Fonte : http://oglobo.globo.com/educacao/primeiro-lugar-em-medicina-na-ufrj-tirou-nota-1000-na-redacao-gabaritou-prova-de-portugues-11282378
Álvaro
Bergamaschi Novaes, de 17 anos, ficou com a média final de 865,99 no Enem, uma
das mais altas no Sisu 2014
Estudante diz que ter olhar
crítico e estar bem informado são essenciais para alcançar pontuação máxima na
prova escrita
'Não escolhi a
Medicina pelo dinheiro, mas para poder ajudar o mundo a meu redor', afirma o
estudante, que também fez o Fuvest
RIO - Desde que
aderiu integralmente ao Enem, em 2011, a UFRJ optou por atribuir diferentes
pesos às provas, de acordo com a carreira escolhida pelo candidato. A redação é
a única que tem peso 3 para todos os cursos, mostrando a importância que a
universidade confere ao exame escrito. Álvaro Bergamaschi Novaes conhece o
valor de saber escrever bem. Seu texto recebeu a pontuação máxima, 1000, no
Enem 2013.
O estudante de
17 anos ainda acertou todas as questões de Português e tirou 813,3 na prova de
Linguagens, que tem peso 2 em Medicina, o mesmo de ciências da natureza, em que
ele ficou com 753,1. Tamanho domínio da língua ajudou Álvaro Novaes a ficar com
média final de 865,99, a mais alta de um dos cursos mais concorridos do Sisu.
Ele conta que
teve facilidade em escrever sobre o tema “Efeitos da implantação da Lei Seca no
Brasil”, cobrado pela banca. O garoto nota 1000 lembra a importância de
planejar as diferentes etapas da dissertação (introdução, desenvolvimento e
conclusão) e de apresentar uma proposta de intervenção, um dos critérios de
correção da redação do Enem.
— Costumo fazer
o planejamento de texto no rascunho. Foi um dos mais rápidos que fiz, pois já
tinha as ideias na cabeça. O grande segredo desse tema era apontar limitações
da atual lei. Meu professor ensinou: “Se não há um problema, problematize e
depois resolva”. A nota de Português também contribuiu para minha média ficar
mais alta, porque tem peso 2 — observa Álvaro, que fala sobre sua motivação
para estudar Medicina. — Não escolhi a profissão pelo dinheiro, mas para poder
ajudar o mundo ao meu redor.
E ele não
precisou estudar em cursinho pré-vestibular para alcançar esse resultado. Além
disso, fazia trabalho voluntário como monitor de Matemática do Projeto de
Educação Comunitária da Escola Parque (Pecep), colégio em que estudou desde a
5ª série. Álvaro fez 853,7 pontos em Matemática no Enem. A nota 807,4 em
ciências humanas completou o ótimo desempenho do rapaz no exame nacional. As
duas provas têm peso 1 para Medicina.
Filho de
jornalistas, o jovem herdou dos pais o dom da escrita. Mas ele conta que foi
preciso aperfeiçoar o talento. Seguiu os conselhos dos professores e de sua
irmã, Bárbara, que trabalha com Cinema e se formou recentemente em Rádio e TV
na Escola de Comunicação da UFRJ, com nota 10 na monografia final:
— Não escrevi
tão bem desde sempre. No 9º ano, fiz uma redação para a escola e tirei nota 6.
O professor chamou um a um para conversar. A partir daí, passei a me dedicar e
estudar mais. Minha irmã tinha tirado nota máxima na redação do Enem e sempre
falou para ler jornal e ficar informado sobre os acontecimentos. Na mesa do
almoço e do jantar, meus pais sempre comentam as notícias do dia. Toda a
estrutura da escola, dos amigos e o apoio da minha namorada ajudaram nos
estudos.
Agora, Álvaro
vai colocar seu talento e sua vocação para a Medicina a serviço das pessoas. Só
está em dúvida se será mesmo no Rio. Apesar de ter se saído muito bem na UFRJ,
ele aguarda o resultado do vestibular da Fuvest, de São Paulo, que sai no
início de fevereiro. O estudante pensa em ir para a USP. Vá aonde for, seus
futuros pacientes terão a certeza de encontrar um médico de coração com domínio
pleno da palavra:
— O lado
humanitário da Medicina me atrai muito mais do que o financeiro.
MEU COMENTÁRIO :
Parabéns e boa sorte, Àlvaro !!!
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