Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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domingo, 1 de maio de 2011

Vejam como as coisas acontecem lá na comunidade do Orkut, da qual sou moderadora :

Resolvi postar estas trocas de mensagens, que recebi na comunidade do Orkut, da qual sou moderadora e se chama "Pais de Superdotados", pois acho que poderá nortear outros pais, na mesma situação relatada pela mãe, nas mensagens que transcrevi abaixo e também para vocês sentirem como é a dinâmica da comunidade entre os pais :


“Primeiramente quero agradecer a todos, por tantos esclarecimentos, pois sinceramente me emocionei, quando em muitos depoimentos me identifiquei muito. Meu filho já tem 10 anos e ainda aguardo que o CEDEPAH/RS o avalie,
Qual outro caminho posso seguir ? ”

Minha primeira resposta prá mãe, foi a seguinte :

"Legal que você gostou ! Você está no caminho certo. Te deram algum prazo para fazer a avaliação e te entregar o laudo ? Fique em cima deles, para que façam dentro do prazo combinado.

1 - Como a escola de seu filho lida com a superdotação dele ? O que ela faz por ele ?

2 - Como ele se sente ?

3 - Porque vc o levou para ser avaliado ? Quem te indicou o local ?

4 - Em que série ele está ?

5 - Escola pública ou particular ?

A resposta da mãe foi esta :

“Ele é meu caçula, tenho duas filhas mais velhas (17 e 19), portanto ele foi muito paparicado, e acho que por isso, falou com clareza com quase dois anos, porém aos três reconhecia o alfabeto e com três anos e dez meses, certa vez estavamos em uma lancheria ele me perguntou : Mamãe o que está escrito ali " franjo" ? Olhei para o alto e na placa dizia xis de frango..ficamos encantados...

Depois disso ele desenvolveu rapidamente a leitura, mas a cada dia se isolava mais, muito tímido, ficava horas decifrando caça-palavras, foram muitos... Sempre informei a pediatra dele de tudo e ela me orientava na medida do possível, me encaminhou para a psicóloga, mas ele odiou :) ,não quis insistir.

Por orientação da pediatra colocamos em uma escola para socialização, a adaptação foi difícil e ele não se identificava com os colegas, como era particular e ele faltava muito resolvemos tirá-lo. Um dia ele me perguntou: mil centavos são dez reais né ? eu não sabia dizer... tive que pensar um tempo pra responder... E nessas horas eu percebia que ele era diferente dos primos e dos amiguinhos.

Aos seis anos começou a frequentar uma escola estadual, ele lia com fluência e escrevia corretamente e mais uma vez a grande diferença dele em relação aos colegas, ele frequentou todo ano, pois informaram que no primeiro ano não era possível avançar de série, ele tinha uma ótima professora e isso ajudou muito, ela conseguiu envolvê-lo, pedindo para ele ler os textos pra classe, ajudando os colegas com exercícios, era um professorzinho.

Neste ano, não lembro como, conheci o CEDEPAH, que me entrevistou e solicitou que eu aguardasse, pois este órgão atendia todo o estado e provavelmente demoraria um pouco a entrevista do E. No ano seguinte precisava trazê-lo para uma escola mais próxima a minha casa e tive duas opções transferi-lo para uma escola estadual ou municipal então o CEDEPAH me informou que o ideal seria mantê-lo no estado e em turno inverso participar de uma classe especial que naquele momento era um só projeto.

Minha segunda opção foi uma escola municipal que ele teria a chance de avançar, mesmo sabendo que isso não era o ideal, naquele momento era o que tinha de concreto, e foi o que aconteceu. Ele frequentou alguns dias a segunda série, foi avaliado e avançou para terceira. Paralelo a isso teve iniciação musical bem sendo, já que toda minha família de uma maneira ou outra é envolvida com música.

Aprendeu com o pai a tocar violão aos cinco anos e mais uma vez nos surpreendeu com a facilidade que tinha. Aos sete em um projeto chamado escola aberta, aprendeu jogar xadrez, em três meses ganhou do professor e perdeu o interesse. O professor de xadrez não esqueceu dele e vinha na minha casa, insistiu muito pra que ele continuasse e no ano passado ele foi inscrito pela escola em um campeonato aqui da região e ganhou em primeiro lugar da faixa etária dele.

O prof. dele orientou-me a procurar profissionais, escolas pra que ele pudesse crescer nessa área, mas infelizmente não foi possível, já que minha cidade não tem essa cultura. Ele se frustrou muito, pois via minha busca por professores... e me disse que não quer mais jogar. Resolveu aprender teclado meu marido mostrou-lhe os principais acordes e dali só cresce. Ele cria melodias lindas no teclado.

No ano passado percebemos que ele tem ouvido absoluto. Foi quando lembrei do CEDEPAH e como outras vezes fiquei motivada a continuar nessa busca, fiz nova entrevista mas agora a realidade é um pouco pior, porque só restou uma profissional desta área.

Mas ela tem me orientado e disse que quer conhecer o E., mas vamos ter que esperar. Através dela conhecemos o projeto prelúdio que ensina violão e flauta doce e teoria musical. Ele fez o teste para violão passou e está gostando das aulas, pois ele tocava só por percepção. Há aproximadamente um mês procurei a orientadora da escola dele comentei sobre o preludio, sobre ter retomado o CEDEPAH, e como sempre saio de lá com a sensação de que estou exagerando ela me disse pra que ir no CEDEPAH ?

Já te disse teu filho não tem nada de especial, ele só tem uma grande facilidade para aprender coisas novas, se eu ensinar tricô pra ele, ele vai aprender, ele toca tão bem porque vocês incentivam já que são envolvidos com música. Eu perguntei... mas essa facilidade de aprender é comum? Ela me disse que é um pouco mas não é nada de excepcional. Hoje ele frequenta a sexta série, é um excelente aluno, tem um bom relacionamento com os colegas, aprendeu a brincar, joga bola na rua com os vizinhos ...

Mas eu ainda convivo com essa angústia de saber se ele tem altas habilidades, pois a própria escola insinua que não. Não tenho uma formação acadêmica, muitas vezes isso se torna um obstáculo, sendo dificil argumentar com a escola, eu me sinto sozinha, sei que o município também não da suporte pra esses professores e hoje minha condição financeira não permite que eu procure uma instituiçâo de ensino mais qualificada. Meu nome é Leticia, e desculpa se o desabafo ! :)

A minha segunda resposta prá mãe foi esta :

“Em que ano o seu filho completa 11 anos ? Vc acha que consegue procurar alguns destes profissionais em Porto Alegre ?

ASSOCIAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS

AGAAHSD - Associação Gaúcha de Apoio às Altas Habilidades/Superdotação
Fone: (51) 9848.8738
E-mail: agaahsd@terra.com.br
Site: www.agaahsd.com.br
Presidente: Maria de Lourdes Costa Correia

Programa de Incentivo ao Talento (Público)
Endereço: Centro de Educação - Universidade Federal de Santa Maria - Santa Maria
Fone: (55) 3220.8925
E-mail: pit.ufsm@yahoo.com.br
Coordenadora: Professora Soraia Napoleão Freitas
E-mail: soraianfreitas@yahoo.com.br

Sala de Integração e Recursos para alunos com Altas Habilidades/Superdotação (Público)
Av. Niterói, 472 – Medianeira - Porto Alegre - RS
Fones:(51) 3289.5990 ou 3219.2608
Coordenadora: Profa. Sheila Torma da Silveira
E-mail: shetorma@gmail.com

Primeiramente você precisa levar seu filho, para fazer uma avaliação com uma profissional especializada em altas habilidades. Esta avaliação compreenderá não só o aspecto intelectual de seu filho, mas, também o emocional dele. A partir do resultado desta avaliação, será feito um laudo, que conterá um parecer sobre a condição da seu filho e qual proposta pedagógica deverá ser adotada, no caso dele. Existem algumas soluções pedagógicas, existentes para as crianças superdotadas e previstas na lei de diretrizes básicas, sendo que as mais usuais são o enriquecimento escolas ; a aceleração de série ; a frequência em alguns Núcleos de Altas Habilidades (Núcleos estes que não existem em São Paulo, ainda, infelizmente) e, ainda, o estímulo através de atividades extra curriculares a serem oferecidas pelos pais, ou até mesmo pela própria escola, em que a criança frequenta, dependendo do caso ...

A avaliação no caso do seu filho é imprescindível, para que você possa conduzir a educação dele de uma forma diferenciada, tal como a lei de diretrizes básicas lhe permite. A escola de seu filho é particular ?

Se, uma vez constatada a superdotação de seu filho, através do laudo e, ainda assim a escola dele não o reconhecer como tal e não quiser trabalhar com ele, de forma diferenciada, meu conselho é que vc o mude de escola, para um outra que se importe com as necessidades dele.

Como ele é socialmente ?

Resposta da mãe :

“Então ... ele frequenta a mesma escola desde a terceira série, uma escola pública municipal. Moro em Gravataí, grande Porto Alegre, Santa Maria fica bem longe, mas vou tentar os outros. Ele completou dez anos dia 20 de março. De 2 anos pra cá mudou bastante o comportamento pra melhor, tem um grupo de amigos na escola que eventualmente vem aqui em casa. Meu sogro tem comércio e é muito comunicativo e ajudou bastante nesse aspecto. Exerce liderança na escola, é muito firme no que acredita é teimoso, perfeccionista e tem muitas outras caracteristicas que me fizeram acreditar que ele tem altas habilidades”.

Então, eu respondi a ela :

“Pelo que vc nos contou da sua história, vejo que vc já fez muito pelo seu filho. Ele já foi acelerada ; está bem social e pedagogicamente, na turma acelerada.

Pelo que vc nos conta, tb, deu prá perceber que o seu filho tem fortes indícios de ser superdotado, mas, somente uma avaliação firmará esta condição. Se vc está angustiada para saber se ele é ou não, acho, sim, que vc tem que ir atrás desta avaliação, mesmo porque, é importante o seu filho ter um laudo que ateste a sua condição de PAH, se for este, mesmo, o caso.

Em relação à escola de seu filho, infelizmente, acontece, ainda, de algumas escolas não conhecerem direito o assunto da superdotação e a associarem à genialidade. Como o seu filho não é gênio, não pode ser superdotado. Uma pena.. Mas, quem sabe, depois que ele for avaliado, a profissional que o avaliar não vai na escola, munida do laudo e não explica como funciona esta questão das altas habilidades para a diretora e coordenadores. Porque as altas habilidades, em um resumo bem simples, nada mais é do que a facilidade em aprender, acrescida de uma boa dose de criatividade e envolvimento com a tarefa. A facilidade em aprender, a própria diretora da escola de seu filho reconhece nele. Só falta ela perceber o envolvimento e a criatividade dele...

Quem sabe com o laudo vc não consegue procurar uma bolsa de estudo ?

Mas, vc está indo no caminho certo. Ele já foi acelerado ; vocês propiciam a ele um ambiente rico culturalmente e investem em música, o que é ótimo.. Seria bom se ele pudesse frequentar uma sala de recursos, como vc colocou, o CEDEPAH. Insista nisto e não se menospreze, pelo fato de não ter formação acadêmica... o que importa é que vc está indo atrás de informações e se preocupando com o seu filho, coisa que muita gente que tem boa formação acadêmica não faz pelos seus...

Algumas mães, participantes da comunidade fizeram as seguintes intervenções :

"Essa angústia é muito comum às mães, porque vemos os nossos filhos desenvolvendo suas habilidades sem ajuda de qualquer instituição.

Se não fosse no Brasil nossos filhos teriam uma situação educacional privilegiada, estariam sendo bem assistidos e essa demora para conseguir algum profissional para avaliar não existiria.

Quando chegamos em alguma instituição eles nos dizem: - Bem, ainda está cedo para fazer alguma avaliação, deixa fazer 7 anos. E o tempo vai passando e se nós não lutarmos nossos filhos nunca terão a assistência e as leis não se cumprirão, ficarão somente no papel. Essa é a realidade. Principalmente quando não temos dinheiro para pagar profissionais que são caríssimos, temos que esperar a boa vontade da públicas.

Fico tão chateada com essa questão de falta de atenção a essas crianças. Quando vejo uma mãe nessa angústia, me dói. Por que só quem passou por essa situação sabe o que é. Precisamos nos movimentar mais para garantir os direitos dos nossos filhos !

Agradeço ao CAP - Centro de apoio Pedagógico aqui de Feira de Santana. Que se mobilizaram mesmo sem muito recurso, estão me ajudando muito. Foi difícil conseguir, mas eu sou muito persistente”

“Infelizmente, é esta a triste realidade da criança superdotada no Brasil.. a que a K. acabou de nos retratar .. Mas, nós, pais de crianças PAH´s estamos aqui, para tentar reverter esta delicada situação em favor de nossas crianças !!!

“Nós sabemos exatamente o que a L. sente, ela não quer esfregar na cara das pessoas que tem um filho PAH e sempre teve razão em desconfiar, ela simplesmente quer o reconhecimento p/ exigir os seus direitos. É pena que a maioria sempre acha que a primeira hipótese seja a verdadeira. L. , NÃO SE ABALE. VÁ EM FRENTE, NÃO LIGUE P/ QUE OS OUTROS PENSAM , SEI QUE É DIFICIL E QUE ATÉ HOJE TENHO MINHAS RECAÍDAS DE ME PREOCUPAR C/ OS OUTROS ,PELO NOSSOS FILHOS TUDO VALE A PENA. E ACREDITE C/ LAUDO NA MÃO, AS COISAS MUDAM DA AGUA P/ VINHO. AS PESSOAS RESPEITAM A SUA OPNIAO E OS DIREITOS DAS CRIANÇAS”


De toda forma, estou mandando uma mensagem para a Presidente do CONBRASD (Conselho Nacional de Superdotação e informando que o endereço e telefone não conferem e pedindo ajuda para localização da Associação Gaucha e outros locais para orientação perto de onde você mora, ok ?).

“L. Estou mandando um e-mail para a ex-Presidente do CONBRASD, que é de Porto Alegre e é uma pessoa muito conceituada, a quem eu te recomendo. O nome dela é Susana Perez. Entre, vc tb, em contato com ela. Fale em meu nome. Eu já estou escrevendo para ela, contando, um pouco da sua história e veja se ela pode te atender ou te indicar alguém.

Depois, nos posicione, ok ?
(...)

“L. Mandei, também, e-mail para a Presidente do CONBRASD para que ela me responda sobre lugares e pessoas que possam te orientar e avaliar o seu filho, aí no RS, ok ? Assim que eles me responderem, eu te posiciono”.



Resolvi publicar estas trocas de mensagens, pois se que poderá ajudar muita gente, na mesma situação que a mãe que procurou por ajuda, através do meu blog e acredito que tenha conseguido uma luz, principalmente aos pais que moram no Rio Grande do Sul e já sabem a quem procurar !!!






Um comentário:

  1. OLha pessoal, sou o advovogado do Rio de Janeiro da Sra Ellen que conquistamos aquela vitória parcial ate o momento com o Colégio Nossa Senhora da Piedade. Estamos aqui com o intuito de ajudar no que for preciso, se é que nossa ajuda será benvinda. nosso numero (21)7455353, 25639050, 9037 e 9028, ivaniluiz@yahoo.com.br

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