Extraído do site : https://omaranhense.com/ha-15-anos-nucleo-de-superdotacao-identifica-e-valoriza-talentos-da-rede-publica-estadual/
“Esse lugar me faz sentir motivado. Porque lá em casa quando eu desenho não tenho uma inspiração assim. Dá uma inspiração, porque aqui tem um silêncio profundo”. O lugar que inspira o estudante Taciano Serra Freitas, de 13 anos, é o Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAH/S) Joãosinho Trinta, instituição de apoio pedagógico voltada para o aprimoramento das potencialidades de crianças, adolescentes e jovens com características de altas habilidades/superdotação.
Os NAAH/S
foram instituídos pelo Governo Federal em 2006 como política educacional de
inclusão. Nos estados e no Distrito Federal, são vinculados às Secretarias
Estaduais de Educação. Os núcleos têm como função atender aos alunos com altas
habilidades/superdotação; promover a formação e capacitação dos professores e
profissionais da rede pública estadual para identificar e atender a esses
alunos; oferecer acompanhamento aos pais dessas crianças e à comunidade escolar
em geral, no sentido de produzir conhecimentos sobre o tema; além de disseminar
informações e colaborar para a construção de uma educação inclusiva e de
qualidade.
No
Maranhão, o NAAH/S Joãosinho Trinta, desde a sua implantação em 2006, está
ligado à Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e já atendeu a milhares de estudantes.
Só nos últimos seis anos, mais de 1000 crianças, adolescentes e jovens
maranhenses receberam o suporte do núcleo que oportuniza construção do processo
de aprendizagem e amplia o atendimento, com vistas ao pleno desenvolvimento das
potencialidades desses alunos.
Taciano
Serra Freitas chegou ao núcleo para aperfeiçoar as habilidades, que desde cedo
demonstrou ter com as Artes Plásticas. Além de pintar, Taciano também tem um
talento imenso para o desenho. Ele também sabe a importância de ter o apoio do
NAAH/S Joãosinho Trinta.
“Nesse
Grupo de Enriquecimento Vivenciando as Artes Visuais, a gente aprimora as
nossas habilidades de desenhar, porque a gente tem acesso a todo material
necessário e à orientação dos professores”, destaca Taciano.
Em 2017,
o Núcleo de Atividades em Altas Habilidades/Superdotação Joãsinho Trinta ganhou
uma sede própria, no bairro da Cohab. Em 2020 passou por uma ampla reforma que
garantiu à comunidade escolar uma estrutura digna e aconchegante, além de ter
sido totalmente equipado para atender às necessidades dos estudantes. E assim,
o NAAH/S está organizado com Salas de Recursos Especializadas para atendimento
às necessidades educacionais especiais dos alunos, oportunizando o aprendizado
específico e estimulando suas potencialidades criativas e seu senso crítico.
Além disso, dispõe de espaço para apoio pedagógico aos professores e orientação
às famílias de alunos com Altas Habilidades/Superdotação. Atualmente, o núcleo
acompanha 44 escolas estaduais.
“Se um estudante tem característica comportamental em áreas diversificadas, que podem ser acadêmica, intelectual, artística, psicomotora e liderança, nós recebemos esse estudante, fazemos o processo de identificação e encaminhamos para a área de desejo, a área que ele se identifica e tem altas habilidades. Aqui é o aluno quem determina a sua área de interesse. Aqui nós trabalhamos de forma diferente da escola regular, porque a escola já vem com o currículo pronto. Aqui, quem constrói o seu currículo é o estudante. Por isso que nós temos os grupos de enriquecimento, o enriquecimento é curricular”, destacou Fabiano Tajra, Gestor Geral do NAAH/S Joãosinho Trinta.
Aluna do
NAAH/S é destaque no G1 nacional
Em uma
reportagem publicada no dia 15 de junho deste ano, com o título “Busca por
alunos de altas habilidades em escolas públicas tenta evitar o desperdício de
talentos”, o G1 nacional contou a história de cinco jovens e adolescentes
oriundos de escolas públicas com características de altas habilidades e
superdotação. Esses alunos encontraram suporte dos NAAH/S de suas cidades.
Entre
esses estudantes está a maranhense Emile Mascarenhas, de 23 anos, atualmente
estudante do curso de Letras na Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Antes
de chegar à Universidade, Emile encontrou suporte no NAAH/S Joãosinho Trinta
para lidar com suas altas habilidades em artes, literatura, história e
política.
A
reportagem conta que Emile foi identificada com altas habilidades aos 14 anos,
após passar por uma avaliação no NAAH/S, e que foi levada pela mãe, que já
investigava a característica na irmã de Emile. Na reportagem, a estudante
destacou: “Antes do diagnóstico, foi tudo bem complexo. Toda a minha história
escolar é bem traumática. Tem períodos que apaguei da lembrança, porque cheguei
a um nível de esquecer para não continuar machucando”.
Emile
disse ainda ao G1: “e a gente demora a descobrir as habilidades. Eu tinha plena
convicção que todas as crianças poderiam fazer o mesmo que eu, se tentassem”,
finalizou Emile.
A
supervisora de Educação Especial, Rosane Ferreira, destacou que hoje tem sido
feito um trabalho importante no sentido de incluir esses estudantes para que
talentos não se percam por falta de um olhar e uma atenção especializada.
“O nosso
trabalho, hoje, é para garantir a inclusão destas crianças, adolescentes e
jovens que têm altas habilidades. Fazer com que as nossas escolas se preparem
para atender e entender esses talentos. O NAAH/S representa um espaço
grandioso, pois agrega a condição de pensar que as pessoas com altas habilidades
podem render e rendem muito, desde que se dê as condições adequadas. E vale
destacar que o NAAH/S Joãosinho Trinta é, atualmente, um dos núcleos mais
estruturados do país. Foi totalmente reformado e equipado para receber os
estudantes”, destacou a professora Rosane Ferreira.
Voltando
às atividades
Assim como as demais unidades de ensino da rede estadual, o NAAH/S Joãosinho Trinta também está pronto para retomar as atividades presenciais, depois de quase um ano e meio de atendimento remoto. A unidade segue ainda com matrículas abertas, que devem ser feitas presencialmente no Núcleo, localizado na Avenida Jerônimo de Albuquerque, na Cohab.
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