ATENÇÃO
AO CUBO Beatriz, Laura Helena e Daniele são alunas de Lucyana, em Brasília, e
exigem muito mais dela. Foto: Cristiano Mariz
Repletas de necessidades
Extraída do site : http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/educacao-especial/altas-habilidades-489225.shtml
Trabalhar com alunos com altas habilidades
requer, antes de tudo, derrubar dois mitos. Primeiro: esses estudantes, também
chamados de superdotados, não são gênios com capacidades raras em tudo - só
apresentam mais facilidade do que a maioria em determinadas áreas.
Segundo: o fato de eles terem raciocínio
rápido não diminui o trabalho do professor. Ao contrário, eles precisam de mais
estímulo para manter o interesse pela escola e desenvolver seu talento - se
não, podem até se evadir.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula que pelo menos 5% da população tem
algum tipo de alta habilidade. No Brasil, até o ano passado, haviam sido
identificados 2,5 mil jovens e crianças assim. Para dar um atendimento mais
qualificado a esse público, o Ministério da Educação (MEC) criou em 2005 Núcleos
de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação em todos os estados. Apesar de
ainda pouco estruturados, esses órgãos que têm o papel de auxiliar as escolas
quando elas reconhecem alunos com esse perfil em suas salas de aula (saiba
como buscar ajuda no quadro abaixo).
No Distrito Federal, tal serviço existe
desde 1976 - razão pela qual a identificação de jovens com altas habilidades,
embora ainda pequena, seja a maior do país. "Aprendi na prática que a
superdotação é democrática e pode ocorrer em qualquer aluno, em qualquer local
ou classe social e até naquele com alguma limitação física ou psíquica",
afirma a atual coordenadora do projeto no Distrito Federal, Olzeni Leite Costa
Ribeiro.
Assim como os estudantes diagnosticados com algum tipo de deficiência, os que
têm altas habilidades precisam de uma flexibilização da aula para que suas
necessidades particulares sejam atendidas, o que os coloca como parte do grupo
que tem de ser incluído na rede regular de ensino. "O que devemos oferecer
a eles são desafios", resume a presidente do Conselho Brasileiro de
Superdotação, Susana Graciela Pérez Barrera Pérez.
Onde buscar ajuda
O superdotado pode ter qualquer perfil, do
mais bagunceiro ao braço direito da professora, passando pelo tímido. O que o torna diferente é a habilidade
acima da média em uma área específica do conhecimento. Isso pode ter razões genéticas ou ter
sido moldado pelo ambiente em que o aluno vive. Raramente, os superdotados
têm múltiplas habilidades. Portanto, uma boa pista para encontrá-los é reparar
no desempenho e no interesse muito maiores por um determinado assunto.
O professor deve
desconfiar de estudantes com vocabulário avançado, perfeccionistas,
contestadores, sensíveis a temas mais abordados por adultos e que não gostem de
rotina. O Ministério
da Educação montou um formulário com 24 frases que ajudam a identificar
estudantes assim (confira a lista no quadro "Como
identificar a superdotação"). Se você reconhece um de seus
alunos como possível superdotado, procure o Núcleo de Atividades de Altas
Habilidades/Superdotação na Secretaria de Educação de seu estado.
Os núcleos têm a obrigação de indicar uma psicopedagoga para avaliar se a
criança ou o jovem têm mesmo uma alta habilidade - e encaminhá-lo ao programa
oficial de estímulo, com atividades extraclasse e orientações para o professor
e a família. Instituições não governamentais também apoiam professores e
familiares que procuram ajuda para desenvolver talentos. Alguns exemplos são o Instituto Rogério Sternberg, no Rio de Janeiro, e o Núcleo de Apoio às Pessoas com
Necessidades Especiais da Universidade Federal do Paraná.
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