Extraído do site : http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com.br/2012/11/reflexoes-sobre-o-bullying-na-escola.html
O bullying pode iniciar silencioso, mas suas marcas
trazem grandes prejuízos. Pais, professores e alunos devem interagir e juntos
estar em constante diálogo. Quando nos omitimos de buscar soluções para
situações destas características, estamos sendo cooparticipativos de um
processo de exclusão.
Existem diferentes maneiras de
praticar bullying:
Verbal (insultar,
ofender, falar mal, colocar apelidos pejorativos, “zoar”);
Física e material (bater,
empurrar, beliscar, roubar, furtar ou destruir pertences da vítima);
Psicológico e moral (humilhar,
excluir, discriminar, chantagear, intimidar,
difamar);
Sexual (abusar,
violentar, assediar, insinuar);
Virtual ou
Cyberbullying (bullying realizado por meio de recursos tecnológicos: celulares, filmadoras,
internet etc.)
Estudos indicam que há um pequeno predomínio dos
meninos sobre as meninas. No entanto, por serem mais agressivos e utilizarem a
força física, as atitudes dos meninos são mais visíveis. Já as meninas costumam
praticar bullying mais na base de intrigas, fofocas e isolamento das colegas.
Podem, com isso, passar despercebidas, tanto na escola quanto no ambiente
familiar.
Quando qualquer ato
praticado a um indivíduo de forma contínua e que cause sofrimento ou
constrangimento, podendo ser praticado por uma pessoa ou grupo, estamos aí
diante do Bullying. Na escola, as situações mais comuns são apelidos, ações de repúdio,
preconceito, imitação de sons ou do jeito de ser da vítima, referência a
questões físicas, ameaças, sempre representando ações contínuas e frequentes. Atualmente são
muito comuns também os casos de bullying virtual, através das redes sociais.
O contexto escolar
é o local onde os professores devem ficar atentos, pois muitas
vezes tais situações são visíveis e fáceis de serem percebidas por um adulto
que conviva com a vítima ; porém, na maioria das vezes, o bullying é
silencioso, sutil, sendo percebido, principalmente pelas mudanças
comportamentais que se tornam visíveis tanto na escola quanto na
família: queda no rendimento escolar, estado de tristeza, aversão à escola e
medo de se expressar.
O acompanhamento
dos pais é essencial, sendo que : ao observarem qualquer situação diferente
devem procurar a escola para que juntos verifiquem qual a melhor maneira de
lidar com a situação, sem expor a criança ou o jovem que esteja sofrendo
bullying.
O bullying prejudica o desenvolvimento da
criança, podendo trazer danos psicológicos, baixa autoestima, dificuldade em se
relacionar e confiar nas pessoas. Os pais e escola devem manter um diálogo
constante seja através de reuniões, palestras, eventos
proporcionados pela escola e a partir destes momentos procurar medidas
preventivas para o bullying.
Existem situações onde as crianças não são as vítimas
do bullying, mas sim as que praticam o mesmo, então os pais devemos estar
sempre atentos, pois são mais perceptíveis a estas situações. É
preciso estar muito atento aos comentários, amigos e, principalmente, aos
contatos que os filhos mantêm através das redes sociais. Não significa invadir
o espaço individual do filho, mas manter uma relação de confiança na qual ele
possa estabelecer um diálogo franco e aberto do que se passa com ele; e sempre
que solicitado pelos profissionais da escola não deixar de participar e ouvir,
pois nem sempre o comportamento que os pais conhecem dos seus filhos é o mesmo
que ele apresenta quando inserido num grupo, no caso, na escola.
Entretanto, cabe ressaltar que, ao perceberem
que os filhos praticam bullying os pais também devem entrar em contato com a
escola, pois assim juntos possam traçar formas de ajudá-lo, pois também é uma
vítima. Nenhum praticante de bullying age simplesmente sem uma causa ;
ninguém faz alguém sofrer sem ter dentro de si algo que incomoda ou algum
sofrimento psíquico, algo que o faça chamar a atenção dos outros e, às vezes,
da própria família sobre ele mesmo.
Como diz o Psiquiatra gaúcho José Outeiral : Não
estamos diante de gerações Y, Z ou tantas letras que tentam definir a atual
geração. Nossas crianças e jovens precisam de atenção, não material, mas
física, de presença, de diálogo, do olhar cuidador e não opressor da família e
da escola, que devem estar juntas neste processo conciliador que integra nossas
crianças e jovens numa sociedade que busca se reconstruir, apesar de tantas
situações adversas para a formação de um cidadão ético e mais humano: esta é a
minha aposta e é acreditando nisso que trabalho na área da educação
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