Este
artigo causou bastante polêmica no meu grupo do Facebook, o Mãe de Crianças
Superdotadas : “ https://www.facebook.com/groups/213399982041957/
Ler histórias para dormir, conversas engajadas sobre determinados assuntos e jantar junto regularmente são exemplos positivos de interação entre pais e filhos. Mas de acordo com uma nova pesquisa, nenhuma dessas ações têm alguma influência detectável sobre a inteligência das crianças mais tarde na vida.
O professor de criminologia da Universidade Estadual da Flórida, Kevin Beaver, examinou uma amostra nacionalmente representativa de jovens paralelamente a uma amostra de crianças adotadas a partir do Estudo Nacional Longitudinal de Saúde do Adolescente (Adicionar Saúde) e encontrou evidências para apoiar o argumento de que o QI não é simplesmente o resultado da socialização parental.
O estudo questiona a influência dos pais sobre a inteligência dos filhos.
O estudo analisou os comportamentos dos pais e se os
mesmos tinham algum efeito sobre a inteligência verbal medida pelo Teste de Vocabulário por
Imagem (PVT, sigla em inglês). Os testes de QI foram aplicados aos alunos
do ensino fundamental e médio, e repetido quando alcançaram as idades
dos 18 aos 26 anos.
“Uma pesquisa anterior havia detectado
que comportamentos relacionados à paternidade afetavam a inteligência, o que
talvez não estivesse correto pois não levara em consideração a transmissão
genética”, disse Beaver.
Os resultados foram publicados no artigo
“Um olhar mais atento ao papel das influências relacionadas com a parentalidade
na inteligência verbal ao longo da vida: resultados de um projeto de pesquisa
com base em adoção”, na revista Intelligence.
O assunto do quanto os pais influenciam
a inteligência dos filhos tem sido muito debatido. Algumas pesquisas mostram que os
pais que socializam seus filhos de acordo com certos princípios, como é o caso
da leitura regular conjunta ou dos jantares em família, teriam filhos mais
inteligentes do que aqueles pais que não praticam esses hábitos.
Por outro lado,
há o argumento de que filhos mais inteligentes não seja um efeito direto da
socialização parental, e que a inteligência seja passada de pai para
filhos geneticamente, não socialmente. A fim de testar os dois argumentos,
Beaver utilizou o projeto de pesquisa com base em adoção.
“Pensamos que esta foi uma
avaliação muito interessante e quando testamos as duas hipóteses
concorrentes neste projeto de pesquisa de base adotiva, detectamos que não houve
associação entre a influência dos pais e a inteligência da criança mais tarde
na vida, fenômeno este gerado por influências genéticas”, Beaver disse.
Ao estudar crianças que não
compartilham nenhum DNA com pais adotivos, elimina-se a possibilidade de que a
socialização parental seja apenas um marcador para a transmissão genética.
“Em pesquisas anteriores, parecia que a parentalidade
estava proporcionando filhos mais inteligentes, mas, na realidade, os
pais que eram mais inteligentes estavam praticando esses hábitos, os
quais mascaravam a transformação genética da inteligência de seus filhos”,
disse Beaver.
Os pais poderiam negligenciar ou
traumatizar seus filhos sem afetá-los em sua inteligência?
“Minha resposta é não”, Beaver disse, “mas a
forma como você cria seu filho não vai ter um efeito detectável em seu QI,
se tal criação estiver ainda dentro dos limites de normalidade.” Uma afirmação para refletirmos sobre as
ações dentro de casa e também na escola que buscam aprimorar a inteligência das
nossas crianças.
Beaver colaborou no estudo com Joseph A.
Schwartz, da Universidade de Nebraska da Escola de Criminologia e Justiça
Criminal da Omaha; Mohammed Said Al-Ghamdi e Ahmed Nezar Kobeisy do Centro de
Investigação Social e Ciências Humanas e Universidade Rei Abdulaziz, na Arábia
Saudita; Curtis S. Dunkel do Departamento de Psicologia da Western Illinois
University; e Dimitri van der Linden, do Instituto da Universidade Erasmus de
Psicologia, na Holanda.
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