Extraído do site : http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/50723-sem-paternalismo-diretor-investe-em-ator-fora-do-padrao.shtml
Achei super legal a idéia do irmão caçula do Oswaldo Motenegro.
Confiram :
Cadeirantes, cegos e portadores de síndrome de Down
recebem aulas em São Paulo com irmão do cantor Oswaldo Montenegro
"É difícil ter em um aluno regular a
espontaneidade de um aluno com down", afirma o diretor do local
JAIRO MARQUES
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
"Só uma das mãos
não faz o aplauso, só uma boca jamais fará o beijo. Todos juntos, sim, podem
formar a imensa risada, que quando for realmente enorme, Deus vai ouvir e nunca
mais vai se sentir sozinho."
É no espírito da
poesia de Oswaldo Montenegro que o irmão caçula do cantor, Deto, dirige a
diversidade na escola de teatro "Oficina dos Menestreis".
O espaço tem o mesmo
número de turmas de alunos "convencionais" que de alunos "fora
do padrão" comum.
São cadeirantes,
cegos, pessoas com síndrome de Down, idosos e, há mais de um mês, iniciou-se um
grupo com autistas. Todos com temporadas disputadas de apresentações no teatro
Dias Gomes (zona sul de São Paulo).
"A história
começou em 2003, quando vi uma moça cadeirante em meio ao Carnaval do Rio,
linda, sorridente. Na hora propus a ela para fazermos uma turma só de
cadeirantes, que deu muito certo", diz Deto Montenegro, 49.
O espaço artístico,
afirma o diretor, não é campo de terapias ou assistencialismo.
"Não faço
paternalismo. Para subir ao palco, as pessoas precisam ter o que oferecer. É
delicado tratar com a diversidade, mas tenho de ter o controle. Tenho muito
orgulho de dirigir cego, cadeirante, down, porém, não abro mão da qualidade
artística."
Há 21 anos em São
Paulo, Deto é carioca, pai de dois filhos e não teve história ligada a causas
sociais.
"O segredo
de dar certo é o respeito às diferenças entre as pessoas e encontrar o charme
que elas possuem. É difícil ter em um aluno regular a espontaneidade de um
aluno com Down, a carinha de ternura dele. E por aí vai."
A formação do diretor
veio do trabalho ao lado do irmão, desde os 18 anos, em shows teatrais. Estreou
em Brasília, ao lado de Cássia Eller e Zélia Duncan. Mais tarde, começou a dar
aulas, mas, de acordo com Deto, sem compromisso profissional.
"Faço
condicionamento artístico das pessoas. Não tenho a pretensão de formar um ator,
mas sim de dar as pessoas a chance de desenvolver seu instinto para o
teatro", afirma Deto.
Projeto ajuda
sociabilização de autistas
DE SÃO PAULO
A dona de casa Ana
Araújo acorda cedo aos domingos. Sai de Itapevi (Grande São Paulo) e pega trem
e metrô para levar o filho André, 12, que tem autismo moderado, para fazer
parte do grupo de teatro de Deto Montenegro.
"Trabalha
com a estima das pessoas e faz com que elas sejam percebidas pelos outros. Usar
a arte para sociabilizar é muito interessante", diz a mãe.
O projeto ainda é
incipiente e é acompanhado pela psicóloga Tatiane Cristina Ribeiro. "Eles
estão fazendo um curso que treina suas habilidades como a improvisação, os
olhares, as expressões faciais. Não é
uma terapia."
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