Esta semana, uma mãe lançou um questionário, na comunidade do Orkut, ‘Pais de Superdotado’, a respeito da aceleração de série. Ele pode ser útil para os pais que pensam em acelerar os seus filhos, a tomarem as suas decisões.
Pediria que os pais que tiveram seus filhos acelerados de série nos contassem sua experiência e a do aluno, de como foi todo o processo e, com o passar do tempo, qual resultado dessa aceleração :
1 - O processo foi muito difícil ?
2 - Qual o melhor momento para fazer a aceleração ?
3 - O aluno precisa ter maturidade para conviver com seus colegas mais velhos ?
4 - Quem tomou a iniciativa da aceleração, a escola, a família ou o próprio aluno ?
5 - Tiveram de absorver o conteúdo restante da série que estavam cursando ?
6 - Como foi a adaptação deles na série seguinte ?
7 - Dominaram rapidamente o conteúdo na nova série ?
8 - A escola, os professores e coordenadores ajudaram nesse processo ?
9 - E a adaptação com os colegas e professores da nova turma foi fácil ?
10 - Queimaram etapas tanto de conteúdo como psicossocial ?
11 - E atualmente, eles estão totalmente adaptados, acompanharam bem os conteúdos, estão felizes ?
São tantas as perguntas, mas gostaria que nos relatassem suas experiências, as vantagens e desvantagens, em resumo, queria saber de valeu a pena !
E aos pais que não aceleram, o que acham, são contra ou a favor da aceleração ?
Claudia Hakim
Da aceleração dos meus filhos :
Aqui, no meu blog, eu conto como foi cada uma das acelerações dos meus filhos e aqui remeto os links correspondentes, pois as histórias são meio longas :
http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=8829841948946189084&postID=8024369416216792051http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=8829841948946189084&postID=5818029292526682776
O processo foi muito difícil ?
R : A aceleração da minha filha foi uma verdadeira epopéia. Muito difícil, por conta da burocracia e, apesar da melhor boa vontade da escola dos meus filhos, ela (escola) ainda era ignorante sobre como faze a aceleração em todos os seus termos.
Qual o melhor momento para fazer a aceleração?
R : Ao término do ensino infantil, na passagem pro ensino fundamental. Ambos começaram o ensino fundamental já acelerados. Mas, considero importante terminar o ensino infantil.
O aluno precisa ter maturidade para conviver com seus colegas mais velhos ?
R : Sim. Muita. Por incrível que pareça, este um ano (às vezes menos, no caso dos meus filhos) de diferença, faz MUITA DIFERENÇA entre eles. As brincadeiras, os jeitos, os gostos, tudo é diferente de uma série para outra. As meninas são mais maliciosas. Os meninos, mais invejosos. Se a criança não tiver um nível de maturidade bom, não irá conseguir acompanhar esta diferença de maturidade entre as crianças mais velhas. Eu achei que isto fosse bobagem, mas, vejo na prática a diferença de maturidade, comparando as crianças mais velhas, e meus filhos e seus amiguinhos mais novos..
Quem tomou a iniciativa da aceleração, a escola, a família ou o próprio aluno ?
R : A escola nos chamou para conversar sobre as habilidades dos meus filhos, nos dois casos e sugeriu a aceleração de série, mas, sempre considerando os prós (avanço intelectual) e os contras (diferença de maturidade entre as crianças das turmas diferentes). Exigiu avaliação do emocional, nos dois casos, para decidir se era o caso ou não deles serem acelerados.
Tiveram de absorver o conteúdo restante da série que estavam cursando?
R : Não. Isto foi absorvido naturalmente. Evidentemente, houve perda de conteúdo, que eles sentiram , nos dois meses. Mas, passada esta fase de adaptação, eles seguiram acompanhando a série, com as mesmas facilidades, apresentadas antes de serem acelerados.
Como foi a adaptação deles na série seguinte?
R : Por sorte, meus filhos são muito sociáveis. Se adaptaram socialmente, muito rápido, mas, obviamente, estranharam. Mas, nunca me reclamaram que sentiam falta dos amigos, professores ou dos prédios antigos. Era como se eles estivessem, apenas, mudando de classe, como acontece em todo início do ano letivo, na escola deles. A turma de cada um deles é composta de 60 crianças, que são divididas em 4 classes com 15 alunos, mais ou menos, cada uma. Todos os anos, as crianças são trocadas de classe, de forma que possam conviver com crianças diferentes, e aprender com esta troca. Então, eles já estava acostumados a trocar de classe, todos os anos. Acho que isto contribuiu para a rápida adaptação social deles.
Dominaram rapidamente o conteúdo na nova série ?
R : Sim. Como eu disse acima, em dois meses, já estava adaptados ao novo currículo. Ressalto que, no caso dos meus filhos, a diferença foi maior, porque a escola é trilíngue e eles perderam o conteúdo de um ano na língua inglesa e na língua hebraica, justamente, na fase em que a escola trabalhava a alfabetização, nestes dois idiomas. Mas, como eles têm facilidade, na área linguística, absorveram rapidamente estes conteúdos. Eu estava mais apreensiva, com a questão dos idiomas, do que eles. Meu filho estranhou mais o conteúdo perdido em Hebraico, mas, surpreendentemente, as suas melhores notas, no boletim, ao longo do ano, foram nesta matéria !
A escola, os professores e coordenadores ajudaram nesse processo ?
R : Sim. Ajudaram muito, mas, como expliquei, que o processo também era novo para a escola, houveram alguns erros e falhas, que rapidamente foram sanados. Como meus filhos se adaptaram muito fácil e, desde que entraram nas novas séries, acompanharam bem o conteúdo, logo demonstrando a extrema facilidade em aprendizagem, interesse e envolvimento com as matérias não foi necessário muita dedicação ou ajuda, por parte dos professores. Acho que, por isto, é que a escola estava tão segura, de que a aceleração, no caso deles, seria o melhor para eles e para a escola.
E a adaptação com os colegas e professores da nova turma foi fácil ?
R : Como eu disse acima, no caso dos meus filhos, foi bem tranquilo. Como se eles, apenas tivessem trocado de escola ou de classe. Sem dramas, nem gramas.. he he...
Queimaram etapas tanto de conteúdo como psicossocial ?
R: Acho que esta questão do "queimar etapas" acontece naturalmente, entre todas as crianças superdotadas, querendo elas ou não.
E atualmente, eles estão totalmente adaptados, acompanharam bem os conteúdos, estão felizes ?
R: Sim. Estão. No caso dos meus filhos questões decorrentes desta diferença de idade/ maturidade ou de facilidade em relação aos colegas, sempre aparecem e eu acredito que, sempre vão aparecer. Mas, acho que faz parte do "pacote" da aceleração, os pais e as crianças saberem que irão ter que administrar estas diferenças. São crianças especiais e diferentes. Não dá para negar. Então, vez ou outra, noto um conflito gerado por uma questão de maturidade, ou de gostos, ou de interesses, até mesmo por conta da situação deles, de superdotados e acho que o que mais pega, no caso deles, é a facilidade de aprendizagem, que se destaca perante o grupo aliado ao fato deles serem mais novos que os seus novos pares. Isto gera uma situação de desconforto, incômodo e até de inveja, perante o grupo, que nós, pais, escola e os nossos filhos têm que aprender a administrar.
Vários foram os casos em que a facilidade de aprendizagem deles gerou situações negativas na escola, como no dia em que a minha filha ganhou o campeonato de soletração em inglês, ou de cultura judaica (foi um pega prá capar em cima dela.. eles não se conformavam que a pirralha mais nova, que pulou de série, levou o troféu.. kkkk), ou no dia em que ela foi desclassificada de um concurso (as crianças não acreditavam que ela tinha sido desclassificada.. kkkkk), quando o meu filho foi escolhido para fazer o solo, numa apresentação aos pais (porquê ele foi escolhido e não eu ???), ou quando ele mudou de turma, no futebol, porque não acompanhava o mesmo ritmo que as crianças mais velhas, e foi fazer a aula de futebol com as crianças de sua idade, ou quando se nota que a letra cursiva dele não é tão boa quanto as crianças de sua série.. Enfim.. eu acho que é inevitável que estas diferenças não apareçam.. A questão é saber como os pais, a escola e as crianças irão trabalhá-las e se estão dispostos a isto.
Se valeu à pena ...
No caso dos meus filhos, em que a decisão deles serem acelerados, foi precedida de um estudo que durou, um ano e meio a dois anos, aonde avaliaram a capacidade intelectual e emocional deles, aonde foi exigidos testes emocionais, para saber se eles dariam conta deste recado, aonde eles tiveram oportunidade de estagiar na série de cima, para saber como eles se comportariam socialmente, em que a escola está a favor desta aceleração, em que a iniciativa de acelerar partiu da escola, aonde a escola reconhece a superdotação deles e está disposta a fazer esta inclusão, sim. Mas, vejam, que vários são os fatores a serem levados em consideração. Pois, se a escola em que os nossos filhos vão estudar não estiver de acordo, as chances deste processo dar certo são menores.
Mesmo com toda esta diferença de maturidade, e a diferença que eles apresentam na vantagem de aprender que os destaca perante o novo grupo, em sendo eles mais novos, ainda assim, acho que a troca de série e a decisão de acelerá-los foi positiva.
Mas, é uma decisão muito difícil de ser tomada. E não vou dizer que é sempre um mar de rosas..
VEJAM A RESPOSTA DE OUTRA MÃE DA COMUNIDADE, QUE TEVE O SEU FILHO ACELERADO :
A aceleração do meu filho quem propós foi a própria escola.
A coordenadora pedagógica que sugeriu quando ele estava no CA. que eu buscasse um colégio que valorizasse seu potencial. Aos 5 anos estava na 1a. série.
Aos 8 anos passou para o Colégio Pedro II, para 5a. série. Já foi monitor de informática por 2 anos e é representante de classe agora no 9o. ano.
Como foi a própria escola que sugeriu até hoje ele nunca fez testagem para medir sua capacidade intelectual.
Paralelo a isso, no inglês também foi acelerado. Como ele estava incomodado de estar com crianças muito pequenas, ele também fez uma prova e acelerou de nível na Cultura inglesa.
Já foi medalhista da olímpiada de matemática das escolas pública. Fez curso durante um ano com o pessoal do instituto de matemática.
O ano passado ele fez prova para CEFET-RJ, passou na primeira fase, quando conversamos que ele teria que sair do CPII, que iriamos entrar na justiça, ele me disse que não. Ele não queria sair do CPII ainda. Não forcei a barra. A decisão foi dele ai senti que ele estava inseguro. Ele fez a 2a fase, mas senti que ele não queria passar. É muito engraçado isso. Fez a prova por fazer.
Nesse trajeto todo, sinto meu filho muito maduro e responsável. Nunca forcei-o a nada.
Meu filho é muitooooooooo feliz no CPII. E todos que gostam de estudar.
Não posso deixar de falar do gosto pela música. Ele faz parte do coral e grupo de choro. Toca flauta transversa. Isso extra classe, porque na grade curricular o CPII é a única escola no Rio de Janeiro que manteve a Matéria Música no curriculo. A partir de 2011 obrigatório nas outras escolas.
Não posso esquecer de falar da formação dos professores a maioria tem mestrado e doutorado.
Claudia..
Realmente as escolas não conhecem o Parecer 17.
O que meu filho teve foi muita sorte, e de ter na escola que ele estudava uma Coordenadora/orientadora (profa. Vera e Profa. Bia) com muita experiência e bom senso em reconhecer seu potencial, até porque eu mesma era leiga no assunto.
A partir dessse click, estudei mais sobre o assunto, estamos dando oportunidade a ele de melhorar suas habilidades. Por outro lado, tudo é mérito dele.
Até aqui foi tudo muito tranquilo. Fora tudo que já sabemos. Ele é sempre:
O menorzinho da sala em altura.
O mais novo.
O nerd.
O CDF.
O invocado.
O sério.
Mas ele sempre participa de tudo, dentro de suas limitações.
Para concluir :
Quando a ESCOLA reconhece o talento do seu filho, é muito mais fácil. Vocês não acham ?
Quando falamos que nosso filho tem Altas Habilidades, os outros torce
OPTEI POR NÃO ACELERAR O MEU FILHO E ELE ESTÁ FELIZ ASSIM :
S.
Meu filho não é acelerado por questões emocionais, sociais e outro problema ele é de setembro uma aceleração, o deixaria um ano e meio na frente dos outros. Ex. : em sua classe existem crianças que farão 9 anos em novembro e varias em farão nove em dezembro, enquanto que ele fará oito em setembro, se estivesse acelerado teria de conviver socialmente com alunos que completariam 10 anos no fim do ano. Acho muita diferença para ele e outra ele está com a mesma classe desde o primeiro ano e está super bem, não tem porque mexer. Ele não se sente desmotivado, porque o conteúdo é bem forte. Em suma ele está ótimo assim. Mas, para outras crianças a aceleração é muito importante, para não gerar tédio e falta de motivação, porque o ensino é fraquinho. Vou dar um exemplo na minha classe da faculdade deve ter umas 4 ou 5 mães com filho no terceiro ano em outras escolas. Quando muito discretamente e quando indagada menciono o conteúdo dado na escola do meu filho, elas me dizem que o ensino é bem mais forte. Portanto, a aceleração também muito depende do conteúdo pedagógico de cada escola. Mas, sou super a favor da aceleração para crianças que precisam.
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