Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Inclusão e Singularidade, Desafios da Neurociência Educacional. Superdotação no contexto da inclusão



INCLUSÃO E SINGULARIDADE Desafios da Neurociência Educacional


Texto extraído do livro escrito pelo Dr. Mauro Muszkat e que teve a colaboração da Dra. Christina Cupertino, coordenadora do Núcleo Paulista de Atenção à Superdotação (do qual eu sou assessora jurídica), chamado : “Inclusão e Singularidade, Desafios da Neurociência Educacional", Editora All Print, pág 81 e segs.  Para adquirir o livro, entre no site : http://www.allprinteditora.com.br/inclusao-e-singularidade-desafios-da-neurociencia-educacional




A superdotação manifesta-se principalmente como uma assincronia no desenvolvimento. Uma ou mais capacidades desenvolvem-se primeiro ou mais que as outras, que permanecem no seu nível normal de desenvolvimento ou até abaixo dele. A pessoa com altas habilidades tem um desenvolvimento desigual nos diferentes aspectos que a constituem, confirmando que o estabelecimento definições implica mais relatividade que dados precisos e absolutos.




É dessa maneira que funciona a maioria dos superdotados, em oposição aos raríssimos casos de pessoas com múltiplas capacidades. Podemos assumir que são crianças ou pessoas como as outras, que se destacam em um aou mais área do empreendimento humano. Essa pessoa faz aquelas coisas com mais frequência, melhor que os outros e emlhor que as coisas que ela mesma faz.



Nos Parâmetros Curriculares Nacionais, são apontadas as seguintes características gerais observadas em pessoas com altas habilidades : alto grau de curiosidade ; boa memória ; atenção concentrada ; persistência ; independência e autonomia ; interesse por áreas e tópicos diversos ; facilidade de aprendizagem, criatividade e imaginação, iniciativa ; liderança, vocabulário avançado para a idade cronológica ; riqueza de expressão verbal (elaboração e fluência de idéias) ; habilidade para considerar pontos de vista de outras pessoas ; facilidade para interagir com crianças mais velhas ou adultos ; habilidades para lidar com idéias abstratas ; habilidades para perceber discrepâncias entre idéias e pontos de vista ; interesse por livros e outras fontes de conhecimento ; alto nível de energia ; preferência por situações / objetos novos ; senso de humor, originalidade para resolver problemas.




Com relação á afetividade e à sociabilidade, temos dois cenários possíveis. Quando são atendidas em suas necessidades, as pessoas com altas habilidades tendem a ser bem-sucedidas e felizes. São mais sensíveis que as demais, preocupam-se com as consequências, uma vez que têm uma visão mais ampla e completa dos acontecimentos e de suas repercussões. São capazes de grande empatia e interessadas por problemas filosóficos, morais, políticos e sociais.



Se não forem atendidas, podem apresentar problemas como : dificuldades de relacionamento com colegas da mesma idade que não compartilham dos mesmos interesses ; perfeccionismo ; vulnerabilidade a críticas dos outros e de si mesmo ; indisciplina, especialmente frente a tarefas pouco desafiadoras ; tédio ; questionamento de regras.




Temos que lembrar que tais listas de características servem para refinar o olhar de quem desconfia de que está diante de uma pessoa com altas habilidades, mas, não são fixas. Constituem configurações pessoais, nas quais algumas podem estar presentes e outras não.



A assincronia no desenvolvimento pode manifestar-se, também, de forma muito acentuada, nos casos de duplas excepcionalidade. Nesses casos, a mesma pessoa é capaz de desempenho excepcional em um ou mais domínios, mas apresenta déficits de algumas funções. As altas habilidades podem estar associadas à deficiências físicas, auditivas ou visuais ou aos demais transtornos e síndromes, o que gera especificidades bem definidas para seu atendimento adequado. A dupla excepcionalidade demanda atenção especial, uma vez que podemos deixar passar uma alta habilidade oculta pelo que já classificamos como deficiência ou, como vem sendo cada vez mais comum, transtorno de comportamento.



Lembretes :


1 – A criança com altas habilidades/ superdotação precisa ser identificada de modo a ter suas necessidades educacionais especiais atendidas. O superdotado não “vai sozinho” por ter um dom.


2 – Crianças superdotadas precisam de intervenções efetivas no ambiente escolar para que possam desenvolver suas capacidades.


3 – A identificação das altas habilidades deve se basear em dados qualitativos e quantitativos, pois os comportamentos inteligentes assumem configurações particulares.


4 – Da mesma forma que a identificação, o planejamento de atividades deve corresponder às particularidades de cada caso de altas habilidades na escola.


5 – A genialidade é apenas uma das muitas manifestações das altas habilidades, que podem aparecer em diferentes graus.



Sobre o livro do Dr. Mauro Muszkat :


Delineamos neste pequeno livro algumas ideias sobre conceitos centrais na inclusão escolar frente às necessidades de aprimorar a interface saúde e educação e singularizar o acompanhamento de pessoas com deficiências diante de falsos mitos e preconceitos que cerceiam uma postura mais solidária e pragmática para as questões complexas da inclusão. Abordamos também a delimitação de estratégias assertivas para compreender pessoas com problemas na percepção e cognição social e aspectos conceituais e práticos relacionados às crianças com altas habilidades, discutindo alguns pressupostos teórico-práticos no gerenciamento de metas em equipes interdisciplinares apresentando o SERENE enquanto projeto interdisciplinar na abordagem de pessoas com transtornos neuropsiquiátricos e do neurodesenvolvimento.




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