Extraído do site :
http://geniosmirins.blogspot.com.br/2013_01_01_archive.htm

Em geral, o que caracteriza uma criança com
superdotação é, além das altas habilidades que possui para uma determinada
área, o modo com que absorve as informações que lhes são passadas. Ou seja, normalmente, todas as crianças de
uma sociedade recebem, em maior ou menor grau, os mesmos estímulos. O que muda,
com relação ao superdotado, é a forma como o indivíduo percebe e organiza esses
estímulos.
O processo de organização dos estímulos é, claro,
muito envolvido com o que a família e a sociedade em que a criança vive pensa e
comulga em suas ações. Desta forma, uma família religiosa poderá
interpretar um acontecimento social de uma forma enquanto uma família desligada
de religião de outra. O que acontece é que a criança recebe também um pouco
dessas ideias, ou seja, tende a pensar daquela forma, mas, no caso do
superdotado, em geral, ele terá sempre um pensamento diferente do generalizado
pelo seu meio e é por isso que digo que a superdotação é incontextualizada,
ou seja, fora do contexto de convivência típico da criança.
Voltando ao assunto de estímulos. Em
geral, o indivíduo com altas habilidades tende a olhar o mundo de outra forma,
repudiando comportamentos que o seu contexto de convivência aplaude ou
aclamando comportamentos que a sociedade de convivência tende a rejeitar (um
exemplo clássico é o do jovem que não quer conviver com pessoas de sua idade,
pois não gosta das mesmas coisas que os outros e prefere se relacionar com
adultos). Aí entra o que muitos chamam de rebeldia, principalmente quando se
fala no adolescente superdotado. Porém, vejamos que a rebeldia,
psicologicamente analisada, é um comportamento socialmente anormal a um
estímulo. Cabe a nós olharmos se este comportamento tem ou não fundamento.
O olhar diferente para o mundo, como falamos, deve ser
moderado. Em muitas ocasiões, não passará de uma fase, mais em outras,
persistirá por toda a vida. A moderação de percepção deve ser feita, caso seja
prejudicial, inicialmente pelos pais, de forma sutíl a fim de não gerar mais
revoltas e, caso não obtenha sucesso, o apoio de um psicólogo pode ser
necessária.
Quando
a percepção diferencida é benéfica, vale a pena incentivá-la e aí devem os pais
alimentarem aqueles pensamentos no filho, discutindo, debatendo ideias, etc.
Esta será uma grande oportunidade para os pais se aproximarem ainda mais dos
filhos de forma sádia a fim de ganhar confiança e respeito e até mesmo para
desenvolver mais a intelectualidade do filho.
Outro ponto interessante de olharmos é que o superdotado
tem uma característica muito interessante quando se fala em sensibilidade. Normalmente,
sempre vai sentir mais as coisas do que as outras crianças. Essa
excessiva sensibilidade se dá devido ao fato de ter a criança uma
curiosidade maior de observar e analisar quase tudo o que o rodeia.
Com
relação a excessiva sensibilidade emocional, temos que a criança superdotada
tende a chorar com mais facilidade, se comover a dor do outro mais fácilmente,
ficar extremamente triste com assuntos que não requeriam tanta tristeza, etc.
Observemos um caso fictício sobre o sentimento de
tristeza, que nos dará maior compreensão sobre o assunto.

Joana é uma menina muito linda de pouco mais de sete
anos que adora receber elogios pelas belíssimas pinturas que faz. É muito
estudiosa e sempre foi altamente talentosa para as artes. Certo dia, na aula de
educação artística, cujo assunto era "gênios da arte", a professora
fez a seguinte colocação:
- Da Vinci foi um dos maiores gênios da pintura de
toda a história. O Brasil jamais teve e possívelmente jamais terá
um artista como ele.
Inexplicávelmente,
a menina chegou em casa triste e se isolou em seu quarto, não atendendo aos
convites dos pais para desenhar e pintar, o que aliás, ela mais gostava de
fazer. Joana não queria fazer nada e, nesta mesma noite, se pôs a chorar.
Os pais, desligados, nada perceberam.
E aí, o que motivou esta repentina tristeza em Joana? Para
desvendarmos o mistério, peço que observem a frase: "O Brasil jamais teve
e possívelmente jamais terá um artista como ele." Agora notem mais
profundamente este trecho: "jamais terá um artista como ele". Deu
para perceber? A criança simplesmente se chateou por sugerir que a professora a
tenha subestimado em dizer que o país jamais teria um artista como Da Vinci. Para
os superdotados, quanto mais elogios receberem melhor será. Nesta passagem
vimos que, para a professora, o que fez foi tão somente uma colocação de aula,
mas para Joana, a monitora subestimou suas capacidades artísticas, dizendo que
não poderia ser uma ótima artista como foi Da Vinci. Isso a feriu
profundamente. Da citação acima dá para tirar uma pequena dimensão quanto a
dificuldade de se educar um superdotado. Apenas seis palavrinhas causaram toda
uma tristeza na vida de uma criança.
O ser superdotado terá uma gama de pensamentos capazes
de serem gerados para cada ação, por isso é de extrema importância que a
família e a sociedade saibam como lidar com o indivíduo a fim de manter uma
relação saudável com o pequeno. Mas deixemos sempre
claro: A criança, antes de ser superdotada, é uma criança que precisa
de afeto como ou até mais que as outras.
Referências
Bibliográficas:
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