Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

https://www.facebook.com/groups/aspergerteaesuperdotacaoporclaudiahakim/?ref=share

domingo, 4 de abril de 2010

Reportagem que eu participei









05/12/2007


Potencial ignorado


Escolas ainda têm dificuldade em identificar, acolher e desenvolver os alunos com altas habilidades


Carolina Costa, sob a coordenação da ANDI*


Márcia aprendeu a ler aos três anos e com cinco já resolvia enunciados envolvendo três ou mais operações matemáticas. Rafael tem quatro anos e desde os dois é capaz de ligar o computador sozinho, entrar na internet e encontrar seus sites de desenhos preferidos. Marcel aprendeu a tocar piano de ouvido aos três anos e hoje, cinco anos depois, é capaz de executar várias peças consideradas complexas até para músicos experientes. O senso comum prega que ter um filho ou um aluno superdotado é sinônimo de ter apenas alegrias: “Ele pode ser o que quiser no futuro.” Na vida real, no entanto, essas crianças costumam sofrer muito. A escola tradicional vem perdendo talentos pela incapacidade em reconhecer meninos e meninas com altas habilidades


Arrogante, superior, elitista, sabe-tudo. Esses são alguns dos adjetivos nada lisonjeiros com que são tachadas as Pessoas com Altas Habilidades (PAHs), nome para o que popularmente é chamado de “superdotado”. Os que antes eram os primeiros a se manifestar quando um professor fazia uma pergunta, logo se mostram tímidos, entediados, e até mesmo indisciplinados. Não raras vezes, preferem se esconder no anonimato a correr o risco de assumir sua condição especial.


“Fui repreendido por uma professora ao revelar a um colega que tinha altas habilidades”, desabafa Giovanni Ferreira, estudante de pedagogia da Universidade de São Paulo. Filho de agricultores pouco escolarizados, Giovanni sempre demonstrou ser um aluno diferente: aos oito anos, aprendeu inglês ouvindo a BBC e, pouco depois, montou sozinho uma estação de rádio de ondas curtas, seguindo instruções de um site norte-americano. Apesar de sua inteligência muito acima da média, passou boa parte da infância sendo considerado deficiente mental e chegou a ser internado em uma clínica psiquiátrica, onde, enfim, teve sua condição identificada.


O caso de Giovanni é um exemplo drástico de como a escola tradicional vem perdendo talentos pela incapacidade em reconhecer meninos e meninas com altas habilidades. Não há estatísticas oficiais, mas os especialistas acreditam que entre 3% e 5% das crianças e dos adolescentes no mundo apresentam algum tipo de inteligência acima da média – algumas estimativas elevam esse índice a surpreendentes 25%. “Muitos desses alunos estão sendo diagnosticados como hiperativos e voltam dos consultórios completamente dopados”, lamenta Christina Cupertino, consultora da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) para superdotação e, ela mesma, mãe de dois filhos PAHs, hoje com 26 e 28 anos.


Saiba Mais

Conheça alguns livros que falam sobre o assunto:

Educação de Superdotados: Teoria e Prática
Maria Clara Sodré S. Gama
Ed. EPU, 176 págs.
Preço sugerido: R$ 45,00

A Coragem de Ser Superdotado
Érika Landau
Ed. Arte e Ciência, 224 págs.
Preço sugerido: R$ 37,50

Capacidade e Talento – Um Programa para a Escola
Zenita Guenther
Ed. EPU, 120 págs.
Preço sugerido: R$ 50,00


Ao contrário do que se imagina, superdotados não são geniozinhos. “Eles costumam ter áreas em que são excepcionalmente talentosos, mas são normais em algumas e abaixo da média em outras”, explica Maria Clara Sodré, que há 17 anos trabalha com PAHs. Segundo ela, crianças com altas habilidades têm três características-padrão : precocidade ou talento em alguma área de desenvolvimento, pensamento divergente (criativo ou analítico) e dedicação obstinada. “Tenho um aluno que tem idéia fixa com origamis, chega a fazer 300 num dia, mas é um tremendo perna-de-pau no futebol”, brinca.


A definição de superdotação também não está atrelada apenas à capacidade de decorar conteúdos enciclopédicos ou resolver enunciados complexos. “Aquilo que esses estudantes fazem não é, em si, uma coisa extraordinária; é extraordinária para determinada idade. Uma criança de dois anos que aprende a ler, a fazer cálculos matemáticos ou a desenhar figuras humanas perfeitas está fazendo coisas excepcionais para sua faixa etária”, completa Maria Clara. À medida que o aluno vai ficando mais velho, não é mais a precocidade que indica a superdotação e sim a capacidade de fazer coisas que os outros não são capazes de fazer.


É o caso de Débora Hakim, 6, que aprendeu a ler aos três anos e, hoje, estuda em uma escola trilíngüe, onde está aprendendo sem dificuldades também o inglês e o hebraico. “Quando ela tinha quatro anos já estava completamente alfabetizada e a escola nos chamou, sugerindo acelerá-la de série”, recorda a mãe, Cláudia Hakim.
Conhecida por aceleração, a mudança de série de um aluno não é um consenso e passa por um processo bastante burocrático por parte dos Conselhos Estaduais de Educação, que avaliam o pedido dos pais e da escola antes de autorizar ou não que a criança pule um ou mais anos de estudos. Alguns especialistas alegam que a aceleração norteia a vida do aluno a partir da inteligência, esquecendo o lado afetivo, o amadurecimento e o aspecto motor que, muitas vezes, não acompanham o desenvolvimento intelectual.


Especialistas alegam que a aceleração norteia a vida do aluno a partir da inteligência, esquecendo o lado afetivo



“Estou lutando para conseguir acelerar a Débora”, afirma Cláudia. Em sala de aula, a garotinha trabalha separada do resto da turma e, muitas vezes, tem que responder às perguntas no ouvido da professora, para que os coleguinhas também possam ter oportunidade de responder. Outras vezes, ela tem de esperar para falar, mesmo sabendo a resposta.


A educadora Maria Clara defende que a aceleração seja feita paralelamente a outras ações de enriquecimento do estudante. “A escola freqüentemente diz que não pode avançar a criança porque ela é imatura no desenvolvimento social. O que mais me assusta quando se insiste nisso é que essa mesma escola, quando reprova o aluno, não faz a menor cerimônia em deixá-lo numa classe em que ele vai ser o único mais alto, ou o único que já tem buço ou seios. É uma desculpa capenga, não tem base sólida”, critica.


Para todos


A aceleração, no entanto, não é a única saída para desenvolver o potencial de jovens com altas habilidades. Pais e professores podem promover acesso a conteúdos extracurriculares. O Ministério da Educação (MEC) possui uma rede de Núcleos de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAH/S), espalhados pelo País, que contam com professores especializados para desenvolver o potencial desses alunos. De forma semelhante, algumas capitais possuem também Salas de Recursos, que os estudantes podem freqüentar no contraturno da escola tradicional.


“O maior problema é que os professores não sabem que têm superdotados em sala de aula”, alerta Susana Graciela Pérez Barrera Pérez, presidente do Conselho Brasileiro para Superdotação (ConBraSD). “No início das minhas palestras, costumo perguntar se alguém conhece uma pessoa com altas habilidades. Ninguém se manifesta. Mas depois de duas horas, sempre vem algum professor falar que acha que tem um aluno com esse perfil”, compara.


Preocupada com a falta de atendimento a esses estudantes, a Secretaria Estadual de Educação de São Paulo acaba de capacitar 270 agentes de ensino em todo Estado para identificar e trabalhar com PHAs. “São diretores e coordenadores de ensino, gente que agora vai replicar o conhecimento junto às suas escolas”, aposta Christina Cupertino, consultora do projeto.


Navegue por alguns sites com a temática :

Assessoria Cultural e Educacional no Resgate a Talentos Acadêmicos (Acerta)

Associação de Pais e Amigos para Apoio ao Talento (ASPAT)

Conselho Brasileiro para Superdotação (ConBraSD)

Instituto Lecca

Secretaria de Educação Especial – MEC - Núcleos de Atividades de Altas Habilidades / Superdotação (NAAH/S)

2 comentários:

  1. Olá Claudia,

    Veja o meu Blog sobre Superdotação. Livros, videos, sites.

    Paulo André Norberto

    ResponderExcluir
  2. Paulo André Norberto10 de abril de 2010 às 23:25

    Desculpa Claudia,

    Esqueci de mencionar o nome do Blog:

    www.blueelevens.blogspot.com

    Paulo André

    ResponderExcluir