As atuais 13 matérias serão reagrupadas em 4 áreas, como ciências humanas
Eu achei bem interessante esta
proposta do MEC. Espero que dê certo. Acho que isto vai incentivar bastante
aluno que deva estar entediado ou desmotivado com este currículo retrógrado e
antigo da nossa atual educação ... Principalmente, as crianças superdotadas que
não tiverem sido atendidas. Porque, em geral, as crianças superdotadas, acabam,
intuitivamente, buscando esta inteiração proposta e sugerida pelo MEC, entre as
suas matérias.
A escola dos meus filhos, já vem introduzindo, na educação fundamental
esta inteiração e funciona de uma maneira super legal ! Numa mesma aula de
matemática, trabalham conceitos de cidadania, direito, e língua portuguêsa, por
exemplo. Eu acho uma maneira bem mais divertida de se aprender e os alunos
conseguem entender, na prática, a matéria que lhes está sendo passada !
Vou torcer para dar certo !!!
Mudança curricular é resposta do ministério à baixa
qualidade do ensino, principalmente nas escolas públicas
FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO
O Ministério da
Educação prepara um novo currículo do ensino médio em que as atuais 13
disciplinas sejam distribuídas em apenas quatro áreas (ciências humanas,
ciências da natureza, linguagem e matemática).
A mudança prevê que
alunos de escolas públicas e privadas passem a ter, em vez de aulas específicas
de biologia, física e química, atividades que integrem estes conteúdos (em
ciências da natureza).
A proposta deve ser
fechada ainda neste ano e encaminhada para discussão no Conselho Nacional de
Educação, conforme a Folha informou na edição de ontem. Se
aprovada, vai se tornar diretriz para todo o país.
Para o ministro da
Educação, Aloizio Mercadante, os alunos passarão a receber os conteúdos de
forma mais integrada, o que facilita a compreensão do que é ensinado.
"O aluno
não terá mais a dispersão de disciplinas", afirmou Mercadante
ontem, em entrevista à Folha.
Outra vantagem, diz,
é que os professores poderão se fixar em uma escola.
Um docente de física,
em vez de ensinar a disciplina em três colégios, por exemplo, fará parte do
grupo de ciências da natureza em uma única escola.
Ainda não está
definida, porém, como será a distribuição dos docentes nas áreas.
A mudança curricular
é uma resposta da pasta à baixa qualidade do ensino médio, especialmente na
rede pública, que concentra 88% das matrículas do país.
Dados do ministério
mostram que, em geral, alunos das públicas estão mais de três anos defasados em
relação aos das particulares.
Educadores ouvidos
pela reportagem afirmaram que a proposta do governo é interessante, mas a
implementação é difícil, uma vez que os professores foram formados nas
disciplinas específicas.
O secretário da
Educação Básica do ministério, Cesar Callegari, diz que os dados do ensino
médio forçam a aceleração nas mudanças, mas afirma que o processo será
negociado com os Estados, responsáveis pelas escolas.
Já a formação
docente, afirma, será articulada com universidades e Capes (órgão da União
responsável pela área).
Uma mudança mais
imediata deverá ocorrer no material didático. Na compra que
deve começar neste ano, a pasta procurará também livros que trabalhem as quatro
áreas do conhecimento.
Organização
semelhante foi sugerida em 2009, quando o governo anunciou que mandaria verbas
a escolas que alterassem seus currículos. O projeto, porém, era de caráter
experimental.
Mudança é boa, mas
difícil de aplicar, dizem educadores
Para especialistas, principal entrave está na
reorganização dos professores
Currículo do ensino médio é visto como fragmentado
e com impacto negativo no desempenho dos alunos
Educadores
entrevistados pela reportagem afirmam que a mudança curricular no ensino médio
proposta pelo governo federal é positiva. O problema, segundo eles, será a
implementação.
"O currículo
hoje é de fato muito fragmentado", afirma o vice-presidente do Consed
(conselho que reúne os secretários estaduais de Educação), Klinger Barbosa
Alves. "Mas a mudança proposta requer uma série de providências que não
são simples."
A principal
dificuldade, afirma, é que os atuais professores foram formados em
licenciaturas específicas, como física ou matemática.
O novo modelo
exigirá que ou o docente saiba mais de uma área ou tenha uma integração forte
com os professores das demais disciplinas.
Por meio de sua
assessoria de imprensa, o secretário da Educação de São Paulo, Herman Voorwald,
afirmou que "a reformulação do currículo é essencial para
aprimorarmos o desempenho dos alunos no ensino médio, cujo avanço é um desafio
para o Brasil e para diversos países".
Voorwald diz que
discute alterações desde o ano passado com representantes da rede estadual
paulista.
Para a
diretora-executiva da ONG Todos pela Educação, Priscila Cruz, "não há
dúvidas" de que a atual organização do currículo afeta a qualidade do
ensino médio. "Hoje o aluno sai sabendo nada de tudo", afirmou.
"O problema é
que o currículo fragmentado funciona como uma reserva de mercado para os
professores. Vai haver muita resistência contra essa mudança."
Para o doutor em
educação Celso Ferretti, "é positivo criar abordagem
interdisciplinar". No modelo ideal, diz, deveria haver integração
inclusive entre as grandes áreas.
"O aluno deve
saber que o laser é uma tecnologia criada para guerra. Ou seja, são
conhecimentos de física, de matemática e de história".
Qualquer
integração, porém, vai exigir uma profunda reorganização dos colégios, afirma
Ferreti. Ele diz que os professores terão de programar as aulas juntos e, por
isso, não poderão ganhar apenas para o período de aulas.
(FÁBIO TAKAHASHI)
REPERCUSSÃO
"A reformulação
do currículo é essencial para aprimorarmos o desempenho dos alunos no ensino
médio, cujo avanço é um desafio para o Brasil e para diversos países" (HERMAN VOORWALD -
Secretário da Educação de São Paulo
Secretário da Educação de São Paulo
"O problema é
que o currículo fragmentado funciona como uma reserva de mercado para os
professores. Vai haver muita resistência contra essa mudança" (PRISCILA CRUZ -
diretora-executiva da ONG Todos pela Educação
diretora-executiva da ONG Todos pela Educação
"O aluno deve
saber que o laser é uma tecnologia criada para guerra. Ou seja, são
conhecimentos de física, de matemática e de história" (CELSO FERRETI - Doutor em educação)
"O currículo
hoje é de fato muito fragmentado. Mas a mudança proposta requer uma série de
providências que não são simples" (KLINGER BARBOSA ALVES
- vice-presidente do Consed - Conselho de Secretários Estaduais
de Educação)
ENTREVISTA
Enem será o modelo do
novo currículo, afirma Mercadante
O Enem terá ainda
mais importância no ensino médio, disse ontem à Folha o
ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
O exame nacional será
o modelo para o novo currículo (a prova organiza suas questões entre as quatro
grandes áreas).
Além disso, ele
passará a ser a avaliação oficial da qualidade de ensino dessa etapa da
educação.
(FT)
Folha - Como melhorar
o ensino médio?
Aloizio Mercadante - A primeira
providência é a substituição da Prova Brasil pelo Enem. Hoje o ensino médio é
avaliado por uma amostra da Prova Brasil, com 70 mil alunos. O Enem tem 1,5
milhão de inscritos entre os concluintes do ensino médio.
O exame vai ter ainda
mais importância com a política de cotas nas universidades federais [deve ser a
forma de seleção dos beneficiados].
As escolas públicas passarão a ser cobradas por quantos alunos aprovaram nessas universidades.
As escolas públicas passarão a ser cobradas por quantos alunos aprovaram nessas universidades.
O aluno vai deixar de
ter alguma matéria ?
Não. O Enem é
estruturado em quatro campos do conhecimento, que concentram as matérias. E é a
partir deles que queremos organizar o currículo das escolas. O Enem será o
organizador do ensino médio, pois já seleciona para o Prouni, o Fies...
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