Extraído do site : http://blog.institutobrookfield.org.br/index.php/2013/02/criancas-superdotadas-o-que-fazer-%E2%80%93-parte-1/
Crianças superdotadas: o que fazer? – Parte 1
Foto:
Chaos / Getty Images
A superdotação/alta
habilidade ainda é um tema com muito potencial de exploração.
Muitas pessoas não sabem como lidar com as crianças que aprendem de forma
diferente que as demais. Como pais, família e sociedade devem encarar esse
fato? A conscientização é um dos caminhos para diminuir o preconceito
e o desperdício de grandes talentos por falta de estímulo e estrutura, entre
outros fatores.
Esse
problema está entre os principais desafios da superdotação no
Brasil, segundo a presidente do Conselho
Brasileiro para Superdotação (ConBraSD).
“Os principais são: falta de
informação da sociedade; falta de formação dos professores; mitos e crenças
equivocadas; preconceito”, afirmou.
Nós,
do Instituto Brookfield,
sabemos disso e cuidamos com muito carinho dessa realidade. Estamos na luta. É
por isso que apoiamos o Programa
Estrela Dalva, que também cuidadesse assunto da mesma forma e empenho,
dando oportunidade para crianças superdotadas moradoras de comunidades de baixa
renda.
Para destacar esse
assunto no blog e conscientizar cada vez mais, resolvemos detalhá-lo
na entrevista, dividida em duas partes, que fizemos com a Drª. Susana
Pérez, presidente do Conselho Brasileiro de Superdotação. Hoje
apresentaremos um panorama geral. Semana que vem, publicaremos mais
detalhes e dicas pedagógicas para quem se interessa sobre o assunto.
Confira:
Instituto
Brookfield: Conte um pouco sobre o trabalho do Conselho Brasileiro para
Superdotação.
Drª. Susana: O Conselho Brasileiro para Superdotação é uma instituição da
sociedade civil criada em 2003 e dedicada a defender os direitos das pessoas
com AH/SD, incentivar pesquisas e estudos, promover publicações e eventos na
área, dar assistência às pessoas que o procuram. Ele é uma instituição
reconhecida nacional e internacionalmente pela sua seriedade e dedicação à
área.
Temos
uma biblioteca virtual no nosso site, que é atualizada permanentemente. Por ser
uma ONG, o ConBraSD não tem recursos próprios e todos os membros da Diretoria e
Conselhos trabalham de forma voluntária, sem receber qualquer remuneração.
Dependemos exclusivamente da contribuição simbólica dos sócios e/ou doações.
A
Diretoria atual assumiu em janeiro e, portanto, estamos em processo de
atualização do site e início das atividades, mas temos diversos projetos para a
nossa gestão (2013-2014).
Drª.
Susana Pérez. Foto: Arquivo pessoal.
Instituto
Brookfield: É preciso que a criança com altas habilidades/superdotação estude
em algum colégio diferente?
Drª. Susana: A escola deve atendê-los de forma diferenciada, sim, conforme
está definido na legislação brasileira, mas se essa escola for “somente para
crianças com AH/SD”, como se desenvolveria uma criança que somente convive com
outras iguais a ela?
Onde essa criança aprenderá a conviver com a diferença? Felizmente, a educação
brasileira é inclusiva e, embora hoje em dia ainda não atenda um número nem
próximo das estimativas mais conservadoras de alunos com AH/SD, o atendimento
educacional especializado na escola (pública ou privada) que a criança
frequenta, em escola próxima ou em centro de atendimento especializado é
obrigatório.
Instituto
Brookfield: Qual é a estimativa de superdotados no Brasil?
Drª. Susana: Não há estimativas oficiais brasileiras. O MEC não informa ao
público em geral o número de alunos com AH/SD declarados no Censo, que é
ínfimo. Sabe-se que qualquer país terá aproximadamente 3,5 a 5% de pessoas com
QI acima de 130, o que foi, durante algum tempo, considerado como uma
estimativa de superdotação (aproximadamente 2,5 milhões de crianças na Educação
Básica, ou 8 milhões de brasileiros). As pesquisas de Mestrado e Doutorado e
alguns estudos realizados na área têm constatado um percentual entre 7,5 e 10%
de pessoas com AH/SD. Isso quer dizer que, em média, temos de 2 a 3 pessoas com
AH/SD em cada sala de aula de todas as escolas do País.
Instituto
Brookfield: Você indica lugares para que os pais possam buscar ajuda e
informação sobre o tema?
Drª. Susana: Procurem informações em lugares idôneos, como o site do Conselho Brasileiro para
Superdotação (ConBraSD) ou de associações nos diferentes estados. Há muitas
informações equivocadas, e muitas pessoas que não estão qualificadas para
oferecer qualquer tipo de informação ou ajuda, mas que tiram proveito da grande
desinformação que há sobre o tema.
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