Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Da tendência de nós, pais de crianças superdotadas, querermos que eles sejam perfeitos em tudo..

Existe uma tendência, ainda que inconsciente, de nós, pais de crianças PAH´s, querermos que os nossos filhos sejam perfeitos em tudo.

É natural que, eles, tão cedo, comecem a despontar diante de seus coleguinhas, aprendendo a ler mais cedo do que eles, por vezes, a desenhar, tocar algum instrumento, fazer contas melhor do que os seus coleguinhas.. E nós, pais, nos acostumamos com os elogios que advém das proezas de nossos filhos.. das outras pessoas, dos nossos amigos, parentes, etc..

Ficamos tão acostumados com estes elogios, que acabamos aceitando o fato de que os nossos filhos são, naturalmente, melhor do que outras crianças..

Mas.. uma hora.. percebemos que não é bem assim... Sempre vai ter um ponto, alguma questão.. algum lugar, em que os nossos filhos vão apresentar dificuldades. A maioria dos pais de crianças superdotadas reclama que o que pega mais é questão motora. É o tal do assincronismo da questão motora com a questão intelectual (ou seja, a questão motora não acompanha o intelectual...).

Outros reclamam da parte social. Que os seus filhos, apesar de demonstrarem enorme facilidade de aprender, têm dificuldade de se relacionar, se sociabilizar.

Outros pais, reclamam que seus filhos não acompanham os coleguinhas na questão desportiva. Que não gostam de jogar futebol, ou que não jogam bem, ou que não fazem bem determinada atividade física, etc. .

Enfim.. é normal acontecer da criança alto habilidosa não conseguir ser tão perfeita ou tão capaz em uma ou outra área de seu desenvolvimento. Mas, para nós, pais, de crianças PAH´s isto é muito mais difícil de encarar do que para os pais de crianças "normais". Porquê ???

Porque, desde que os nossos filhos são bebês, estamos acostumados a só ouvir elogios de suas proezas... nos aconstumamos tanto a ouvir só elogios.. que não sabemos lidar com as imperfeições.. ou melhor, com as "normalidades" que eles apresentam..

Bom.. no meu caso, eu acabei aprendendo, por conta da história da minha filha mais velha.

Quando ela tinha por volta de seus 4 , 5, 6 anos, toda vez que ela lidava com algum desafio, jogo, ou situação que fugia de seu controle, ou que ela perdia, era o fim do mundo.. chorava, chorava, chorava, com lágrimas sentidas, que quem estava do seu lado, nem sabia o que fazer para ampará-la. Com o tempo, fomos conversando com ela e explicando que, nem sempre ela iria ganhar ou saber tudo e que era normal ela não ganhar tudo, ou todos os jogos e competições ou se sair bem em todas as situações. Ao mesmo tempo, nós, pais, também fomos nos acostumando a lidar com estas situações de normalidade, dentro de sua excepcionalidade superior...

Quando chegou a vez de lidar com as imperfeições de nosso filho também superdotado, mais novo, foi muito mais fácil. Ele também não se cobra tanto, quando não sabe alguma coisa, não ganha algum jogo, ou quando a sua letra não é a mais bonita..

Enfim.. temos que ter muita paciência e saber que, apesar de nossos filhos serem maravilhosos e sensacionais em alguma área da aprendizagem, é normal que eles apresentem alguma dificuldade. E só com muito amor e carinho é que conseguiremos apoiá-los em suas dificuldadades e ajudá-los a se superarem !

6 comentários:

  1. Realmente, de tantos elogios, especialmente naquela fase menor em que é uma graça ver uma criança superdotada expor suas opiniões, vem mesmo como um choque quando nos deparamos com um lado não tão bem desenvolvido. Como você bem disse é com muito amor e diálogo que ajudamos a superar e ganhamos um excelente aprendizado.

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  2. Obrigada... Precisava saber dessas coisas.

    O meu sempre ganha no jogo da memória. E ontem ele perdeu e chorou e gritou e disse que não iria jogar mais. E eu fiquei sem saber o que fazer. rsrsr

    Ganhou um ATLAS e descobriu um erro, ( A bandeira do país CHADE estava na EUROPA)
    Desistiu deste atlas e quer um novo porque não aceita erros, nem dele nem de outros.
    Estava ficando meio perdida e sem controle até encontrar vocês...

    Grande Abraço

    PS: Está maravilhoso seu BLOG.

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  3. Paula. Obrigada por comentar, pois é importante para que os os pais de crianças superdotadas vejam como estas situações, relatadas em meu post são corriqueiras entre nós, pais de crianças PAH´s. Acho que tudo na vida destas crianças, e, por consequência na nossa, vem com uma intensidade e uma carga mais forte.. não ? Kari.. muito obrigada pelos elogios ! Sua participação, tanto aqui no blog, quanto na comunidade é muito importante ! O meu filho agia de maneira idêntica ao seu, quando perdia um jogo. Também dizia que não iria jogar mais (isto quando não arrumava briga com os demais participantes). Cabe a nós, pais, nestas horas, intervir e mostrar que é normal perder, faz parte e que ele não vai ganhar sempre. Com relação ao Atlas.. aconteceu a mesma coisa com o globo daqui de casa, que não tinha Israel no mapa (justo Israel, que é um país de suma importância, para nós, judeus, sendo que eles até aprendem o hebraico, na escola - a língua nativa daquele páis). No globo que eu comprei ao Rafa, marcava, no lugar de Israel, a Palestina.. e prá explicar para ele, porque no lugar de Israel estava a Palestina ??? Culpa das pessoas que fazem mal estes mapas, atlas e globos.. ha ha ha.. Depois, sobra prá gente ter que explicar porque Berimbau não é gaita.. ha ha ha

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  4. QUANTO A MEU FILHO, NO JOGO ANDA MAIS TRANQUILO,MAS QUANTO A CHAMAR SUA ATENÇAO AI AI AI, É UM PERERECO MESMO QUE NAO SEJA UMA BRONCA SÉRIA ,AS VZS SÓ PQ EU FALO, MAIS P/ ENSINÁ-LO DO QUE P/ BRIGAR;EMBURRA, ELE NAO É DE FAZER BIRRA ,MAS CONSEGUE FICAR HORAS SEM FALAR C/ GENTE. É INCRIVEL COMO SE MAGOA POR COISAS TAO BANAIS...

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  5. Nossa, eu tb me sinto assim! Como eu já lhe falei ainda n sei a Jú e superdotada, mas como ela sempre foi muito precoce p idade dela e tem facilidade p aprender, me acostumei a receber elogios a ela e tenho a tendência a competir a capacidade dela com de outras crianças. Acho q as pessoas n chegam a reparar isso, pois é mais uma briga interna do q externa. Eu luto contra mim mesma e tento n prejudicá-la com minhas expectativas.

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  6. Nanda. Sei bem o que vc se sente, pois, também, já passei por isto. Quando a Debora era pequena, eu a achava o máximo, perfeita, imbatível. Depois, com o tempo, fui vendo, que toda criança tem as suas qualidades e os seus defeitos. Minha filha (ou melhor, os meus filhos) não são diferentes disto e tb têm os seus defeitos, muito embora, possuam qualidades maravilhosas e que, de fato, saltam aos olhos das outras pessoas, mais do que os seus defeitos.. E, assim como você, lá atrás, eu também comparava as capacidades dela com as das outras crianças.. hj, aceito muito mais tranquilamente as normalidades dos meus filhos, assim como as suas habilidades !

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