FELIZ DIA DAS MÃES, LEITORES !!!
Cláudia criou o blog Mães de Crianças Superdotadas e um grupo que leva o mesmo nome em uma rede socialArquivo pessoal
Fonte : http://noticias.r7.com/educacao/meu-filho-e-um-genio-saiba-como-e-a-vida-das-maes-de-superdotados-11052014
Aos 2 anos de
idade, o filho mais novo da advogada e pesquisadora Cláudia Hakim, hoje com 10
anos, ligava e desligava o computador e sabia encontrar o discador da internet
na tela para acessar a ferramenta de seu interesse: o Google Earth.
A leitura
também veio precocemente. Seguindo a mesma linha, a irmã do garoto, hoje com 13
anos, aprendeu a ler e a escrever aos 4.
Ao invés de
reprimir os interesses dos pequenos, Cláudia os incentivou da melhor maneira:
brincando.
― Alguns pais
podem achar que uma criança curiosa não deve mexer em computador, mas eu
encarava aquilo de um jeito diferente e deixava as situações acontecerem para
ver até onde meus filhos iam. Ficávamos brincando em casa com jogos que
tinham letras como peças para formar palavras. Assim, foi possível direcionar e
dar espaço para as facilidades e interesses deles.
Foi justamente
por ser mãe de duas crianças superdotadas que a advogada decidiu se
especializar para garantir que estes jovens não tivessem seu processo de
desenvolvimento interrompido.
Cláudia criou o
blog Mães de Crianças Superdotadas e um grupo que leva o mesmo nome numa rede
social. Ela garante que, por meio da página na internet, lançada em 2010,
ela informa pais e mães sobre problemas e soluções relativos ao aprendizado dos
pequenos com "alta habilidade", termo usado pelo MEC (Ministério da
Educação) para definir superdotados.
— Percebo que
90% de participantes do grupo [sobre superdotados que conta com mais de 2.000
mil membros] são mães. Elas são mais participativas porque sofrem mais com a
dificuldade dos filhos de se adaptarem quando não estão recebendo educação e os
estímulos adequados, por isso buscam ajuda. Alguns pais também são participativos,
mas são poucos.
Existem cerca de 8 milhões de
superdotados no Brasil. O número equivalente a 5% da população
do País.
Alessandra Benati, professora de história em Belo Horizonte (MG) e educadora especializada em ensino para crianças com altas habilidades pela Universidade Federal de Lavras, não teve dificuldade para acelarar o aprendizado do filho superdotado, Adriel, de 12 anos. Porém, ela passou por um processo semelhante ao de Cláudia no que diz respeito ao interesse pelo tema da superdotação.
Aos 2 anos de idade, seu filho Adriel já sabia falar nomes de diferentes cores, formas, números e letras. Aos 4, começou a ler. Os pais precisaram procurar ajuda de psicólogos para entender a necessidade especial do filho, pois não encontraram respaldo na escola. Decidiram adiantá-lo de ano.
Hoje, além de professora, Alessandra é consultora de escolas e de para pais interessados em informações sobre educação voltada para crianças superdotadas.
Para ela, diferentes nomemclaturas e diagnósticos dificultam a inclusão de crianças com altas habilidades no AEE (Atendimento Educacional Especializado), que oferece apoio aos alunos com necessidades especiais. O AEE também fornece recursos multifuncionais em sala de aula de escolas públicas ou outros espaços de maneira gratuita.
― A visão comum de que crianças com altas habilidades são uma excessão acaba por contribuir para que milhões de jovens e adolescentes com muita capacidade se tornem invisíveis aos nossos olhos, comenta.
Thaise Fernanda Anunciação com seus quatro filhos (da esquerda para a direita): Melissa, Julia, Ruan e IgorArquivo pessoal
Já Thaise Fernanda Anunciação, enfermeira que deixou a profissão para criar seus quatro filhos, conta que teve dificuldade e precisou de apoio para facilitar o desenvolvimento de um deles, que é superdotado. Quando tinha 4 anos de idade e estava na educação infantil, Igor, hoje com 7 anos, fazia rascunhos do mapa mundi nas aulas de desenho livre.
Na mesma época, o garoto também tinha costume de contar números com mais de três algarismo, recitar sequências de números ordinais, falar o nome das capitais do Brasil e de países da América Latina, além de andar com um dicionário da família embaixo do braço. Nesta idade, ele já estava alfabetizado, mas não podia ler na escola.
― Ele voltava cabisbaixo para casa da aula, porque a professora não deixava ele ler na escola, justamente porque ele estava adiantado.
Como o tempo, Thaise percebeu que algumas professoras “acham que as mães de superdotados são loucas” porque consideram que seus filhos têm alguma habilidade muito desenvolvida para a idade deles. Algumas escolas se negam a trabalhar com isso.
Cláudia concorda e avalia que “no Brasil, a iniciativa de diagnosticar superdotados vinda da escola praticamente não existe; na maioria das vezes a identificação e a preocupação com ela parte da mãe ou do pai.”
No processo de diagnostico da superdotação de Igor, Thaise disse que teve “muita sorte” porque foi auxiliada por funcionários da escola que seu filho frequentava. A coordenadora e a diretora da creche de Igor indicaram a ela que procurasse uma psicóloga para aplicar testes que avaliasse as habilidades do menono. Demorou alguns anos, mas a mãe seguiu o conselho.
Com os resultados dos testes e relatórios de professores sobre a maturidade de Igor, este ano, Thaise consegui acelerar o garoto na escola. Igor pulou o 2º ano do ensino básico e começou, em abril, a assistir aulas no 3º ano.
Thaise não encontrou dificuldades no caminho para adiantar o filho um ano na escola, mas destaca que a boa vontade pontual da professora dele na EMEF Antônio Carlos de Abreu, em São Paulo, fez com que as coisas não ficassem piores.
― Desde o primeiro ano, na medida do possível, a professora dava conteúdos especiais para o Igor desenvolver suas habilidades sem que fosse necessário ele perder o convívio social com as crianças da sua turma e idade.
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