Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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terça-feira, 15 de março de 2011

Alfabetização precoce : condição para adiantamento escolar

Texto enviado em colaboração ao meu blog, pela Dra. Christina Cupertino

1 Publicado em Dois Pontos- teoria & prática da Educação, v. 5, n. 41, março/abril de 1999, p. 59-61.

2 Doutora em Psicologia, professora e pesquisadora da Universidade Paulista – UNIP/Objetivo, especializada no estudo dos potenciais diferenciados e dos processos criativos.

Como o texto é bem longo, eu o dividi em 3 partes, sendo que uma quarta parte consiste nos meus comentários e a minha impressão sobre o maravilhoso texto de produção da Doutora Christina Cupertino. Abaixo, segue a primeira das 4 partes do texto :


Vivemos no cotidiano escolar a premência, em alguns momentos, de ter que avaliar crianças recém matriculadas na primeira série do ensino fundamental, cujos pais solicitam o adiantamento (ou aceleração) em virtude do fato de "já saberem ler e escrever", muitas vezes por terem aprendido sozinhas.


Interpretado como sinal de inteligência superior, esse fato origina a necessidade de análise cuidadosa de todos os aspectos envolvidos, entre os quais alguns serão apresentados e discutidos a seguir.


A aceleração em geral


A aceleração é entendida mais freqüentemente como "pular o ano", apesar de existirem no presente formas mais flexíveis de adaptar os conteúdos escolares às diferenças de ritmo e de interesse dos alunos. Vista dessa forma, é considerada uma prática controvertida, em qualquer momento da vida escolar da criança.


A questão da aceleração escolar, é importante que se diga de início, é pertinente apenas em sistemas escolares ainda baseados na concepção de um sujeito depositário virtual de um conhecimento já estabelecido, cujo representante é o professor. Nesse contexto, conteúdo e didática são previamente estabelecidos, em seqüência ditada pela lógica linear, para alunos agrupados dentro dos critérios de semelhança mais precisos que se puder obter.


Não pertence, portanto, ao âmbito da contemporânea atenção à diversidade, que defende posturas mais condizentes com a vertente construtivista, gerando formas de organização escolar onde prevalecem a inclusão dos diferentes, os agrupamentos por interesse e as salas de recursos, todas dirigidas à maximização do aproveitamento, entre outras coisas, dos ritmos diferentes de aprendizado e das habilidades específicas de cada aluno.


A principal objeção quanto ao adiantamento da criança na escola refere-se ao possível prejuízo da sociabilidade, pela valorização de um aspecto do desenvolvimento apenas: o intelectual-cognitivo. Baseia-se, de fato, em um preconceito pelo qual supõe-se que o desenvolvimento infantil acontece de modo uniforme nas diferentes esferas (emocional, social, intelectual) e que, ao mostrar precocidade em uma área, a criança está apta a adaptar-se também no que se refere às demais.


Por outro lado, existem argumentos quanto ao fato de que, num sistema seriado, agrupado por semelhanças e orientado para a média, essa pode ser a única saída para aqueles que sentem-se pouco estimulados ao ponto de comprometerem seu interesse pelo estudo de modo geral. Nesse caso, as avaliações pedagógica e psicológica do aluno são fundamentais, para atender às discrepâncias entre diferentes níveis de maturidade.


A questão da aceleração refere-se à elaboração dos currículos, e à sua maior ou menor flexibilidade. Algumas posições são adotadas, em diferentes países, quanto a ela.



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