Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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quinta-feira, 20 de junho de 2013

ALTAS HABILIDADES - CRIANÇA SUPER DOTADA


ALTAS HABILIDADES / CRIANÇAS SUPERDOTADAS


 
Breve abordagem buscando esclarecer e desmistificar


Autora: Denilde das Dores Miranda


A criança de Altas Habilidades pode passar pela escola apresentando características de alunos que possuem algum desvio de comportamento e até mesmo de aprendizagem. Há também aquele que por não sobressair aos demais, não é identificada, permanecendo durante toda sua trajetória escolar como um aluno inteligente comum. Nem sempre é fácil identificar criança de Altas Habilidades. Ainda, reconhecer em que área do conhecimento humano é seu talento; se possui Altas Habilidades em mais de uma área; e a criança que encaixa no perfil de Altas Habilidades abrangente: aprendizagem bastante acima da média em todas as disciplinas; e Altas Habilidades abrangente com áreas de maior superdotação, ainda, e quais são essas áreas.


Existem crianças que chegam à educação Infantil e mesmo no primeiro ano do Ensino Fundamental que se confundem com criança de Altas Habilidades. São crianças inteligentes e oriundas de famílias equilibradas que as estimulam bastante, por isso desenvolvem com sucesso suas estruturas neuro-cerebrais.  O desafio que se coloca então é identificar a criança com Altas Habilidades dentre essas crianças.  As vivências diárias vão facilitando a identificação, pouco a pouco, daquele aluno que é de fato de Altas Habilidades. Ele é mais habilidoso na solução de situações problemáticas. Sua resposta diante do novo e dos desafios é bem mais criativa e original. Há permanência em sua conduta das características que comprovam a Alta Habilidade.


A criança de Altas Habilidades geralmente aprende ler sozinha por volta dos três anos de idade. Antes dessa idade já possui bom conhecimento de letras, algarismos e símbolos. Lê com proficiência e usa a leitura para resolver seus problemas.


A criança de Altas Habilidades possui muita energia física e mental. É alegre, ágil, desloca com destreza, tem bastante fôlego para brincar e estudar. Tem satisfação com os desafios, exercita-se até concluir com êxito uma pesquisa, estudo, diálogo ou outros que satisfaça seu intelecto. É persistente e não se dá por vencida diante dos obstáculos.


É curiosa, faz perguntas inusitadas, aproveita bem as oportunidades de aprender algo novo, interessa-se pelas questões dos adultos.


É naturalmente atenta, centrada, encontrando-se apta a aprender a todo o momento.


Possui capacidade de percepção e compreensão da realidade elevada. Sabe se inserir no contexto, dizer com exatidão o que a incomoda, sugerir, desviar-se do assunto e inferir modificando o contexto, sempre que possível.


Bastante vivaz, fala com fluência e gesticula com naturalidade combinando bem o que fala com os gestos. Neste ínterim, é comunicadora nata.


A oralidade é marcada por um amplo repertório vocabular em que as palavras são colocadas no seu discurso com muita adequação.


Faz leitura dos sentimentos e emoções alheias, das personagens das histórias que lê e que assiste em vídeo. Possui grande sensibilidade.

Acredita em sua capacidade, sabe que realizará algo especial, possui motivação interna. É entusiasta.


Simpática, contagiante, exerce uma grande liderança, naturalmente. É sociável, tem a palavra certa para pessoas que conhece em qualquer circunstância ou lugar.


Colocações, constatações e opiniões originais, sui generis.


Capacidade e criatividade para resolver problemas. Conduta pessoal produtiva.


Sabe criar situações humorísticas, bem como gargalhar diante de um fato hilariante, ainda que implícito.


Outra peculiaridade da criança de Altas Habilidades é o insight (flash mental que esclarece imediatamente).


As características abaixo, conforme citado acima, facilita a identificação da criança de Altas Habilidades.


·         Energia física e mental;

·         Curiosidade;

·         Expressividade de fala e de gestos;

·         Riqueza vocabular;

·         Atenção;            

·         Insight;

·         Humor refinado;

·         Postura criativa;

·         Persistência;

·         Liderança;

·         Sociabilidade;

·         Habilidade física;

·         Originalidade;

·         Capacidade de solução de problemas;

·         Entusiasmo;

·         Sensibilidade;

·         Percepção e compreensão da realidade.



Mas nem todas as crianças de Altas Habilidades apresentam todas essas características e da mesma forma. Podem variar de intensidade e modificar de acordo com a educação que recebe e a influência do ambiente. 


Para o aluno de Altas Habilidades o que ensina na escola pode estar sendo repetitivo e dista da praticidade no que concerne a vida. Além da impressionante rapidez de aprendizagem, a criança de Altas Habilidades normalmente possui grande vigor físico e mental. A sala de aula pode ser um difícil limite tridimensional para seu crescimento sempre em acelerada expansão.


Existe criança de Altas Habilidades, que não carece de nenhuma intervenção psicológica e nem médica, salvo nos casos rotineiros como é recomendado a todas as crianças ou quando adoece. É até desconcertante para pais da uma criança de Altas Habilidades a recomendação, até dos próprios familiares e de pessoas do círculo de amizade, para procurar ajuda psicológica  médica - a  psiquiatria  infantil -para ajuda-los na diferente tarefa de educar seus pequenos. E, ainda, a escola, instituição apta a testar a criança através das atividades cotidianas e das avaliações, espera pelo laudo médico para então agir. Não obstante a sua grande facilidade de aprendizagem são pessoas normais. O que elas precisam é de constante apoio familiar e de escola.


Assim como a maioria das pessoas, nem sempre a criança de Altas Habilidades tem sua atenção voltada num Hiper Foco. A criança de Altas Habilidades abrangente não se prende desnecessariamente a assunto ou objeto algum. O que acontece à mesma e com frequência é o trabalho por tema.  Sendo autodidata, ela seleciona o que é importante dentre uma gama de informações das variadas fontes acessível e exaure tal tema. É habilidosa em seus estudos autônomos e o faz como se estivesse seguindo passo a passo um bem elaborado projeto. Para isso, se preciso for, passa dias conversando, lendo e pesquisando o assunto. Porém, não deixa de fazer, brincar e conversar sobre outras coisas enquanto dura seu interesse pelo objeto de seu conhecimento. Esgotado o assunto, ela busca outro com naturalidade e assim, dia após dia aprende simultaneamente vários assuntos relacionados.


Sempre que identificar a criança de Altas Habilidades, ela deve receber atenção pedagógica especial, que contemple sua(s) área(s) de interesse, para que possa desenvolver suas habilidades no tempo em que sua natureza exige. A escola deve intervir na aprendizagem da criança potencializando ainda mais seu talento. Tornando sua trajetória escolar atrativa e mesmo surpreendente. Nada de deixa-la aprendendo sozinha já que é autodidata. Sua iniciativa de tomar providências em relação à sua aprendizagem deve ser respeitada, o que não justifica a falta de intervenção pedagógica especial.


As demandas dos alunos pela assistência do (a) professor (a) na sala de aula são muitas e a criança que aprende sozinha se torna, cada vez mais, gestora de seus estudos. Mas, a criança de Altas Habilidades precisa de orientação pedagógica que a instrumentalize ainda mais para melhor uso de seu tempo, recursos e energia na aplicação de sua técnica de aprendizagem, não ficando solta em relação ao que fazer para adquirir esse ou aquele conhecimento. Sem acompanhamento pedagógico, ainda assim, ela aprenderá. O papel da escola é, na maioria das vezes, evitar-lhe esforço desnecessário. O conhecimento já acumulado pela humanidade é o referencial determinante à criança de Altas Habilidades e a escola, instituição detentora e difusora desse saber, através de métodos e técnicas, tem que ajustar sua prática facilitando à criança para que a mesma possa se auto superar.


Desde cedo, mas principalmente na adolescência, a pessoa de Altas Habilidades precisa de orientação em relação ao fato de que todas as pessoas que alcançaram sucesso o conseguiram com persistência. E mesmo a quem tem mente privilegiada, a realização do seu projeto pessoal está relacionada a duas vertentes básicas a todos: escolha e estudo. A escolha da área que mais lhe interessa e o estudo com sua típica persistência é que o conduzirá a um futuro promissor.


O sistema de educação pública precisa se organizar para o atendimento ao aluno (a) de Altas Habilidades. Há uma defasagem histórica do país para com esses cidadãos. O compromisso do governo e de cada escola com o (a) aluno (a) de Altas Habilidades é muito sério porque a evolução científica, tecnológica e filosófica alcançada pela humanidade até o momento foi, e continua sendo, graças às pessoas superdotadas.       


Alguns Mitos e Enganos sobre Altas Habilidades

Que criança de Altas Habilidades é de família de classe média e alta. Isso não é verdade. Nessas famílias, a criança pose é ser mais estimulada. Em todas as classes e etnias existem, crianças altamente talentosas. O que ocorre é que elas não são identificadas.



Que criança de Altas Habilidades aprende rápido devido ao Hiper Foco. Ela pode ser altamente focada na área de seu talento, mas tem interesse normal pelas outras.


Que criança de Superdotada  terá sucesso na vida independente de estímulos ambientais e da escola. Como foi descrito em parágrafo anterior, todos precisamos de apoio, norte e perseverança para a construção de estruturas sólidas de vida.


Que a criança é portadora de alguma síndrome, sendo a mais difundida e que não compromete as funções intelectuais, o espectro de autismo (Asperger).


Que criança de Altas Habilidades possui Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH. Neste caso, há o risco da medicação química para acalmar e promover a atenção aos estudos. Devido a sua grande sensibilidade, a droga pode provocar desajuste em seu sistema nervoso cerebral trazendo delicados transtornos nos seus sonhos (pesadelos) e na sua percepção da realidade imediata (alucinações).


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