Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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sábado, 30 de março de 2013

Crianças superdotadas: mãe fala sobre sua experiência


Dicas de Claudia Hakim, advogada e mãe de superdotados


http://blog.institutobrookfield.org.br/index.php/2013/03/criancas-superdotadas-mae-fala-sobre-sua-experiencia/




Vamos falar hoje de inclusão. Mais especificamente com o viés da experiência de Claudia Hakim, mãe de crianças com altas habilidades/superdotação. Da sua luta pela inclusão dos superdotados, surgiu um blog onde ela relata as “experiências e o cotidiano de uma advogada, mãe de duas crianças superdotadas”, como ela mesma diz no título. O nome do blog é “Mãe de crianças superdotadas“.


Cláudia é especializada em Direito Educacional e, também, consultora jurídica do Núcleo Paulista de Atenção à Superdotação (NPAS). Ela descobriu que seus filhos são superdotados quando sua filha tinha quatro anos e 10 meses, e quando seu filho tinha cinco anos de idade. Atualmente, a filha tem onze anos e seu filho tem nove anos.


Claudia aponta que, conscientes de como lidar com essa situação, pais e filhos só têm a ganhar com os resultados dessa tarefa que requer muito amor e espírito de equipe.


Confira a entrevista com Claudia Hakim:


Instituto Brookfield: Como você identificou que tinha dois filhos superdotados?


Claudia: Minha filha sempre apresentou desenvolvimento comportamental e cognitivo acima de seus pares, mas eu nunca achei que se tratasse de superdotação, até por conta dos mitos que giram em torno dos superdotados e os associam aos gênios. Ela começou a falar cedo e sempre teve um bom vocabulário. Logo, a escola indicou que nós conversássemos com uma psicopedagoga. Esta, por sua vez, fez uma avaliação bem completa da minha filha, com vários testes comportamentais e psicológicos, testes de inteligência, onde constatou que ela apresentava um QI realmente muito alto, presente em indivíduos superdotados. Com a experiência que tivemos com minha filha, ficou muito mais fácil de identificar a superdotação do meu filho menor, que se manifesta de formas diferentes em relação à minha filha, mas também são características típicas de um aluno superdotado.


Instituto Brookfield: E qual foi o ponto que te impulsionou a criar o blog?


Claudia: Assim que descobri que minha filha poderia ser superdotada, fui procurar informações a respeito e comecei a estudar muito sobre superdotação.Naquela época (há sete anos), não havia tanta informação a respeito deste tema quanto hoje encontramos na internet. Em um momento, fui convidada para ser moderadora de uma comunidade no Orkut, focada em crianças superdotadas. Nela, os membros da comunidade sugeriram que eu escrevesse um livro contando as minhas experiências sobre o assunto. Foi neste momento, então, que um dos membros sugeriu que eu criasse um blog. Ele surgiu há quase três anos e está, cada dia mais, atingindo mais projeção e visibilidade.



Instituto Brookfield: Como é a sua interação com as mães que têm filhos superdotados?


Claudia: Costumo receber as mães que me procuram – tanto via blog quanto pelo grupo de Facebook que eu criei, “Mãe de Crianças Superdotadas” -, de uma forma paciente, carinhosa, como eu gostaria que tivessem me recebido em vários momentos que precisei de orientação com meus filhos.
Instituto Brookfield: Qual é a principal queixa desses pais?


Claudia: É a falta de identificação da superdotação da criança, por parte da escola. O meu caso (em que a identificação partiu da própria escola) é raro e noto que a grande maioria das escolas brasileiras não conhece a superdotação, o perfil, as características e a forma de se trabalhar com um aluno superdotado. Quando ele não é identificado e não tem as suas necessidades educacionais especiais trabalhadas da forma devida, acaba se desinteressando pela escola, ficando desmotivado, entediado. Pode ficar rebelde e até mesmo querer largar a escola ou ter as suas notas baixadas, correndo o risco de ficar até deprimido. Ela pode, também, ter problemas de socialização, por conta da diferença de interesses que ele apresenta e o ritmo de seu pensamento, em relação aos seus pares etários.


Instituto Brookfield: Quais dicas que você destacaria para mães e pais que têm filhos superdotados?



Claudia: É importante que eles procurem informações sobre a educação destas crianças, seja por meio da internet, de livros, participando de grupos de pais, congressos, assistindo a palestras sobre o tema. Procurar, sempre que possível, atender as necessidades de seus filhos, estimulando-os na medida de seus interesses, mas nunca forçando-os a apresentar resultados. São crianças mais sensíveis e perfeccionistas. Por isso, precisam de uma atenção e um olhar especial, voltado para as altas habilidades, mas sem esquecer que, antes de serem superdotados, são crianças acima de tudo !


Tanto em casa quanto na escola, acho que os pais devem incentivar e prezar o lado social, incentivando seus filhos a brincar com os amigos e perceber que toda criança é boa em uma coisa e apresenta dificuldade em outra. É importante que procurem dar o apoio e o estímulo que estas crianças pedem, colocando-as em atividades extracurriculares voltadas para a sua área de habilidade e interesse.


Caso a criança não consiga dar conta – sozinha ou com o apoio da família – das características específicas é sempre bom poder contar com ajuda especializada de um psicólogo – procurar um profissional que tenha um olhar voltado para as altas habilidades e insistir para que a escola o aceite como superdotado e saiba trabalhar as suas necessidades educacionais, sem nunca esquecer do social e da parte afetiva.


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