UFSCar promove encontros para famílias de pessoas superdotadas
Extraído
do site : http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/ufscar-promove-encontros-para-familias-de-pessoas-superdotadas.ghtml
Para coordenadora e
participante do grupo, assunto ainda é pouco debatido.
Por G1 São Carlos e Araraquara
02/08/2017 16h15 Atualizado 02/08/2017
16h15
Encontros
acontecem no campus de São Carlos da UFSCar (Foto: Fabio Rodrigues/G1)
A universitária Paula Paulino Braz, de 33 anos, tem um compromisso na
noite desta quarta-feira (8). Mãe de Leonardo Braz Moreira, diagnosticado com
altas habilidades, ela é uma das frequentadoras das reuniões de empoderamento
de familiares e cuidadores de pessoas superdotadas da Universidade Federal de
São Carlos (UFSCar).
Criados em abril de 2016, os encontros ocorrem mensalmente no prédio da
Educação Especial do campus de São Carlos e ajudam a esclarecer as dúvidas de
quem convive com pessoas com altas habilidades.
"Essa troca de informações entre pais, você poder se reconhecer na
experiência do outro é muito importante porque a gente não tem muita informação
sobre esse assunto, então poder discutir é muito interessante", avaliou
Paula, aluna da Licenciatura em Educação Especial da universidade.
Mito
Coordenadora do grupo, Rosemeire de Araújo Rangni explicou que a Política Nacional de Educação Especial define como
aluno com altas habilidades/superdotação
aquele que demonstra potencial elevado nas áreas intelectual, acadêmica, de
liderança, psicomotricidade e artes, seja de forma isolada ou combinada.
Também apresenta elevada criatividade,
grande envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu
interesse.
"Por muitos anos o mito de que as pessoas com altas habilidades são
somente as que possuem alta pontuação em testes como o de Quociente de
Inteligência (Q.I) perdurou e ainda se mantém, infelizmente. No entanto, esses
testes mensuram a capacidade verbal e lógica. Outras áreas, como a artística,
não são contempladas", afirmou a professora do Departamento de Psicologia.
Ela explicou que o desempenho
acima da média tem raízes genéticas e ambientais e que as pessoas ditas
superdotadas ou com altas habilidades constituem ao menos 10% de qualquer
população, mas salientou que a cultura pode influenciar, identificando mais
meninos do que meninas, por exemplo.
Professora
Rosemeire de Araújo Rangni coordena o grupo (Foto: Divulgação/UFSCar)
Diagnóstico
Rosemeire lembrou que, por constituir o primeiro ambiente social da
criança, a família tem papel fundamental na identificação das altas
habilidades, que às vezes são confundidas com outros quadros.
"Há desconhecimento e muitos mitos", disse sobre a falta de
preparação das próprias famílias e das escolas para lidar com o assunto.
"Os pais devem buscar conhecer as características de seus filhos,
compreendê-los em suas diferenças e, se possível, buscar orientação
profissional", orientou.
Foi justamente o que Paula fez há alguns anos, quando Leonardo estava na
educação infantil. Aos 3 anos ele já sabia ler e escrever e se comunicava como
um adulto, destoando dos colegas de turma.
"Como ele era muito acima da média em relação às outras crianças da
sala, ele se sentia muito deslocado. Na época, por ser educação infantil, as
crianças não o rejeitavam, mas ele se sentia fora do ambiente", contou a
mãe. "Elas não conseguiam entender e ele também não conseguia entender por
que as crianças da idade dele não falavam como ele".
Com orientação da escola, a família procurou profissionais
especializados e após diferentes testes foi verificado que a criança tinha
altas habilidades.
"O importante do diagnóstico é você poder oferecer para a criança o
atendimento que ela tem direito e poder entender as questões dela, por que ela
tem uma grande facilidade em algumas áreas e pode não ter em outras",
defendeu.
Estímulos
Hoje com 10 anos, Leonardo cursa o 5º ano do ensino fundamental e tem
direito a atendimento educacional especializado no contraturno das aulas.
Também pratica esportes e é estimulado pela família de acordo com suas próprias
necessidades.
"É importante olhar a necessidade daquela criança, o que ela
precisa naquele momento. Às vezes, ela tem uma facilidade muito grande em uma área
que não é explorada, e aí com o tempo isso acaba se perdendo, ela pode até
ficar frustrada por ter aquela vontade de saber mais, de aperfeiçoar mais e não
poder", afirmou Paula.
A opinião é reforçada por Rosemeire. De acordo com a professora, se não
há estímulos, possivelmente, as capacidades não se desenvolverão e, com isso, a
perda de talentos na sociedade pode ser irreparável.
Encontros
Neste semestre, os encontros ocorrem em 2 de agosto, 6 de setembro, 4 de
outubro, 8 de novembro e 6 de dezembro. Não é necessário fazer inscrição e os
interessados podem obter mais informações pelos e-mails rose.rangni@uol.com.br
e danitielecalazans@hotmail.com.
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