Extraido do site : http://www.scielo.br/pdf/pe/v12n2/v12n2a18.pdf
No Brasil, um
estudo realizado por Moreira (2005), com uma amostra DE 51 estudantes superdotados,
que freqüentavam o programa para alunos com altas habilidades da Secretaria de Educação
do Distrito Federal, INDICOU QUE 34 (66,67%) SE CLASSIFICARAM COMO
PERFECCIONISTAS SAUDÁVEIS E 10 (19,61%) COMO PERFECCIONISTAS NÃO-SAUDÁVEIS.
Um percentual similar de perfeccionistas foi observado em estudo realizado por
Schuler (2000), com uma amostra de 112 alunos superdotados, DOS QUAIS
98 SE IDENTIFICARAM COMO PERFECCIONISTAS. ENTRETANTO, DESTE TOTAL, 65 (58,03%)
DA AMOSTRA TOTAL FORAM CLASSIFICADOS COMO SAUDÁVEIS E 33 (29,46%) COMO
NÃO-SAUDÁVEIS.
Tais resultados chamam a atenção para um número significativo de alunos
superdotados que necessitam de assistência, no sentido de que possam compreender e lidar melhor
com a psicodinâmica de sua conduta, buscando reverter a dimensão disfuncional e
destrutiva do perfeccionismo que apresentam.
A sensibilidade e
intensidade emocionais observadas entre superdotados têm sido examinadas especialmente
à luz da teoria de Dabrowski do desenvolvimento emocional (O’Connor, 2002; Piechowski,
1991). Esse psiquiatra polonês, que estudou a saúde mental de superdotados nas
áreas intelectuais e artísticas, propôs a teoria da exercícios repetitivos,
baixas expectativas do professor com relação ao desempenho do aluno, pressão ao
conformismo, procedimentos docentes rígidos, com estandardização do conteúdo,
aliado ao pressuposto de que todos os alunos devem aprender no mesmo ritmo e de
mesma forma, além de uma cultura antiintelectualista são elementos que também
ajudam a explicar o fenômeno do subrendimento. Ademais a necessidade de ser
aceito pelos pares faz com que muitos alunos com altas habilidades, que se
encontram na escola regular, optem por disfarçar o seu potencial intelectual
superior, apresentando um rendimento acadêmico muito aquém de suas
possibilidades.
A NECESSIDADE DE
ORIENTAÇÃO E ACONSELHAMENTO AO SUPERDOTADO E À FAMÍLIA
Com o objetivo de
ajudar o superdotado que apresenta problemas e dificuldades de ordem psicológica,
vários centros e serviços de aconselhamento foram criados, especialmente nos Estados
Unidos, país que mais tem investido na educação daqueles alunos que se destacam
por um potencial superior. Um destes Serviços, denominado Programa de Apoio às
Necessidades Emocionais do Superdotado foi, por exemplo, fundado há mais de 20 anos
na Wright State University, APÓS O SUICÍDIO DE UM ADOLESCENTE
INTELECTUALMENTE BRILHANTE. Alguns destes centros, como o da Universidade
de Iowa, vem atuando não apenas no aconselhamento psicológico, mas também na
orientação vocacional e aconselhamento familiar (Colangelo, 1991).
Entre
os problemas, que têm sido apontados entre superdotados que necessitam desses
serviços, salientam-se o perfeccionismo e medo do fracasso, ambivalência a respeito de si mesmo, baixa
auto-estima, subrendimento, desvio das normas impostas pela família e pelo
grupo de mesma idade além do isolamento social.
Por outro lado, um
dos problemas críticos enfrentados por muitos superdotados na escolha profissional
diz respeito às pressões para que sigam determinadas carreiras mais valorizadas
socialmente e que são tidas como mais adequadas àqueles alunos que se destacam
por suas habilidades superiores. Segundo Colangelo (1991), estas pressões podem
dificultar a este aluno "seguir o seu coração" na escolha profissional,
diante da oposição encontrada na própria família, que não deseja ver o filho
desperdiçar o talento em áreas tidas como de menor prestígio.
Outras dificuldades
podem ser vividas também pelo superdotado no meio da família em função de empenhando-nos
na construção de um sistema educativo que reconheça e atenda as necessidades do
superdotado em suas distintas esferas – intelectual, social e emocional.
Espera-se que o
presente texto contribua para chamar a atenção, do público em geral e dos
psicólogos e estudantes de Psicologia em especial, para as características
emocionais do superdotado, aspecto este pouco discutido na grande maioria dos
cursos de Psicologia. Este é um tema de grande relevância, especialmente pela
necessidade de medidas de apoio àqueles alunos que se destacam por um potencial
superior, de tal forma que possam lidar melhor com a sua dimensão
sócio-emocional.
REFERÊNCIAS
Alencar, E. M. L.
S. (1986). Psicologia e educação do superdotado. São
Paulo: EPU.
Alencar, E. M. L.
S. (1994). Perspectivas e desafios da educação do superdotado. Em
E. M. L. S. Alencar (Org.), Tendências e desafios da
educação especial (pp. 104-124). Brasília:
Secretaria de
Educação Especial.
Alencar, E. M. L.
S. (2001). Criatividade e educação de superdotados.
Petrópolis: Vozes.
Olá Claudia,
ResponderExcluirEm meio a uma pesquisa caí no seu blog e estou me deliciando com os textos :)
sou mãe de uma menina com altas habilidades, diagnosticada aos 5 anos após uma serie de problemas com escola e dificuldades de interagir com colegas, hoje ela está com 10 está bem inserida, se mantem um pouco isolada dos amigos, mas interage bem com outras crianças da mesma idade, apenas não cria vínculos a ponto de ir na casa brincar, chamar p passear etc
Obrigada por compartilhar o conhecimento
bjs
p.s. tb fui uma criança com altas habilidades, acho q isso me ajuda a me relacionar melhor com a minha filha e ajuda-la em suas necessidades afetivas
Olá,Ostra,
ResponderExcluirFico feliz que você tenha gostado do Blog e de saber que, apesar dos percalços que você mencionou em seu comentário, hoje, a sua filha (que tem quase a idade da minha filha mais velha) está bem.
Venha participar do grupo “Mãe de Crianças Superdotadas”, que eu tenho no facebook. Este grupo é destinado para os pais que procuram o melhor para o desenvolvimento do seu filho em todos os aspectos e também para os profissionais e pessoas quem possuem interesse, na área da superdotação.
Todos serão bem vindos. Não é necessário que você tenha um filho comprovadamente superdotado.
O grupo é fechado, para que as pessoas tenham mais liberdade de expressão, para que não tenham medo de tirar suas dúvidas e sofrer consequências ruins por isso.
Minha intenção, no grupo, é divulgar notícias, informações, tirar dúvidas jurídicas ou dar a minha opinião sobre a minha experiência, enquanto consultora jurídica e escritora do Blog maedecriancassuperdotadas.blogspot.com.
Se você não estiver encontrando o grupo no facebook, peça para me adicionar como amiga, que eu te coloco no grupo, ok ?
Abraços,
Claudia Hakim