Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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sábado, 3 de setembro de 2011

A impressionante história de Hellen Keller : uma superdotada cega e surda



Helen Keller e a professora Anne Sullivan (1887)


Outro dia, comentei aqui no meu blog, sobre altas habilidades / superdotação e deficiência, a dupla necessidade educacional, http://maedecriancassuperdotadas.blogspot.com/2011/08/altas-habilidadessuperdotacao-e.html.


Hoje me lembrei de um dos maiores exemplos deste caso (superdotação e deficidência), que é o da Helenn Keller, que aos dezoito meses de idade ficou cega e surda e de sua luta árdua e vitoriosa para se integrar na sociedade, tornando-se além de celebre escritora, filosofa e conferencista, uma personagem famosa pelo trabalho incessante que desenvolveu para o bem estar das pessoas portadoras de deficiências.

http://helenkeller1880.vilabol.uol.com.br






Nasceu em 27 de junho de 1880 em Tuscumbia, Alabama, descendendo de família tradicional do Sul dos Estados Unidos. Seu pai, Capitão Arthur Keller, era homem de influência em sua comunidade, editor do Jornal “The Tuscumbia Alabamian” e foi nomeado Prefeito do Alabama do Norte em 1685.

Helen Keller perdeu subitamente a visão e a audição devido a uma doença que foi diagnosticada naquela época, como febre cerebral, sondo provável que tenha sido escarlatina. Passou os primeiros anos de sua infância sem orientação adequada que lhe permitisse desenvolver-se aprendendo sobre o mundo ao seu redor.

Alguns meses antes de Helen completar 7 anos de idade, Anne Sullivan, uma professora de vinte a um anos, foi morar em sua casa para ensiná-la. A chegada de Anne na case do Helen dou-se no dia 3 do março de 1687.

A professora Anne Sullivan havia estudado na Escola Perkins para Cegos (Perkins School for the Blind), pois, quando criança tinha sido cega, mas recuperou a visão através de nove operações. Sua indicação para ensinar Helen foi feita por Alexander Graham Bell, que havia sido procurado pelos pais de Helen. Desde essa época, professora e aluna, tornaram-se inseparáveis até a morte do Anne Sullivan em 1935.

Até a chegada da professora, Helen Keller ainda não falava e não compreendia o significado das coisas.

Anne Sullivan assumiu a tarefa de ensinar Helen e para isso necessitou de muita coragem a persistência. As alunas cegas da Escola Perkins fizeram-lhe uma boneca pare levar A Helen. o vestido dessa boneca to feito por Laura Bridgman, primeira cega-surda educada na Perkins. Anne Sullivan iniciou seu trabalho com Helen utilizando a boneca e tentando relacionar o objeto à palavra atreves da soletração da palavra “BONECA” pelo alfabeto manual. Helen logo aprendeu a repetir as letras correta­mente, mas não sabia que as palavras significavam coisas. Aprendeu através desse método, um tanto incompreensível para ela, a soletrar, com o uso das mãos, varias palavras.

No dia 5 do abril de 1887 Helen e sua professora estavam no quintal da casa, perto de um poço, bombeando água. A professora Sullivan colocou a mão de Helen na água fria o sobre a outra mão soletrou a palavra “água” primeiro vagarosamente, depois rapidamente. De repente, os sinais atingiram a consciência de Helen agora com um significado. Ela aprendeu que “água” significava algo frio e fresco que escorria entre suas mãos. A seguir, tocou a terra e pediu o nome daquilo e, a anoitecer já havia relacionado trinta palavras a seus significados.

Este foi o começo da educação de Helen Keller. Numa sucessão rápida ela aprendeu os alfabetos braille e manual, facilitando assim, sua aprendizagem da escrita e leitura. Em 1890 ela surpreendeu a “Professora” (como chamava à Anne Sullivan) pedindo para aprender a falar. Helen Keller aprendeu a falar aos dez anos. “Eu tinha dez anos quando Annie *Annie é o tratamento familiar de Anne* me levou a primeira lição de linguagem falada em casa de Miss Sarah Fuller (Diretoria da Escola de Surdos Horace Mann). Os poucos sons que eu então produzia, eram ruídos inexpressivos, quase sempre roucos, pelo esforço que empregava para obtê-los. Pondo minha mão em seu rosto, para que eu sentisse a vibração de sua voz, Miss Fuller ia repetindo vagarosamente e muito claro, o som *ahm*, enquanto Miss Sullivan soletrava a palavra *ahm* na minha mão. Eu ia imitando como podia, conseguindo ao fim de algum tempo, articular o som a contento da mestra. Ao final de minha décima primeira lição, fiz uma surpresa para Annie, puxei-a pelo braço, coloquei a posição da língua e disse claramente: “EU NÃO SOU MAIS MUDA”.


Sob a orientação de Anne Sullivan, matriculou-se no Instituto Horace Mann para Surdos de Boston e depois na Escola Wright-Humason Oral de Nova Yorque onde, durante dois anos, recebeu lições de linguagem falada e de leitura pelos lábios.

Helen Keller além de aprender a ler, escrever e falar demonstrou, também, excepcional eficiência no estudo das disciplinas do currículo regular.

Quando pequena, Helen Keller costumava dizer: “Algum dia cursarei uma faculdade” e de fato cursou. E 1898 entrou na Escola Cambridge para Moças; em 1900, para a Universidade Radcliffe onde, em 1904, recebeu seu diploma de bacharel em filosofia. Durante seu período de estudante a professora Anne Sullivan foi sua orientadora constante transmitindo todas as aulas para Helen, através do alfabeto manual, encorajando-a e estimulando-a. Todos os livros de consulta que não existiam em braille eram laboriosamente soletrados nas mãos de Helen. Além das aulas da Universidade, Anne soletrava aulas de francês, latim e alemão.


Helen Keller e Polly Thomson (1937)



Helen Keller e Winifred Corbally visitando John Kennedy em 1961


Com a obtenção de seu grau de bacharel, acabaram-se os dias de educação formal de Helen. Todavia, através de toda sua vida, continuou a estudar e manter-se informada sobre todos os assuntos de importância para o mundo moderno. Em reconhecimento de sua capacidade e realizações acadêmicas, Helen Keller recebeu títulos e diplomas honorários das Universidades Temple e de Harward e das Universidades da Escócia (Glasgow)! Alemanha (Berlim), índia (Nova Delhi) e de Witwaterstrand (Johannesburg. África do Sul).

Em 1905 a professora Anne Sullivan casou-se com John A. Macy, eminente crítico literário. O casamento não interrompeu o relacionamento de aluna e professora. Helen Keller foi morar com o casal que continuou auxiliando-a em seus estudos e outras atividades. Antes de se formar Helen Keller fez sua estréia na literatura escrevendo sua autobiografia “A História de Minha Vida”, publicada em 1902, e em seguida no Jornalismo com uma serie de artigos no “Ladies Home Journal”. A partir dessa data não parou mais de escrever. Em seus trabalhos literários Helen usava a máquina de datilografia braille preparando os manuscritos e depois copiava-os numa máquina de datilografia comum.

Escreveu inúmeros artigos para revistas e alem da “História de Minha Vida”, escreveu vários livros entre os quais:

“Otimismo - um ensaio”

“A Canção do Muro de Pedra

“O Mundo em que Vivo

“Lutando Contra as Trevas” (Minha professora Anne Sullivan Macy).

“Minha Religião”

“Minha Vida de Mulher”

“Paz no Crepúsculo”

“Helen Keller na Escócia”

“O Diário de Helen Keller

“Vamos ter Fé”

“Dedicação de Uma Vida”

“A Porta Aberta”

Seus livros foram transcritos em várias línguas. Em 1954, “A História de Minha Vida”, após cinqüenta anos de sua primeira publicação como livro, foi traduzido em cinqüenta línguas.

Helen Keller recebeu numerosos prêmios de grande distinção. Em junho de 1952 foi feita Cavaleiro da Legião de Honra da França.

Em reconhecimento ao estimulo que seu exemplo e presença deram aos trabalhos para cegos nos paises que visitou, os governos do Brasil, Japão, Filipinas e Líbano conferiram-lhe, respectivamente, as seguintes condecorações: Ordem do Cruzeiro do Sul, do Tesouro Sagrado, do Coração de Ouro e Medalha de Ouro de Mérito.

Helen Keller recebeu também, o Prêmio Américas para a União Interamericana, o premio Medalha de Ouro do Instituto Nacional de Ciências Sociais e outros.

Tornou-se membro honorária de sociedades científicas e organizações filantrópicas dos cinco continentes.

No Qüinquagésimo aniversário de sua graduação, a Universidade Radcliffe outorgou-lhe o “Prêmio Destaque a Aluno”.

Uma grande honraria foi também concedida a Helen Keller, em 1954, quando seu local de nascimento, Ivy Green, em Tuscumbia, foi transforma­do em museu permanente. A cerimônia realizou-se em 7 de malo de 1954, com a presença de diretores da American Foundation for the Blind e de outras autoridades. Juntamente com esse acontecimento, realizou-se, também, a premier do filme biográfico de Helen Keller, “Os Inconquistados” o fume posteriormente recebeu novo titulo “Helen Keller e sua História”. Em 1955 esse filme ganhou o prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, como o melhor documentário de longa metragem do ano.

“Quando uma porta de felicidade fecha-se, uma outra se abre; mas muitas vezes, nós olhamos tão demoradamente para a porta fechada que não podemos ver aquela que se abriu diante de nós”.

“É maravilhoso ter ouvidos e olhos na alma. Isto completa a alegria de viver”.

“Não há barreiras que o ser humano não possa transpor”.

2 comentários:

  1. Menina ,eu assisti o filme "O milagre Anne Sullivan"è impactante .È muito interessante que naquela época existia uma educadora que aceitou o desafio (que naquela época era um desafio impossível)e foi magnífica ,pois percebeu as potencialidades da Anne Sullivan.Quiseramos nós termos educadoras desta sensibilidade.(Temos muitas maravilhosas mas não somam a maioria,infelizmente)Resumo... esta história é uma liçao de vida.(Me perdoem pelo clichê)

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  2. Eu tb fico arrepiada com esta história.. Acho muito forte e impactante a vida que esta pessoa teve..

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