Extraído do site : http://www.redebrasilatual.com.br/temas/educacao/2010/03/prefeitura-de-sao-paulo-desrespeita-direitos-de-pessoas-com-altas-habilidades/?searchterm=altas%20habilidades
Prefeitura de São Paulo desrespeita
direitos de pessoas com altas habilidades, diz associação
Entidade paulista,
especializada em projetos educacionais de estímulo a superdotados, acusa a
Secretaria Municipal de Esportes de omissão e descaso
Por: Cida de
Oliveira, especial para a Rede Brasil Atual
Publicado em
08/03/2010, 16:39
Última
atualização às 17:09
O
cancelamento de um projeto de educação inclusiva, com enfoque em altas
habilidades corporais, para detectar na comunidade crianças com talentos acima
da média, encomendado pela própria Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e
Recreação mostra o desrespeito aos direitos dessas pessoas. Esta é a
constatação feita opr especialistas, pais e familiares de alto habilidosos no
desenvolvimento de ações de apoio e de promoção de políticas públicas voltadas
a esse público.
O projeto
foi pedido em outubro de 2007, depois de uma palestra proferida por técnicos da
entidade aos professores do Centro Olímpico. O documento foi entregue no final
de novembro daquele ano à assessoria do secretário Walter Feldman. E dias
depois representantes da entidade e da secretaria se reuniram duas vezes. Como
a promessa de um novo contato, ainda naquele ano, não foi cumprida, a equipe
voltou a procurar o órgão público várias vezes. Ela conta que no último
encontro foram questionados alguns itens do projeto, que deveriam ser
adequados, mas mesmo assim saíram de lá com um manual de convênios da
Secretaria, que entre outras coisas lista todos os documentos necessários para
a assinatura do convênio.
Segundo a
entidade, duas outras reuniões foram marcadas logo após a tomada das
providências. Mas nenhuma delas aconteceu. Depois de vários telefonemas e
desencontros, em agosto de 2008 a associação recebeu um e-mail de uma assessora
técnica do gabinete do secretário, que não tinha participado dos encontros para
o andamento do projeto. A mensagem diz que, apesar da relevância indiscutível
da proposta, o ambiente ideal para sua realização é o escolar e que os custos
são elevados.
Indivíduos
com altas habilidades não estão só dentro de escolas, onde, aliás, há um tempo
mínimo destinado às atividades corporais e não há equipamento adequado. Além
disso, os clubes-escolas são frequentados por crianças de todas as idades,
inclusive da faixa entre 6 e 7 anos, idade em que as crianças têm maior
interesse em desenvolver atividades esportivas. Então, a que apresentasse a
alta habilidade para esportes seria convidada a participar de treinamentos
específicos.
“Indivíduos
com altos talentos têm necessidades especiais específicas, que geralmente são
ignoradas pela família e pelos professores. Sem estímulo para desenvolver suas
habilidades eles passam a ter problemas de socialização e são incompreendidos.
Por que então negar oportunidade para a detecção e desenvolvimento dessas
potencialidades?”, questiona Ada.
Procurado
pela reportagem da Rede Brasil Atual, o secretário Walter Feldman admitiu
falhas na comunicação entre a Secretaria durante todo o processo e reiterou que
o foco da pasta, no momento, é estabelecer e consolidar “programas para
desenvolver políticas públicas básicas”. E que “a proposta de nossa equipe
técnica é a implantação e o refinamento de projetos especializados à medida em
que essas políticas públicas se sedimentem, e não antes disso, o que certamente
propiciará maior possibilidade de êxito ao processo.”
Entre as leis que garantem os direitos da
pessoa com altas habilidades está a 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da
Educação). Segundo os artigos 58, 59 e 60, a expressão “necessidades
educacionais especiais” pode ser utilizada para se referir a crianças e jovens
cujas necessidades decorrem de sua elevada capacidade ou de suas dificuldades
para aprender.
Superdotados
são ignorados no Brasil
Futuros
líderes em potencial no campo da ciência, economia, política e da cultura,
entre outros, crianças e adolescentes com altas habilidades – também chamada de
superdotação – estão em toda parte: nas escolas, nos clubes e até nas ruas,
vítimas da evasão escolar.
Segundo
referenciais teóricos utilizados por especialistas, 20% de toda a população mundial
tem alguma habilidade acima da média. Longe da figura de gênio ou nerd, são
pessoas comuns, que também tiram notas baixas e muitas vezes sequer conhecem o
seu potencial.
A psicóloga
Jane Farias Chagas, do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília, é
autora de uma pesquisa com pré-adolescentes e adolescentes de baixa renda do
Distrito Federal. Segundo ela, o rendimento escolar de superdotados é similar
ao dos outros alunos. Dos jovens com altas habilidades avaliados, 42% já tinham
sido reprovados ou estavam defasados em relação à idade/série. Entre os outros
alunos, essa taxa chega a 50%.
Para ela, o
dado é explicado por fatores socioeconômicos, tédio do estudante, má
organização do currículo escolar e despreparo dos professores. Como não
encontram condições para explorar seu potencial, ficam frustrados e muitos até
desistem de estudar. E justamente por causa do desempenho acadêmico
insatisfatório, muitos superdotados passam despercebidos. "É necessário um
olhar mais apurado para perceber o potencial dessas crianças e dar um
acompanhamento correto", afirma a psicóloga. “Mais retraídos e com baixa
auto-estima, muitos desses talentos serão desperdiçados se pais e professores
não entenderem que notas baixas não são sinônimos de incapacidade”.
Segundo
Jane, nem pais nem professores estão preparados para detectá-los principalmente
porque ainda não há conhecimento suficiente sobre o assunto e o que já se sabe
é pouco disseminado. Sem contar que muitas vezes as informações disponíveis são
confusas e carregadas de mitos.
Há sinais
clássicos para os quais os pais devem estar atentos. Crianças que demonstram
habilidades não esperadas para a sua faixa etária, como ler precocemente ; que
aprendem com facilidade a tocar algum instrumento musical ou dominar elementos
numéricos; que dominam movimentos cinestésicos, como pular, dar cambalhotas,
dançar ; desenham com traços firmes e cheios de detalhes ; são criativas e dão
muitas respostas a um dado problema ; têm imaginação vívida ; curiosidade e
desejo por correr riscos certamente estão entre os 20% da população formada por
superdotados. “Essas habilidades não precisam ser extraordinárias, mas acima
da média”, diz Jane.
Para os pais
que suspeitam que os filhos têm altas habilidades, ela recomenda procurar um
atendimento especializado, indicado por psicólogos. E em casa, devem
incentivá-los, responder às suas exigências, permitir que se envolvam nas
atividades que lhes deem prazer e promover a interação com outras pessoas de
sua área de talento. “Os pais devem ter altas expectativas sobre o
desenvolvimento das habilidades dos filhos, porém sem um nível de cobrança
muito intenso”, ressalta.
Ela destaca
ainda que, nas escolas regulares, nem sempre há condições de identificar alunos
com altas habilidades porque é grande o desconhecimento das características de
crianças superdotadas. Muitos confundem superdotação com genialidade e
prodigialidade – casos extremos e raros. Além disso, na maioria dos casos os
currículos ainda são fechados e inflexíveis, os professores se limitam a
transmitir conteúdos e não dão espaço para a demonstração de talentos que não
sejam acadêmicos. “O talento não emerge onde não há um clima que favoreça a
criatividade e a expressão da diversidade das potencialidades humanas”.
Pela Lei de
Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, o curso de formação de
professores oferece disciplinas específicas sobre altas habilidades. Mas,
segundo especialistas, o conteúdo nem chega a ser ministrado porque a
prioridade é para o ensino de crianças com deficiências. Um avanço, na opinião
de Jane, são os Núcleos de Atividades para Altas Habilidades (NAAH), criados em
2005 pelo Ministério da Educação em parceria com estados e municípios. O
objetivo desses centros é fornecer capacitação para professores na detecção e
acompanhamento aos superdotados, além de atender alunos e seus familiares.
No Estado de
São Paulo, o NAAH funciona como um polo de capacitação de professores. Denise
Arantes, coordenadora do núcleo, conta que o trabalho iniciado há três anos
possibilitou a detecção de 1498 estudantes – o que ainda é pouco, levando-se em
conta que só a rede estadual tem mais de 5 milhões de alunos. “Eles são
incluídos em atividades especiais na própria escola ou estimulados a participar
de olimpíadas estudantis e de projetos em parcerias com universidades”, explica
Denise.
Mitos sobre
pessoas com altas habilidades
As
superdotação é uma questão genética e o ambiente tem pouca importância para o
desenvolvimento de habilidades e competências;
O
superdotado tem recursos intelectuais suficientes para desenvolver por conta
própria o seu potencial superior;
O aluno com
altos talentos apresenta um excelente desempenho acadêmico em todas as
disciplinas curriculares, além de ser excêntrico, emocionalmente instável e
isolado socialmente;
O potencial
superior se desenvolve apenas em contextos de nível sócio-econômico médio ou
elevado.
Fonte:
Denise de Souza Fleith, Educação de Alunos Superdotados – Desafios e Tendências
Atuais, Universidade de Brasília.
Direitos do
superdotado
• Saber mais
sobre o seu talento ;
• Aprender
uma coisa nova a cada dia ;
•
Desenvolver seu talento com paixão sem ter que pedir desculpas ;
• Ter uma
identidade para além do seu talento ;
• Se sentir
bem quando vivencia experiências de sucesso ;
• Errar ;
• Buscar
ajuda no desenvolvimento de seu talento ;
• Ter muitos
amigos ;
• Escolher
quais áreas de talento deseja se aprofundar e se especializar ;
• Não ter
que demonstrar seus talentos o tempo todo.
Fonte:
Associação Nacional para Crianças Dotadas e Talentosas, Estados Unidos.
Vejam como esta questão das habilidades corporais, que é tão séria e tão importante, é tratada com tanto descado pela nossa Prefeitura... E com isto, inúmeros talentos são desperdiçados, diariamente... Esta forma ignorante da Prefeitura visualizar este assunto e triste.. Imaginem só, o que seria do nosso país sem um Pelé, um Garrincha, um João do Pulo, que foram crianças e adolescentes talentosos descobertos por acaso.. A Prefeitura de São Paulo pode estar dseperdiçando diversos Garrinchas, Pelés e Joões do Pulo, neste momento.. muito triste...
ResponderExcluirMuito bom!
ResponderExcluirQueria perguntar se vocês não poderiam me ajudar na questão de direitos dos superdotados?
Meu nome é Tatiana e sou estudante.Infelizmente ainda ñ me avaliaram,embora a psicologa tenha quase certeza, pra saber se eu sou superdotada.
Por favor me respondam:
tatiana_ten@hotmail.com
Tatiana. Ja lhe respondi, por e-mail.
ResponderExcluirOi, adorei seu blog.
ResponderExcluirGostaria de saber se vc conhece uma escola boa aqui em SP na zl,Meu filho ainda esta em avaliação mas a psicologa e a coordenadora tem quase certeza que ele é superdotado. Aguardo resposta. Obrigada e boa sorte.Daniele.dani.gqueiroz@ig.com.br
Olá, Dani. Não conheço nenhuma escola na zona leste. Pesquisando no google, vi que tem um colégio Objetivo da Penha.
ResponderExcluirQuem está fazendo a avaliação ed seu filho ? A avaliadora conhece bem a questão de superdotação ? Se vc precisar falar com uma especialista, posso te indicar uma das melhores do Brasil, a Dra. Christnia Cupertino. Quais habilidades vc acha que ele possui ? O
que posso te dizer é que a boa escola é aquela que aceita os nossos filhos com as suas diferença e os respeita desta forma.
Em temos de superdotação, não há nenhuma escola que trabalhe especificamente e exclusivamente com crianças superdotadas.
O Cólégio Objetivo tem o POIT que faz um trabalho extra curricular com as crianças habilidosas, mas, não conheço a fundo este trabalho.
Como vc me diz que a psicóloga e a coordenadora da escola do seu filho o reconhecem como tal, sinto que ter o apoio do corpo diretivo ou da coordenadoria da escola já é um bom caminho, para que se confirmado o diagnóstico, ela te ajude a fazer um enriquecimento com ele, em sala de aula, ou na aceleração de série, se este for o consenso entre escola, pais, alunos e psicóloga. Infelizmente, as escolas brasileiras não estão preparadas para lidar com os alunos superdotados, e, neste caso, posso incluir, com conhecimento de causa, até as grandes e renomadas escolas. Por isto é que, netas horas, o importante é contar com o apoio da escola que melhor recebe o seu filho. Que o reconhece como superdotado ; que reconhece que ele é diferente e se propõe a trabalhar e estimular as diferenças dele como indivíduo e também no grupo !
Abraços,
Claudia Hakim
Meu nome e Lena Rios.Sou Mae de uma menina que com 1ano e 8 meses começou a reconhecer as letras e os numeros.Ela lia as placas dos carros.Com 2anos ela começou a lê as palvrinhas como gato,rato.coma etc...Hoje com 3 anos ela lê tudo e escreve igual a um adulto.Ela lê revista em quadrinhos,livros de hitorinhas e jornais etc...Escreve e conta de 1 ate 100.Sabe os numeros de1 ate 10 em ingles,as cores e algumas palavras em ingles.Todas as siglas dos estados do Brasil.Tambem usa o computador muito bem,digita os jogos que quer jogar,procura os videos no youtube,e conversa com os parentes pelo MSN.Tem ate MSN.Enfim mexe o computador todo e ainda quer ensinar o pai.Ela e superdotada?Obrigada!!!!
ResponderExcluirLena. Pelo que vc me conta, parece que sim. Mas, somente uma avaliação poderia dar esta certeza. Me diga de qual cidade e estado você é, para eu indicar um especilista para você levar a sua filha, para que ela seja avaliada. Veja, também, no meu blog, a seção de dicas de livros .. Vale à pena você ler, para ter mais informações sobre o tema !!
ResponderExcluir