
Claudia Hakim (centro da foto) na Câmara dos
Deputados. Foto: Arquivo pessoal.
De acordo com o último Censo Escolar (2012), existem cerca de 11 mil estudantes com desempenho intelectual acima da média, matriculados na educação básica.
Preocupados com o desenvolvimento dessa parcela
da população, nesta terça-feira (7/05), um grupo de pais, especialistas,
deputados e gestores debateram os desafios e as políticas educacionais para os alunos
com altas habilidades/superdotação, na Audiência Pública de Políticas
Públicas para inclusão dos alunos com altas habilidades/superdotação,
realizada na Câmara dos Deputados,
em Brasília.
Leia também:
Um dos destaques apontados durante a audiência
foi a carência de recursos financeiros, de estrutura adequada e de professores
capacitados para atender estudantes superdotados. Atualmente, existem apenas 27
centros de atendimento especializado em todo o País.
“Na audiência, pontuei a importância de o MEC
firmar parceria com as escolas, orientando-as a cumprirem a lei, interferindo
nas questões que gerarem não atendimento destes alunos e, também, pensar numa
forma de divulgar o que é a superdotação, para a sociedade como um todo e nas
escolas”, Claudia Hakim, mãe de superdotados e Assessora Jurídica do Núcleo
Paulista de Atenção à Superdotação (NPAS).
Apoio
A audiência teve o apoio e participação do Programa
Estrela Dalva (ILECCA), por meio de uma carta levada por um grupo de pais
de crianças superdotadas. Nela, Maria Clara Sodré, Superintendente do Programa,
enfatizou o número de superdotados no País e a importância do olhar da
sociedade para essa parcela da população. “Especialistas da Organização Mundial
de Saúde trabalham com a hipótese da existência de pelo menos oito milhões de
pessoas no Brasil com capacidade cognitiva acima da média da população.
Habilidades superiores criam necessidades especiais; portanto, alunos
superdotados, talentosos e criativos devem ser desafiados com atividades diferentes
daquelas oferecidas à média, para poderem efetivar seu potencial. Se não forem
estimulados, poderão até mesmo lutar contra habilidades que os levariam a
descobertas científicas, criatividade artística, liderança, entre outras.”,
enfatizou Maria Clara.

Foto: Getty Images.
O deputado Eduardo Barbosa, do PSDB de Minas Gerais, afirmou que o tema encontra pouca visibilidade, inclusive na Comissão de Educação. “E a gente tem que dar a mão à palmatória porque a Comissão de Educação da Câmara nunca se aprofundou nesse tema. Haja vista que nós tivemos aqui a Comissão Especial do Plano Nacional de Educação, mas não tivemos uma audiência sequer sobre essa questão”, disse.
Caminhos
Uma das medidas para a inclusão dos superdotados
poderá vir com a tramitação na Câmara de um Projeto de Lei do Senado (PL
4700/12) que cria um cadastro nacional de alunos com altas
habilidades/superdotação matriculados na educação básica ou superior. A
proposta vai ser analisada pelas comissões de Educação e de
Constituição e Justiça, sem necessidade de aprovação em plenário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário