Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Como o filho de vocês encaram a superdotação deles ?

Minha filha, hoje, já tem uma clara percepção sobre a sua superdotação e a encara com uma certa naturalidade. Sabe que é muito inteligente, e que tem mais facilidade em aprender, que as demais crianças de sua série, mas, por outro lado é super humilde e esforçada. Não se acomodou, no sentido de não estudar ou de não fazer lição, só porque é boa aluna ou tem facilidade. Sabe que assimila os conhecimentos de uma forma diferente e sabe que isto é um dom. Mas, eu nunca a vi ela se referindo a ela mesma como superdotada. Na verdade, ela nem faz questão de nos demonstrar que é inteligente. Percebemos pelas notas dela e pelas conversas do dia a dia. Ela faz mais o estilo "low profile".

Meus dois filhos sabem que eu tenho um blog e que participo de uma comunidade no Orkut chamada "Pais de Superdotado" e sabem do que ele se trata. Sabem que eu fui à Curitiba, num congresso sobre superdotação.

Minha filha gosta de ver as estatísticas do meu blog e o número de visitantes e o lugar de onde eles provêm. Mas, não tem interesse em ler meus artigos. Se ela encontra alguma coisa relacionada à superdotação, em algo que ela lê, ela me traz para postar no blog.

Meu filho não tem interesse pelo blog e sabe que é superdotado. Mas, sinto que ele ainda não entendeu direito o que isto quer dizer e qual é a implicação que isto tem na vida dele.

Ele sabe que tem uma memória fabulosa e que pulou de ano, porque já sabia o conteúdo da série anterior. Mas, acho que ainda se sente confuso com a concepção da palavra. Ontem, veio me contar que um coleguinha perguntou se ele era superdotado e ele respondeu que sim, mas senti que ele não estava muito certo do que isto queria dizer.. Então, eu expliquei que ele tinha muita facilidade em aprender.

Não quis ficar evidenciando a questão da inteligência superior, porque tenho receio de como ele pode receber esta informação e reagir perante os colegas. Mas, ele sabe que a superdotação tem a ver com uma inteligência superior, sim.

Lancei esta pergunta para a comunidade e tive algumas respostas abaixo copiadas :

A Marta da comunidade disse : "No meu caso, as coisas são colocadas da seguinte forma : O meu filho sabe que alguma coisa o diferencia, mas ele não se interessa por isso. Talvez por que algum tempo atrás ele tinha outras coisas para se preocupar como : sua insegurança e timidez (que hoje completetamente ultrapassadas, graças a Deus). Então, aos seus olhos sua superdotação nunca lhe deu muitas vantagens práticas rs... Agora está aprendendo a lidar com a sua mega sensibilidade e perfeccionismo ; então para ele sua vantagem intelectual está em segundo plano".

Outra participante disse : "Apesar de não ser diagnosticado, ele sabe que tem uma facilidade em memorizar e percepção muito grande das coisas em sua volta.

Logo no início eu temi em contar a ele sobre sua "diferença" em relação aos coleguinhas, porque alguns não queriam brincar com ele, alguns tratavam ele com menosprezo. Foi então que eu decidi explicar a ele. Acho que não expliquei muito bem e acabou piorando a situação, foi quando ele disse aos colegas que ele era o mais inteligente porque sabia ler e ninguém mais sabia, o ar de prepotência começou a piorar tudo.

Depois de algumas visitas ao CAP notou-se essa "superioridade" e estamos trabalhando. Já está conseguindo brincar com os amigos sem falar tanto dos seus interesses, e os colegas se sentem mais à vontade em ficar com ele.

Fiquei muito feliz ontem que uma amiga me contou que disse a ele: Luca você é muito inteligente, sabia? e ele respondeu: - Eu sou uma criança igual a outra qualquer, só consigo aprender mais rápido um pouquinho. São sinais de mais uma conquista".

O Jair, por sua vez disse que : " Bom, o C. foi tendo uma consciência gradual dessa coisa de superdotação. Como ele vai a ACERTA desde os 6 anos (agora ele está com 8), a palavra apareceu cedo para ele. No começo, eu acho que ele tinha duas percepções diferentes : uma, a de ser diferente, de não se encaixar; e a outra, a de ser mais inteligente que a maioria. E essas duas percepções se combinavam de forma complicada. Ele ia da arrogância de pensar que é mais inteligente que todo mundo e achar um absurdo as crianças não saberem determinadas coisas, até a frustração de não conseguir fazer muitas coisas que as outras crianças faziam e de não ser entendido por elas e de não entendê-las. E de fato, frequentemente ele era o "sem-noção". O garoto que não entende como os jogos lúdicos e sociais funcionam, e o como e o porquê das crianças estarem agindo assim ou assado. Nessa época, ele vivia com mais angústia essa identidade de superdotado, porque parecia algo que o afastava do convívio com as outras crianças e da "normalidade". Na escola, apesar de achar tedioso muito do que era ensinado, ele recusava tratamento diferenciado (como fazer trabalhos de pesquisa específicos ou resolver problemas de matemática ou ciências de séries mais avançadas) porque temia que isso o tornasse ainda mais diferente das outras crianças".

E vocês ... Como seus filhos percebem a sua superdotação e como reagem diante dela ?

Um comentário:

  1. Como meu filho foi acelerado, achei importante ele saber o que estava acontecendo, então falei da facilidade e ritmo diferenciado que ele tem para aprender. Mas foram os próprios colegas que lhe fizeram a pergunta: você é superdotado? Como ele não sabia a palavra, eu lhe expliquei e percebo que ele se sente apenas diferente no ritmo da aprendizagem porque "pega"mais rápido.

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