Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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domingo, 17 de abril de 2011

Vejam o que a falta ou um diagnóstico equivocado de altas habilidades pode fazer com uma pessoa :

Recebi este e-mail hoje, que me foi enviado pela irmã de um portador de altas habilidades (ela também alto habilidosa, como vocês poderão ver) e reparem como é complicado e delicada a questão da falta de um bom diagnóstico ou de um diagnóstico equivocado e o que pode ocasionar na pessoa mal diagnosticada :

"Bom dia Claudia,

Meu nome é X, tenho 28 anos e sou PAH. Recentemente consegui que minha mae me revelasse os resultados das avaliaçoes feitas na minha infancia (sempre soube que eu e meu irmao eramos PAH, porque eu fui acelerada para a primeira serie, entao algumas explicaçoes ela teve que nos dar). Com essa nova informaçao, comecei a ler sobre o assunto, e, além de entender muitas coisas sobre mim mesma, descobri algumas informaçoes interessantes sobre o meu irmao.

Meu irmao tem 25 anos, desde a infancia ele foi diagnosticado com SDAH (acho que ela quis dizer TDAH), fazendo terapia clinica e farmacologica até hoje. Sempre discuti com a minha mae, pois eu sempre tive a sensaçao que nao poderia ser verdade, porque ele nunca teve problemas para se concentrar nas coisas que ele gostava, ele sò tinha problemas na escola, e eu sempre achei que ele se escondia atràs desse diagnòstico, sequer tentando obter bons resultados academicos.

Obviamente, a situaçao sò piorou, e o fato de ter a irma mais velha com otimos resultados academicos acabou gerando um problema grave de auto-estima. Apesar de todas as dificuldade na escola, meu irmao passou sem problemas no vestibular da UFRGS 7 anos atràs, mas até hoje nao conseguiu ir adiante. Depois de 6 anos sem concluir sequer as disciplinas do segundo ano, esse ano ele trocou de curso (de geologia para engenharia cartogràfica, o que me faz pensar que tenha sido sò uma tentativa de zerar o contador dos anos, justificando o porque de nao ter terminado ainda o curso). Os remedios que ele toma para SDAH obviamente nao funcionam, e finalmente, lendo para a minha mae as caracteristicas de supersensibilidade do tipo psicomotora, ela se convenceu que o diagnostico do meu irmao està errado, e que ele precisa de um acompanhamento completamente diferente.

Gostaria entao de pedir uma indicaçao de um profissional que seja capaz de confirmar se o diagnòstico dele realmente foi errado, e principalmente, gostaria de alguém que pudesse ajudà-lo a se conhecer melhor, seja o seu potencial, seja entender o porque das dificuldades dele. Se voce conhece alguém em porto alegre para nos indicar, agradeço muito.

Peço desculpas pela falta de acentuaçao, mas vivo no exterior e meu teclado nao permite o uso de muitos dos acentos do portugues.

Obrigada, e parabéns pelo blog !"


Vejam quantas situações delicadas e complicadas podemos extrair deste e-mail, decorrentes da falta de um bom diagnóstico ou de um diagnóstico equivocado :

1) A falta de diálogo franco e sincero e de abertura entre mãe e filhos, sobre a situação da criança ser portadora de altas habilidades e como isto irá lhe afetar. Esta questão acaba esbarrando num dos mitos que postei, aqui na comunidade e no blog, que é o direito que a criança superdotada tem, de saber que é portadora de altas habilidades. Não é só um direito, mas, também uma necessidade que esta criança tem de se sentir identificada, diferente, especial, portadora de um dom e dela se situar no mundo, na sociedade e como ela e os seus familiares vão lidar com isto.

2) O segundo ponto é o diagnóstico equivocado. Isto é complicadíssimo. Vejam o que um diagnóstico errado pode causar em uma criança e as dificuldades que ela vai sentir, já na fase adulta.

3) Esta questão de começar e largar ou se desinteressar da faculdade, infelizmente, é comum ocorrer entre os superdotados.

4) A angústia da irmã ao me dizer que gostaria da indicação de alaguém que seja capaz de confirmar se o diagnòstico dele realmente foi errado, e principalmente, gostaria de alguém que pudesse ajudá-lo a se conhecer melhor, seja o seu potencial, seja entender o porque das dificuldades dele.. Vejam como é ruim a falta ou um diagnóstico equivocado...


O que vocês têm a me dizer sobre esta situação ???

5 comentários:

  1. Claudia, este diagnóstico foi feito há uns 15- 17 anos. Como era o conhecimento sobre esta área? Que tipo de avaliações eram utilizadas? Atualmente já é tão difícil... Lamentável um erro influenciar negativamente, mas com certeza uma boa indicação será um caminho que ajudará muito.

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  2. Oi Claudia, interessante essa história!
    Fico pensando se um diagnóstico neste momento, seria a manutenção de um rótulo tanto quanto o primeiro.
    No entanto, talvez passar por uma análise e ter a oportunidade de encontrar-se em si mesmo e descobrir sobre sua individualidade poderia ser um bom recomeço.
    O que será que ele pensa sobre tudo isso?
    bj
    Margareth

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  3. Eu já orientei a irmã dele, que foi quem me procurou e indiquei profissionais gabaritados lá em Porto Alegre. Margareth, acho que a questão do rótulo não deve interferir tanto, se ela for bem conduzida. O importante é a pessoa se identificar e saber porquê é diferente e como lidar com esta diferença. Tenho dois filhos superdotados que não são rotulados. Não uso esta expressão, ou termos, mas a realidade é que eles apresentam esta diferença e facilidade de aprendizagem, e enxergam o mundo e reagem de forma diferente a ele.. Eles merecem saber porquê pensam de forma diferente e se não tiverem um diagnóstico, vai ser muito difícil saber porque, ao longo da vida...

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  4. Olá Claudia, sou de São Paulo, tenho um filho que hoje aos 16 anos, não se sente inserido em nada. Acredito que nunca foi diagnosticado de forna correta, apesar de ter muitas características do que chamam de super dotados. Tem algum profissional que possa me indicar em SP? Vc acha que aos 16 anos ainda posso ajuda-lo? Ele pretende prestar vestibular para engenharia Química esse ano, mas sinto que ele está desmotivado. Agradeço muito se me der uma luz.

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    1. Paula Bia, Indico a profissional e especialista em sueprdotação : Marina Chalom
      Celular : 9 81812737
      Consultório : 2691 1598
      Rua Paulistânia 242, cj. 22, Vila Madalena.
      mchalom@gmail.com

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