treinados. Tanto os pais como os
profissionais envolvidos na educação desses alunos vinham se pondo
ostensivamente ao movimento da Inclusão. Considerando também GALLAGHER (1994,
2000, 2002) e RENZULLI (em KNOBEL e SHAUGHNESSY, 2002), dois dos estudiosos da superdotação de maior
projeção no cenário internacional, que é um tremendo desafio para o professor
atender de forma adequada em uma mesma sala de aula, alunos com necessidades
diversas, considerando a inclusão como uma maneira de reduzir o esforço e
performance dos alunos com altas habilidades. GALLAGHER e GALLAGHER (1994), por
exemplo, citam pesquisa feita, nos Estados Unidos, com 2000 professores de 3ª e
4ª séries. Estes responderam a questão sobre práticas em sala de aula e
mudanças que vinham fazendo no sentido de atender as diferenças individuais.
Segundo os dados obtidos, apenas modificações muito limitadas foram efetivadas
com vistas a atender as necessidades de alunos superdotados, independentemente
de atuarem estes professores em escolas públicas ou particulares.
De
forma similar, Renzulli, que é um dos principais especialistas da área da
superdotação, em entrevista recente a KNOBEL e SHAUGHNESSY (2002), acredita
que, em função do professor ter muitos alunos em sala de aula, representando um
amplo aspectro de habilidades, fica muito difícil para o docente ir além do
currículo previsto ou adaptar o ritmo de instrução para os alunos com
aprendizagem mais rápida. Considera, por exemplo, que as atividades de
enriquecimento do tipo III de seu modelo somente poderão ocorrer se o professor
puder contar com um especialista em condições de orientar este tipo de
atividade.
Como
muitos professores não têm conhecimento do modelo de instrução para o
superdotado proposto por RENZULLI (1977; RENZULLI & REIS, 2000), lembramos,
conforme descrito em ALENCAR (1986) e ALENCAR e FLEITH (2001) que este modelo
contempla três tipos de atividades, a saber:
1.
Experiências
exploratórias gerais que irão permitir classificar os interesses e habilidades
do aluno. Incluem atividades que propiciam ao aluno ter
contato e experimentar uma variedade de áreas e temas de estudo, que
tradicionalmente não fazem parte do currículo regular, para posteriormente
escolher um deles, sobre o qual poderá desenvolver um projeto específico. Este
tipo de enriquecimento é implementado através de uma variedade de
procedimentos, como palestras, excursões, visitas a museus, laboratórios,
bibliotecas, conversas com pesquisadores, cabendo ao professor direcionar os
interesses do aluno e assisti-lo na formulação de problemas sobre os quais
conduzirá as suas investigações.
2.
Atividades
de aprendizagem em grupo que ajudarão o aluno a lidar de uma forma mais efetiva
com o conteúdo. O objetivo deste tipo de enriquecimento é
desenvolver nos alunos habilidades de "como fazer", de modo a instrumentá-los
a investigar problemas reais, usando metodologias adequadas à área de
conhecimento de interesses dos alunos.
3.
Projetos
desenvolvidos, individualmente ou por grupos de alunos, com o objetivo de
investigar problemas reais. Nas atividades que caracterizam
este tipo de enriquecimento, o aluno desempenha um papel ativo tanto na
formulação do problema quanto nos métodos por meio dos quais o será atacado; a
área de investigação deve ser do interesse real do aluno ou de seu grupo e não
determinada pelo professor; os alunos devem coletar os próprios dados e não
fazer uso de conclusões obtidas por estudiosos do tema; ademais, devem ter uma
atitude de produtor e não de consumidor, comunicando os resultados alcançados
de uma forma apropriada (MAKER, 1982).
De
forma congruente com o pensamento de Renzulli, GALLAGHER (2002) ressalta que,
em um modelo de atendimento ao superdotado na classe regular, é necessário que
se tenha a ajuda de um professor extra, a que chama de consultor, sugerindo
ainda a organização de agrupamentos de alunos superdotados com necessidades/
interesses similares que receberiam, então, uma atenção diferenciada. Lembra
ainda que foi exatamente no sentido de contrabalançar a falta de desafios e
estímulos ao aluno superdotado no ambiente educacional típico que algumas
iniciativas ocorreram nos Estados Unidos. Apresenta, como exemplo as escolas
residenciais especiais ao nível de ensino médio, as quais são planejadas para
oferecer um programa de alto nível a alunos altamente talentosos, especialmente
em algumas áreas específicas, como Matemática e Ciências. Ressalta-se ainda
que, segundo dados apresentados por CAPLAN, HENDERSON, HENDERSON E FLAMING
(2002), 87% das universidades e colleges norte americanos vêm oferecendo
regularmente programas, por exemplo durante as férias, para alunos do ensino
médio, que se desempenham superior. A estes são propiciadas oportunidades de
cursar disciplinas ao nível universitário antes do término do ensino médio.
No
Brasil, as oportunidades e programas oferecidos aos alunos que se destacam por
um desempenho ou potencial superior são muito limitados.
Fora algumas poucas iniciativas esparsas em algumas cidades brasileiras, nada
se faz no sentido de se promover um atendimento diferenciado àqueles alunos com
altas habilidades e/ou que se destacam por um desempenho superior nas áreas
intelectuais/acadêmica. Há resistência à
implementação de programas especiais e idéias errôneas sobre o superdotado
continuam arraigadas no pensamento popular. Dentre estas,
poder-se-ia destacar as idéias de que o superdotado teria recursos, para
oferecer-lhe um ambiente especial. Também freqüentemente é a concepção da
superdotação como um fenômeno raro, acreditando-se que poucas crianças e jovens
poderiam ser considerados superdotados, em função da idéia de que estes
necessariamente apresentam habilidades excepcionalmente elevadas. Estas e
outras idéias errôneas constituem mais um entrave à provisão de condições
favoráveis à educação dos mais capazes.
O
que ocorre no Brasil nesta área contrasta com o que vem sendo observado em
vários países onde há um reconhecimento crescente da necessidade de se
propiciar condições mais adequadas ao desenvolvimento de alunos com altas
habilidades e distintas modalidades de programas vêm sendo oferecido (para os
leitores interessados nas propostas educacionais para o superdotado em
distintos países, sugiro a leitura de ALENCAR, 1986, 1998, ALENCAR &
FLEITH, 2001). Parte deste interesse é fruto da necessidade, compartilhada
pelos mais diversos países, de grande cientistas, inovadores e produtores de
conhecimento. Sabe-se também que as soluções mais adequadas para os problemas e
desafios da sociedade terão mais chances de partir daqueles indivíduos mais
competentes e capazes do ponto de vista intelectual e criativo.
Recomendações ao Professor da
Sala de Aula Regular Oriundas da Literatura sobre Educação do Aluno com Altas
Habilidades
Como
estudiosa da educação do aluno com altas habilidades e acompanhando o que vem
ocorrendo no Brasil e no exterior no que diz respeito a programas e propostas
para o aluno com altas habilidades, das características de seus alunos,
conhecer o que vem sendo discutido e implementado em termos de programas
estratégias educacionais, currículo e ambiente educacional que promove uma
educação de excelência para o superdotado. Considero também que vários tópicos
que vêm sendo pesquisados pelos especialistas da área de superdotação incluem
elementos que podem e devem ser incorporados à prática docente, independente do
perfil de aluno que o professor terá em sua sala de aula.
Analisando,
por exemplo, objetivos de programas oferecidos a alunos superdotados,
identificam-se vários da maior relevância para o desenvolvimento cognitivo,
emocional e social de qualquer aluno. Tais objetivos, entretanto, muitas vezes
são deixados de lado ou esquecidos pelo professor, preocupado em cobrir o
programa, transmitir conteúdos e garantir a assimilação dos mesmos pelo aluno.
Entretanto, considerando o atual cenário, marcado por mudanças que vêm acorrendo
em um ritmo cada vez mais rápido, por um progresso sem precedente, por grande
incerteza e instabilidade, é necessário ampliar o leque de objetivos nos
distintos níveis de ensino - elementar, médio e superior, como os que
apresento, a seguir, retirados da análises fitas de programas para
superdotados, levados a efeito em diferentes países. É recomendável que cada
professor reflita a respeito do que poderia fazer no sentido de operacionalizar
esses objetivos em sua prática docente:
Ajudar
o aluno a desenvolver ao máximo os seus talentos e habilidades.
Fortalecer
um autoconceito positivo, propiciando experiências de sucesso para todos os
alunos e fazendo com que o alunos perceba os seus "pontos fortes".
Ajudar
o aluno a desenvolver bons hábitos de estudo.
Incrementar
a motivação do aluno, utilizando estratégias diversas para despertar e alimentar
o interesse, e mesmo a expansão dos interesses do aluno.
Respeitar
o ritmo de aprendizagem do aluno.
Incrementar
um clima de aprendizagem que faça com que o aluno se sinta valorizado,
respeitado e estimulado a dar o melhor se si.
Priorizar
também a dimensão afetiva (sentimentos e valores) além de contribuir para o
desenvolvimento social do aluno e a educação do caráter.
Propiciar
condições mais favoráveis ao desenvolvimento do potencial criador de cada
aluno, tanto pelo fortalecimento de traços de personalidade que se associam à
criatividade, como autoconfiança, iniciativa, flexibilidade, persistência,
quanto encorajando e possibilitando o exercício do pensamento criativo.
Criar
estratégias instrucionais que encorajem o estudo independente do aluno e a
investigação no contexto do conteúdo específico do currículo que estiver sendo
tratado.
Permitir
uma aprendizagem mais profunda em tópicos selecionados pelo aluno em áreas
específicas de estudo.
Ademais,
alguns pressupostos básicos de programas para alunos superdotados (KAPLAN,
1974) têm também aplicações na implementação do programa regular, como os
apresentados a seguir:
Todos os alunos devem alcançar níveis
ótimos de aprendizagem.
Os superdotados têm necessidades de
aprendizagem distintas. Consequentemente, o currículo deve ser adaptado para
acomodar estas necessidades.
As necessidades dos superdotados
passam pelas áreas afetivas e social, além da área cognitiva.
Os superdotados são melhor servidos por uma confluência de abordagens
que permitem uma aprendizagem acelerada e avançada e experiências de
enriquecimento.
As experiências a serem incluídas no
currículo têm que ser planejadas cuidadosamente, registradas e implantadas a
fim de se maximizar o seu efeito potencial.
Como lembrar GALLAGHER e GALLAGHER
(1994), ao se referir à educação dos superdotados, "o professor deve
inspirar, o conteúdo deve intrigar, e o ambiente da escola deve ser planejado
para fortalecer as oportunidades de aprendizagem". No nosso entender, este
deveria ser o princípio norteador da educação de todos os alunos, independentemente
de seu perfil e necessidades. Seria, sem dúvida, uma via para dar sentido às
atividades desenvolvidas na escola , possibilitando aos alunos exercer talentos
e competências, aprender e desenvolver habilidades, realizando-se como pessoas,
na mesma linha destacada por MORIN (2002) sobre elementos que tornam o trabalho
estimulante.
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[1] Uma diversidade de termos tem sido
utilizado para se referir ao aluno que se destaca por um potencial superior.
Superdotados, talentosos, alunos com altas habilidades, mais capazes ou
altamente capazes, são os mais freqüentes. No presente texto, optamos
preferencialmente por alunos com altas habilidades ou superdotados.
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