Adorei o texto da Dra Christina Cupertino. Entendi o ponto de vista da autora, levantado no artigo de que a aceleração de série é a medida mais extrema a ser adotada, em caso de altas habilidades acadêmicas.
Contudo, infelizmente, a grande maioria das escolas brasileiras não possuí ou dá outra alternativa para a criança alto habilidosa acadêmica se desenvolver, dentro de suas habilidades, em sua sala de aula e série regular, sendo que, estando a criança emocionalmente bem, estável, uma das poucas alternativas que elas possuí de ser estimulada, no Brasil (a não ser que ela more no Paraná), ainda é a aceleração..
Infelizmente, quando a Autora cita que : “A questão da aceleração escolar, é importante que se diga de início, é pertinente apenas em sistemas escolares ainda baseados na concepção de um sujeito depositário virtual de um conhecimento já estabelecido, cujo representante é o professor”, ela está se referindo a grande maioria das escolas brasileiras, aonde o nosso ensino ainda é baseado na figura de um professor. Dificilmente, vamos encontrar outras modalidades de ensino, que não aquele centrado na figura única do professor, senhor da razão.
Por mais que a maioria das escolas brasileiras se considerem construtivistas, o que vemos, na prática é que não há uma organização escolar onde prevalece a inclusão dos diferentes ; não há agrupamentos por interesse e poucas são as escolas ou regiões que oferecem as salas de recursos, todas dirigidas à maximização do aproveitamento, entre outras coisas, dos ritmos diferentes de aprendizado e das habilidades específicas de cada aluno. Restando, mais uma vez, como única proposta pedagógica para atender e estimular os talentos acadêmicos daqueles alunos que estiverem em boas e estáveis condições emocionáveis, a aceleração de série.
Poderíamos, de acordo com o texto acima, considerar que o Brasil situa-se no segundo grupo elencado por Freeman, o dos “Países em desenvolvimento que centram seus currículo na demanda social“ ? Nesse sentido, nesses países, a experiência da criança de ter um desenvolvimento desigual é pouco levada em consideração, o que se encaixa no caso do Brasil....
A sugestão atribuída por Freeman para considerar em casos de aceleração (que ele cita a ser usado pela maioria dos países industrializados), eu achei ótima. Ele recomenda a aceleração quando :
• " Não há pressão para acelerar.
• O aluno está entre os 2% mais inteligentes da classe.
• O professor que vai receber o aluno sente-se bem com isso.
• Os pais sentem-se bem com isso.
• O aluno está adiantado nos conteúdos.
• O aluno é emocionalmente estável.
• O aluno entende o que está envolvido na aceleração.
• aluno quer ser promovido."
Eu já vi muitos casos em que há muita pressão, por parte dos pais, para a criança ser acelerada ; o professor que vai receber a criança não se sente bem com isto ; o aluno não é emocionalmente estável ; o aluno não tem certeza do quê está envolvido na aceleração e nem quer ser promovido..
Com relação à conduta adotada na Espanha, acerca da aceleração, achei engraçcado que eles a consideram como “caráter habitual" (como oposto ao caráter excepcional que tem hoje) nos casos de desinteresse por parte do aluno. Atento para os critérios, adotados no território espanhol:
"...
1. QI superior a 130;
2. Alta motivação para a aprendizagem;
3. Habilidades sociais e maturidade emocional adequadas;
4. Maturidade das funções aquisitivas e integradoras da aprendizagem (aptidão visomotora, maturidade perceptiva, memória visual, rapidez associativa, etc.) pelo menos no nível médio da série à qual o aluno se incorpora;
5. Aptidões escolares elevadas, pelo menos no nível médio da série à qual o aluno se incorpora;
6. Aprendizagem instrumental, pelo menos no nível médio da série à qual o aluno se incorpora;
7. Elevadas funções de raciocínio."
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