Extraído do site :
História com final feliz ....
Este menino teve muita sorte que os seus professores da escola pública perceberam
seu talento e lhe orientaram. Infelizmente, a grande maioria dos jovens
talentosos da rede pública de ensino não conta com esta mesma sorte...
Fiquei emocionada, de ler que na escola ele se realizou.
Que graça de menino e que exemplo para os nossos jovens superdotados !
Ramon, de 17 anos, foi aprovado em engenharia na
1ª chamada da Fuvest. Ele diz que estudo para olimpíadas ajudou na preparação
para o vestibular
Por Ana Carolina Moreno
Do G1, em São Paulo
A família de Ramon Silva de Lima, que vive na Avenida
São João, no Centro de São Paulo, só deve comemorar a aprovação do filho mais
velho na Universidade de São Paulo neste domingo (3). Aos 17
anos, ele passou em engenharia na Fuvest 2013, e será o primeiro da casa a
alcançar o ensino superior. "Eu e o pai dele trabalhamos aos
sábados, por isso penso em proporcionar para ele um almoço no domingo".
contou ao G1 Iolanda Antônia da Silva, que trabalha
como porteira e arrumadeira em uma casa de família em Higienópolis. O marido
cuida da limpeza de um prédio no mesmo bairro. A lista foi divulgada na
sexta-feira (1º).
Passar na Escola Politécnica da USP,
considerada a melhor universidade da América Latina, se soma a feitos que o
jovem coleciona há vários anos : até agora,
são mais de 10 medalhas em competições de matemática, física, robótica,
informática e ciências. A que ele guarda com mais orgulho é
a da Olimpíada Internacional Júnior de Ciências, na Nigéria, em 2010.
"Eram provas de física química e biologia para jovens de até 15
anos", explicou.
O ciclo de bons resultados acadêmicos começou nos
primeiros anos de Ramon no ensino básico. Depois de um breve período em uma
pré-escola particular, o garoto foi matriculado aos seis anos na rede estadual
por questões econômicas.
Escola melhor
Mas, ao observar seu desempenho, os professores sugeriram à mãe que o colocasse em uma escola mais desafiadora para estimular o potencial de Ramon. "Vendo que ele foi sempre esforçado, nas reuniões de pais me pediam para oferecer para ele uma escola melhor."
Iolanda, então, buscou escolas particulares com oferta
de desconto na mensalidade do filho, que acabou em um dos colégios da rede
salesiana. "Mesmo assim, no decorrer das reuniões, as coordenadoras
pediam para ele passar para outro colégio melhor que o salesiano, que era fraco
ainda", disse.
Foi assim que Ramon, então no início do ensino
fundamental II, chegou ao Colégio Objetivo com uma bolsa que cobria 80% da
mensalidade. Dois anos depois, ele se tornou um dos jovens auxiliados
pelo programa Ismart, que cobre gastos de alimentação e transporte a
adolescentes com bons resultados acadêmicos.
"Foi quando o Ramon se realizou mais ainda.
Como doméstica é muito difícil conciliar escola particular com outros custos",
explicou a mãe.
Olimpíadas
No colégio, Ramon aderiu ao grupo de alunos participantes de olimpíadas científicas, um dos fatores aos quais ele atribui a aprovação na Fuvest, e que ele recomenda a outros estudantes. "Achei que as olimpíadas ajudariam no vestibular, porque você cria interesse e gosto por estudar", contou. A prova de física da segunda fase da Fuvest, por exemplo, ele disse que achou "tranquila".
Além da Nigéria, o jovem já viajou para a Alemanha e
para Cingapura, onde participou de competições de robótica.
Para a mãe, a atividade extracurricular
serve para, além de estimular o lado acadêmico, diminuir a timidez do
adolescente. Ela conta que, como seus parentes vivem em Belo
Horizonte (MG), Ramon não teve a convivência com primos e tios quando criança,
e por isso adquiriu um lado tímido.
Na festa de comemoração dos colegas aprovados no
cursinho, na sexta-feira, Ramon era um dos mais calados, e a conquista
de uma vaga na USP era percebida mais pelo anúncio escrito a tinta pelos
colegas em sua testa e camiseta do que pela animação.
"Ele sempre foi tímido, desde
quando era pequeno, ele não tem parente em São Paulo, isso
aí ajudou um pouquinho para a timidez. Mas na escola ele realmente se
encontrou, os professores e diretores tratam bem, os colegas também, são todos
educados, todos amigos."
Primeiro a
USP, depois a Alemanha
Na USP, Ramon já sabe em qual engenharia pretende se formar, a de computação. "Quero trabalhar criando software para computação, mas ainda não sei se na parte de mecânica ou de pesquisa", contou o bolsista e medalhista.
Iolanda conta que um dos desejos do filho mais velho é
ter um computador portátil para se comunicar, estudar e programar. Atualmente,
o computador da casa é compartilhado com a irmãzinha de seis anos. "Ainda
não tive condições de comprar", explica.
O equipamento é usado para receber informações e
provas, inclusive as de seu professor de alemão. "Inglês já sabe, mas ele
escolheu estudar alemão por causa da engenharia", contou Iolanda sobre a
intenção do estudante de fazer parte da graduação no exterior.
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