Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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sexta-feira, 12 de abril de 2013

Artigos escrito pelo Hospital Paulista Albert Einstein de grande utilidade “Entendendo a síndrome de Asperger”


Extraído do site : Fonte: http://www.einstein.br/einstein-saude/pagina-einstein/Paginas/entendendo-a-sindrome-de-asperger.aspx



Crianças com dificuldade de sociabilização, linguagem rebuscada para a idade, atos motores repetitivos (tiques) e interesses muito intensos e limitados apenas por um ou poucos assuntos podem ser portadoras da Síndrome de Asperger, transtorno do desenvolvimento que afeta principalmente indivíduos do sexo masculino.



 Suas causas são desconhecidas, mas, como se trata de um distúrbio congênito, há estudos em andamento que procuram estabelecer a relação com alguma desordem genética.



O primeiro trabalho sobre a síndrome foi feito pelo psiquiatra e pediatra austríaco Hans Asperger, mas permaneceu praticamente desconhecido. O reconhecimento internacional ocorreu somente em 1994, quando foi incluída pela primeira vez no DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), o manual de diagnóstico e estatísticas de transtornos mentais, organizado pela Associação Americana de Psiquiatria. Por se tratar de uma patologia recentemente descrita, não existem dados confiáveis sobre a incidência.



A partir de 2013, a síndrome de Asperger deixa de ter essa denominação e passa a ser classificada no DSM como uma forma branda de autismo – uma recomendação que deverá ser mundialmente adotada. Diferentemente do autismo clássico, porém, quem tem  Asperger não apresenta comprometimento intelectual e retardo cognitivo. Por isso os primeiros sinais e sintomas do distúrbio costumam ser ignorados pelos pais, que os atribuem a características da personalidade da criança.



"Muitos portadores da síndrome possuem, inclusive, QI acima dos índices normais. E o fato de terem habilidade verbal muito desenvolvida, com um vocabulário amplo, diversificado e rebuscado, reforça nos pais a ideia de que seus filhos são superdotados", diz Walkiria Boschetti, neuropsicóloga do Einstein. O foco exagerado sobre um assunto específico – como automóveis, aviões ou robôs, por exemplo – é outro sintoma característico da síndrome interpretado de forma inadequada pelos pais e familiares, que acabam incentivando a restrição de interesses dessas crianças, oferecendo apenas presentes relacionados ao tema.



Diagnóstico



Os sinais e sintomas da síndrome de Asperger podem aparecer nos primeiros anos de vida da criança, mas raramente são valorizados pelos pais como algo negativo, especialmente se as manifestações forem leves. A grande maioria dos diagnósticos dasíndrome de Asperger é feita a partir da fase escolar, quando a dificuldade de socialização, considerada a característica mais significativa do distúrbio, manifesta-se commaior intensidade, juntamente com o desinteresse por tudo que não se relacione com o hiperfoco de atenção. "O que efetivamente chama a atenção dos pais são os sintomas associados ao isolamento social, inadequação de comportamentos ou manifestações de ansiedade, depressão ou irritabilidade", diz Sandra Lie Ribeiro do Valle, neuropsicóloga do hospital.



Usualmente, os primeiros relatos sobre os problemas observados são feitos ao pediatra, que poderá encaminhar a criança aos médicos especialistas para uma avaliação mais profunda e detalhada. Não existem exames laboratoriais ou de imagem destinados à confirmação do diagnóstico. "Hoje, o principal instrumento para essa finalidade são os testes aplicados por neuropsicólogos, que por meio de tarefas propostas à criança observam e avaliam aspectos cognitivos e comportamentais, como memória, atenção e habilidades sociais", diz o Dr. Fabio Sato, psiquiatra da infância e adolescência da Clínica de Especialidades Pediátricas do Einstein, instituição que aplica umextenso e detalhado protocolo para diagnóstico e tratamento dessa patologia. Segundo ele, o Brasil ainda carece de uma padronização na abordagem diagnóstica dessa patologia, uma vez que ferramentas como a AD (questionário utilizado em entrevistas com os pais) e a ADOS (questionário para entrevistas com as crianças) ainda não foram validadas aqui, embora o uso já esteja consagrado nos Estados Unidos e na Europa.



Quem tem síndrome de Asperger tende a apresentar alterações nos testes de avaliação de reconhecimento de emoções e nos que analisam a capacidade de inferir o que os outros estão pensando. "São pessoas que têm extrema dificuldade em entender o que pensam e sentem aqueles que os cercam, a menos que essas emoções sejam explicitamente demonstradas e explicadas a eles. Também são inflexíveis, por isso prendem-se a regras e não conseguem agir com flexibilidade, conforme cada situação", explica Sandra Lie Ribeiro do Valle.


 


Tratamento multidisciplinar



São envolvidos médicos, neuropsicólogos, psicopedagogos e fonoaudiólogos, uma vez que os indivíduos possuem alterações na fala (erros de prosódia, por exemplo, quando o indivíduo faz a transposição do acento tônico de uma sílaba para outra)."Basicamente, a terapia se baseia em transmitir as habilidades e recursos para as manifestações características, em especial a dificuldade no convívio social.



Ele deve ser feita a longo prazo, já que se trata de um distúrbio crônico", explica Walkiria Boschetti. Medicamentos são utilizados apenas para tratar sintomas decorrentes dessas manifestações, como ansiedade, depressão e irritabilidade.



Quem tem Asperger e chega à vida adulta sem diagnóstico ou tratamento adequados pode enfrentar sérias dificuldades de relacionamento na vida pessoal, escolar e profissional"Além disso, trata-se de um risco para o desenvolvimento de outros problemas, como o transtorno bipolar", adverte o Dr. Fabio Sato. Portanto, quanto mais precoces e precisos forem o diagnóstico e o tratamento, maiores serão as chances de a criança com Asperger desenvolver comportamentos mais saudáveis, tornando-se mais sociáveis, flexíveis e independentes.

2 comentários:

  1. Meu filho tem cinco anos de idade e como estou com alguns problemas de manter ele na escola, acabei procurando na internet escola para crianças superdotadas, acabei me deparando com essa página, me surpreendi lendo, pois descreve meu filho com todas as letras, ele fala bem demais para uma criança nessa idade e muitas vezes até corrige os adultos, é alfabetizado sem nenhum incentivo ou imposição de minha parte, mas por mérito própria, é "fissurado" em brincadeiras de arma e lutinhas e sempre que pode está brincando disso.
    Já foi tratado com psicólogas por dois anos com sindrome de TDO-transtorno desafiador opositor- mas não obteve resultado nenhum.
    Eu continuo sem saber o que fazer exatamente, por isso eu peço uma luz, porque meus recursos financeiros são poucos, estou quase me desesperando, só não cheguei a esse ponto por ele.....

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    1. Luciana,

      Primeiro passo seria vc procurar um psiquiatra especializado em autismo ou Asperger para descartar o diagnostico. Se não tiver convenio médico, procure os servicos dos hospitais publicos de psiquiatria, que em geral sao otimos. Provavelmente, irao pedir que o seu filho faca uma avaliacao neuropsicologica,que sera interpretada e analisada pelo psiquiatra, que considerara ou descartara Asperger. Se considerar, ele ira encaminhar seu filho para um tratamento especifico com psicologo, visando melhorar a socializacao dele e sua adequacao social. Aspergeres, a quem chamamos, carinhosamente, de Aspies sao pessoas sinceras e extremamente inteligentes !

      Venha participar dos meus grupos do facebook (ambos privados e fechados) "Universo Asperger" e "Mae de Criancas Superdotadas" !

      Atenciosamente,

      Claudia Hakim

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