Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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domingo, 25 de novembro de 2012

O superdotado em sala de aula



Extraído do site :  
http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=569


Interessante artigo que retrata como muitos alunos superdotados se sentem, em sala de aula



 


Artigo de autoria de Melissa Samanta Holetz - Professora de Matemática e de Ciências, formada em Matemática Habilitação em Licenciatura pela Universidade Federal Fluminense (UFSC/SC) e pós-graduada em Psicopedagogia pelas Faculdades Integradas Maria Thereza (Famath/RJ).



O superdotado em sala de aula



Os superdotados estão inseridos nas classes comuns. Muitas vezes, passam despercebidos. Há alunos que, inclusive, embora superdotados, têm rendimento escolar inferior, pois, freqüentemente, manifestam falta de interesse e de motivação para os estudos acadêmicos e para a rotina escolar, ou ainda, por não se ajustarem aos colegas de classe, o que pode desencadear problemas de aprendizagem e de adaptação escolar.



Na Escola, se nosso ensino fosse voltado às reais necessidades do grupo, à criatividade, a situação do superdotado seria menos preocupante. Ele estaria produzindo, não apenas reproduzindo e se entediando em sala de aula. Estaria entre seus colegas, superdotados ou não, sendo respeitado em seu estilo de pensar e aprender, recebendo atendimento de enriquecimento nas áreas que desejasse. (PRISTA, 1992, p. 24)



Segundo Alencar e Fleith (2001), em sala de aula, o espaço para a fantasia e a imaginação, para o jogo de idéias é reduzido, sendo o potencial criador, que está presente em toda criança, muitas vezes bloqueado, inibido, e, em alguns casos, destruído.



Para Freehill (1982), o bom ensino para alunos superdotados e talentosos salienta a descoberta, a intuição, a diversidade de resultados, os aspectos pessoais do aprendizado e a importância do significado como orientador do ensino.



Freeman e Guenther (2000), acreditam que o primeiro problema que a criança bem-dotada enfrenta, em sala de aula, é o tempo de espera. Segundo ele, ela perde muito tempo, pois, de um modo geral, aprende mais rápido e, desta forma, resolve as situações escolares mais depressa que os colegas, e, como resultado, está sempre esperando que os outros terminem o que já fez.



Para preencher esse espaço vazio, algumas crianças voltam-se para si mesmas, alienando-se voluntariamente do que está acontecendo em sala de aula, distraindo-se, deixando passar o tempo. Esse tipo de comportamento pode criar um desinteresse por parte do aluno com relação ao trabalho escolar, e acabar baixando sua produção ao mínimo necessário.



Alguns, inclusive, aprendem a trabalhar num ritmo mais lento para acompanhar seus colegas e tornar a aula menos tediosa. Outros vão simplesmente preencher o tempo vago com outras atividades, que em nada tem haver com o conteúdo ministrado, que podem ser desde ler um livro ou historinhas em quadrinhos, desenhar, ou até cometer indisciplina.



Seja qual for a situação adotada pela criança, o resultado final é sempre uma ameaça sobre a criança, que além de ser considerada inconveniente pelos professores, terá seu potencial totalmente ou parcialmente intocado, a ponto de se tornar um aluno “médio” na escola e, provavelmente, na vida.



Segundo Novaes (1979), comentários do tipo “tal aluno deve tirar boas notas porque é superdotado” fazem com que este aluno abdique e desista de seus talentos e aptidões, uma vez que, para tê-los, tem mais preocupações e obrigações do que os outros colegas.



Em minha experiência na área educacional, pude observar que, infelizmente, são poucos os professores que buscam abrir espaços para o desenvolvimento e expressão da criatividade dos alunos, para as descobertas, permitindo com que esses alunos tenham livre expressão de sentimentos e necessidades.



Pelo contrário, em muitos casos, os superdotados são considerados pelos professores como crianças difíceis, agressivas, desatentas. Isso porque a grande maioria das crianças superdotadas é questionadora e algumas não conseguem manter sua atenção voltada aos conteúdos escolares, que muitas vezes não são incentivadores ou até já são conhecidos por elas. As crianças superdotadas querem criar, resolver situações, conhecer mais.



Hurlock (1964), citado em Novaes (1979), ressalta que uma criança superdotada é freqüentemente encarada como uma ameaça pelos companheiros, pois, ela pode fazer com que padrões de trabalho de classe passem a ser mais rigorosos e o professor passe a esperar mais dos alunos. Alguns até chegam a negar seu potencial com medo de serem discriminados.



Até porque, as crianças de QI médio não se sentem confortáveis quando junto a uma criança muito inteligente, porque parecem menos capazes quando comparadas com ela.



...em virtude da falta de apoio e compreensão do meio ambiente, são comuns estados de indiferença, de apatia, reações agressivas, havendo casos em que superdotados têm a preocupação de ocultar seus talentos, a fim de não criarem situações embaraçosas para os demais e não serem rejeitados pelo grupo de amigos e colegas. (NOVAES, 1979, p.21)



Além disso, alguns alunos superdotados, não apresentam preocupação com as suas notas. Enquanto outros estudantes se preocupam em tirar boas notas para passar de ano, eles gastam seu tempo lendo textos científicos, livros de filosofia ou até mesmo revistinhas de ficção científica, engajados em atividades e leituras que nada tem a ver com suas disciplinas curriculares, e, como conseqüência disso, acabam não alcançando bons resultados.



Daí, a importância do professor, que deve se preocupar em descobrir o motivo do desinteresse do aluno ou do seu comportamento inoportuno, para não criar um estigma e desencadear um processo crescente de inadaptações do aluno.



Quando o superdotado traz para a sala de aula suas experiências, passa a ser percebido como o diferente, o que atrapalha a aula e não deixa o professor ensinar o conteúdo. Pouco a pouco, em vez de serem estimulados, este potencial, esta curiosidade, sua expressão, seus pensamentos e sentimentos são inibidos. A conseqüência pode ser o fechamento, a negação de si ou a agitação. (PRISTA, 1992, p. 53)



Segundo Novaes (1979), para conviver bem com um superdotado em sala de aula, é preciso, antes de tudo, que o professor o aceite como tal, e assuma seus próprios limites, a fim de ser solícito e ao mesmo tempo firme; de forma que não haja competição com o aluno, e sim, uma relação de ajuda mútua.



Há casos em que, dependendo da reação do professor, o aluno superdotado chega a organizar “represálias” com os demais alunos, com a intenção de castigar o professor, elaborando verdadeiros combates, às vezes, “contaminando” a turma quando o seu papel de líder o permite.




Não é raro que a criança superdotada seja até hostilizada, direta ou indiretamente, por alguns professores, quando estes constatam que ela já sabe a matéria a ser ensinada ou até quando domina, em poucos dias, coisas que seus colegas de sala de aula levam semanas ou meses. Como conseqüência, ele se acomoda e produz menos do que é capaz, simplesmente porque está desestimulado.


Segundo Pickard (1976), também citado em Novaes (1979), o professor, em geral, aprecia na criança três características: habilidade acadêmica, alta motivação e conformismo social. Assim, é de se supor que as crianças que fogem a tais “moldes”, como é o caso da esmagadora maioria dos superdotados, tornem-se insatisfeitas e frustradas e desapontem pais e professores.



Segundo José e Coelho (1999), na escola, esse tipo de criança merece atenção especial, pelo menos para ter oportunidades educacionais correspondentes à sua idade mental e a suas outras aptidões, e para desenvolver plenamente suas potencialidades sociais, estéticas e intelectuais. Currículos demasiadamente fáceis, que não oferecem desafios, e aulas ministradas com vistas a média classe irão aborrecê-la e, conseqüentemente, diminuir seu interesse.


4 comentários:

  1. ola, parabens pelo blog achei muito esclarecedor gostaria de lhe perguntar se voce poderia falar um pouco mais sobre os levemente superdotados,seus comportamentos e capacidades, e tambem tenha uma segunda pergunta: qual o desvio de padrao de qi utilizou neste post?http://maedecriancassuperdotadas.blogspot.com.br/2010/03/niveis-de-superdotacao-o-potencial-as.html

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  2. Olá. Sou a Melissa, autora do artigo publicado acima. Fico feliz em saber que mais pessoas estão se interessando e se dedicando ao estudo de superdotados no Brasil. Abraço!!!

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  3. Oi, eu sou o Marcelo Pai da Alice e do Alberto ,Alice é uma menina inteligente e ensina o Alberto , então , ele também é inteligente . A Alice absorve as informações com facilidade e tem uma oscilação de humor diretamente ligada a depressão , bom , a pergunta é , como saber se ela é inteligente , superdotada ou algum percentual de alguma síndrome?

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  4. Marcelo,

    Procure uma neuropsicóloga e psiquiatra infantil, para avaliação da depressão e diagnóstico. Pela avaliação neuropsicológica você descobrirá se sua filha tem superdotação e avaliará as oscilações de humor. O psiquiatra auxiliará na depressão e oscilação de humor também.

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