PEDAGOGIA
Howard Gardner
01/07/2011 01:08
Extraído do site : http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/howard-gardner-307909.shtml
Frases de Howard Gardner:
“A educação precisa justificar-se realçando o entendimento humano”
“Todos os indivíduos têm potencial para ser criativos, mas só serão se quiserem”
Howard Gardner nasceu em Scranton, no estado norteamericano da Pensilvânia, em 1943, numa família de judeus alemães refugiados do nazismo. Ingressou na Universidade Harvard em 1961 para estudar história e direito, mas acabou se aproximando do psicanalista Erik Erikson (1902-1994) e redirecionou a carreira acadêmica para os campos combinados de psicologia e educação.
Na pós-graduação,
pesquisou o desenvolvimento dos sistemas simbólicos pela inteligência humana
sob orientação do célebre educador Jerome Bruner. Nessa época, Gardner
integrou-se ao Harvard Project Zero, destinado inicialmente às pesquisas sobre
educação artística.
Em 1971, tornou-se co-diretor do projeto, cargo que mantém
até hoje. Foi lá que desenvolveu as pesquisas sobre as inteligências múltiplas.
Elas vieram a público em seu sétimo livro, Frames of Mind, de 1983, que
o projetou da noite para o dia nos Estados Unidos. O assunto foi aprofundado em
outro campeão de vendas, Inteligências Múltiplas: Teoria na Prática,
publicado em 1993.
Nos escritos sobre educação que se seguiram, enfatizou a
importância de trabalhar a formação ética simultaneamente ao desenvolvimento
das inteligências. Hoje leciona neurologia na escola de medicina da
Universidade de Boston e é professor de cognição e pedagogia e de psicologia em
Harvard.
Nos últimos anos, vem pesquisando e escrevendo sobre criadores e
líderes exemplares, tema de livros como Mentes Extraordinárias. Em 2005,
foi eleito um dos 100 intelectuais mais influentes do mundo pelas revistas Foreign
Policy e Prospect.
Formado no campo da psicologia e da neurologia, o cientista norte-americano
Howard Gardner causou forte impacto na área educacional com sua teoria das
inteligências múltiplas, divulgada no início da década de 1980. Seu interesse
pelos processos de aprendizado já estava presente nos primeiros estudos de
pós-graduação, quando pesquisou as descobertas do suíço Jean Piaget (1896-1980).
Por outro lado, a
dedicação à música e às artes, que começou na infância, o levou a supor que as
noções consagradas a respeito das aptidões intelectuais humanas eram parciais e
insuficientes.
Até ali, o padrão mais aceito para a avaliação de inteligência eram os testes de QI, criados nos primeiros anos do século 20 pelo psicólogo francês Alfred Binet (1857-1911) a pedido do ministro da Educação de seu país. O QI (quociente de inteligência) media, basicamente, a capacidade de dominar o raciocínio que hoje se conhece como lógico- matemático, mas durante muito tempo foi tomado como padrão para aferir se as crianças correspondiam ao desempenho escolar esperado para a idade delas. “Como o aprendizado dos símbolos e raciocínios matemáticos envolve maior dificuldade do que o de palavras, Binet acreditou que seria um bom parâmetro para destacar alunos mais e menos inteligentes”, diz Celso Antunes, coordenador-geral de ensino do Centro Universitário Sant’ Anna, em São Paulo. “Mais tarde, Piaget também destacou essa dificuldade e, dessa forma, cresceu exponencialmente a valorização da inteligência lógico-matemática.”
Até ali, o padrão mais aceito para a avaliação de inteligência eram os testes de QI, criados nos primeiros anos do século 20 pelo psicólogo francês Alfred Binet (1857-1911) a pedido do ministro da Educação de seu país. O QI (quociente de inteligência) media, basicamente, a capacidade de dominar o raciocínio que hoje se conhece como lógico- matemático, mas durante muito tempo foi tomado como padrão para aferir se as crianças correspondiam ao desempenho escolar esperado para a idade delas. “Como o aprendizado dos símbolos e raciocínios matemáticos envolve maior dificuldade do que o de palavras, Binet acreditou que seria um bom parâmetro para destacar alunos mais e menos inteligentes”, diz Celso Antunes, coordenador-geral de ensino do Centro Universitário Sant’ Anna, em São Paulo. “Mais tarde, Piaget também destacou essa dificuldade e, dessa forma, cresceu exponencialmente a valorização da inteligência lógico-matemática.”
Trabalho dos gênios
Sob a influência do
norte-americano Robert Sternberg, que estudou as variações dos conceitos de
inteligência em diferentes culturas, Gardner foi levado a conceituá-la como o
potencial para resolver problemas e para criar aquilo que é valorizado em
determinado contexto social e histórico. Na elaboração de sua teoria, ele
partiu da observação do trabalho dos gênios. “Ficou claro que a manifestação da
genialidade humana é bem mais específica que generalista, uma vez que bem
poucos gênios o são em todas as áreas”, afirma Antunes.
Gardner foi buscar
evidências também no estudo de pessoas com lesões e disfunções cerebrais, que o
ajudou a formular hipóteses sobre a relação entre as habilidades individuais e
determinadas regiões do órgão. Finalmente, o psicólogo se valeu do mapeamento
encefálico mediante técnicas surgidas nas décadas recentes. Suas conclusões,
como a maioria das que se referem ao funcionamento do cérebro, são
eminentemente empíricas.
Ele concluiu, a princípio, que há sete tipos de
inteligência:
1. Lógico-matemática é a capacidade de realizar operações numéricas e de fazer deduções.
2. Lingüística é a habilidade de aprender idiomas e de usar a fala e a escrita para atingir objetivos.
3. Espacial é a disposição para reconhecer e manipular situações que envolvam apreensões visuais.
4. Físico-cinestésica é o potencial para usar o corpo com o fim de resolver problemas ou fabricar produtos.
5. Interpessoal é a capacidade de entender as intenções e os desejos dos outros e conseqüentemente de se relacionar bem em sociedade.
6. Intrapessoal é a inclinação para se conhecer e usar o entendimento de si mesmo para alcançar certos fins.
7. Musical é a aptidão para tocar, apreciar e compor padrões musicais.
Mais tarde, Gardner acrescentou à lista as inteligências natural (reconhecer e
classificar espécies da natureza) e existencial (refletir sobre questões
fundamentais da vida humana) e sugeriu o agrupamento da interpessoal e da
intrapessoal numa só.
A primeira implicação da teoria das múltiplas inteligências é que existem talentos diferenciados para atividades específicas. O físico Albert Einstein tinha excepcional aptidão lógico-matemática, mas provavelmente não dispunha do mesmo pendor para outros tipos de habilidade. O mesmo pode ser dito da veia musical de Wolfgang Amadeus Mozart ou da inteligência físico-cinestésica de Pelé. Por outro lado, embora essas capacidades sejam independentes, raramente funcionam de forma isolada.
O que leva as pessoas a desenvolver capacidades inatas são a educação que recebem e as oportunidades que encontram. Para Gardner, cada indivíduo nasce com um vasto potencial de talentos ainda não moldado pela cultura, o que só começa a ocorrer por volta dos 5 anos.
Segundo ele, a educação costuma errar ao
não levar em conta os vários potenciais de cada um. Além disso, é comum que
essas aptidões sejam sufocadas pelo hábito nivelador de grande parte das
escolas. Preservá-las já seria um grande serviço ao aluno. “O escritor imita a
criança que brinca: cria um mundo de fantasia que leva a sério, embora o separe
da realidade”, diz Gardner.
Enfoques variados, habilidades
diversas
Muitas escolas, inclusive no
Brasil, se esforçaram para mudar seus procedimentos em função das descobertas
de Howard Gardner. A maneira mais difundida de aplicar a teoria das
inteligências múltiplas é tentar estimular todas as habilidades potenciais dos
alunos quando se está ensinando um mesmo conteúdo.
As melhores estratégias
partem da resolução de problemas. Segundo Gardner, não é possível compensar
totalmente a desvantagem genética com um ambiente estimulador da habilidade
correspondente, mas condições adequadas de aprendizado sempre suscitam alguma
resposta positiva do aluno – desde que elas despertem o prazer do aprendizado.
O psicólogo norte-americano atribui à escola duas funções essenciais : modelar
papéis sociais e transmitir valores. “A missão da educação deve continuar a ser
uma confrontação com a verdade, a beleza e a bondade, sem negar as facetas
problemáticas dessas categorias ou as discordâncias entre diferentes culturas”,
escreveu.
Pela própria natureza de suas descobertas, o trabalho de Gardner
favorece uma visão integral de cada indivíduo e a valorização da multiplicidade
e da diversidade na sala de aula.
Para pensar
Uma das conseqüências nefastas da
valorização exclusiva da inteligência lógico-matemática é a tendência de
definir o desempenho dos alunos mais pelo que eles não são (dada a
impossibilidade de que todos se destaquem numa única área de conhecimento) do
que pelo que são. Ainda prevalece o hábito de valorizar as habilidades
relacionadas às artes e aos esportes apenas nas chamadas atividades
extracurriculares. Você acha que, na prática diária, isso pode começar a ser
mudado? De que forma?
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