Para quem olha de fora, pode parecer normal que uma criança
aprenda sozinha a ler, aos 3 ou 4 anos, fazer contas de cabeça e que todo o seu
futuro dependerá de seu talento, dom e facilidade de aprender. Mas, são poucos
os que, realmente, conhecem as barreiras encontradas pelos pais de crianças
superdotadas, em seu desenvolvimento educacional e emocional.
A começar pela identificação: A escola, no mais das
vezes, não identifica um talento; um aluno superdotado.
Na grande maioria das vezes, a percepção de que a criança
se destaca além de seus pares, vem dos pais. São eles que percebem a grande
curiosidade da criança, o poder de observação, a excelente memória, as analogias,
o raciocínio rápido, a facilidade de aprender, enfim, a maior parte das
características de uma criança superdotada. Aí, podem comentar ou não com a
escola e ver qual será a sua reação.
Na maior parte das vezes, a reação da escola é: nenhuma ou a
de negar a condição. A escola costuma não se importar ou não dar credibilidade
se a criança é superdotada ou não. Ainda mais se a criança for do tipo acadêmico,
pois significa menos uma preocupação para a professora em transmitir o
conhecimento para aquele determinado aluno. Menos um aluno, com quem ela tem
que se preocupar ensinar, em sala de aula. Ou então, pensam que já que é
superdotado, ele “vai sozinho”. Não precisa de mais nada para aprender, além de
seu próprio dom.
Mas, os pais de crianças superdotadas sabem que a história
não é bem esta. A criança superdotada precisa de estímulos para poder
desenvolver sua superdotação e seu bem-estar. Sem o estímulo, seu potencial não
crescerá e ela poderá ficar desmotivada, entediada em sala de aula e isso
trazer reflexos de outras ordens emocionais e até mesmo de natureza
psiquiátrica. Por isso, precisamos ficar atentos não somente com a
identificação das crianças superdotadas, mas lutar para que seu direito a um
atendimento educacional especializado seja respeitado! (Hakim, Ed. Juruá,
2.016. Superdotação e Dupla Excepcionalidade).
e-mail: claudiahakim@uol.com.br
Sigam-me no Instagram: @claudia_hakim
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