Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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sexta-feira, 24 de março de 2023

O que você acha do fato da escola usar um aluno precoce como professor "auxiliar" em sala de aula? Leia o artigo que escrevi, para saber o que penso a respeito.


 O que você acha da estratégia que algumas escolas adotam com os alunos precoces ou superdotados na educação infantil, achando que o estão incentivando colocando-o como professor auxiliar da classe e dos colegas?


A ideia de usar alunos precoces, com altas habilidades ou superdotação já alfabetizados como "professores auxiliares", em sala de aula, não me parece uma boa estratégia (aliás nem a considero como estratégia) de atendimento educacional especializado para estes alunos, pois, além de expor estes alunos perante os seus colegas de sala de aula, colocando-os ainda mais em evidência (o que pode desencadear um sentimento de invenja ou antipatia pelos demais alunos da sala), isso pode causar um distanciamento do aluno com AH/SD de seus demais colegas.
Isto é uma maneira prática e simples que a escola encontra e acha que assim está ajudando o aluno com facilidade de aprendizagem e que destaca na classe e de se "livrar" do trabalho verdadeiro, que ela (escola) tem que realizar, que é o de elaborar para este aluno um PEI (Plano de Estudos Individualizado) e ou um enriquecimento curricular para este aluno, ou a depender do caso, acelerá-lo de série.

Mas, aconselho que, se o aluno que apresenta precocidade em relação aos demais alunos, na educação infantil e se recusa a fazer determinadas tarefas ou a ir para a escola, se faz necessário investigar as causas desta recusa, através de uma Avaliação Neuropsicológica. Algumas destas resistências oferecidas pelo aluno podem também ser decorrentes de alguma eventual dupla excepcionalidade não identificada (como o TEA ou o TDAH) e não somente de altas habilidades ou uma superdotação não atendida. Então, é preciso que a escola e os pais saibam se o que está incomodando o aluno é decorrente de dificuldades e prejuizos que uma dupla excepcionalidade traz (e só terão esta resposta através de uma investigação aonde a avaliação neuropsicólogica se faz imprescindível), como por exemplo, dificuldades na adaptação e na comunicação social; recusa em fazer aquilo que não gosta ou de altas habilidades ou superdotação. E, lembremos que pintar, colorir e brincar de massinha são habilidades que trabalham a motricidade grossa e fina e as habilidades sócio emocionais, psicopedagógicas e lúdicas, que são tão importantes quanto saber ler, escrever e fazer contas, antes da idade prevista. Trabalhar as habilidades sócio emocionais, o lidar com a frustração, o fazer aquilo que não se gosta também são habilidades importantes que devem ser trabalhadas, desde a educação infantil para que o aluno precoce, superdotado ou com a dupla excepcionalidade tenha um desenvolvimento global mais harmônico, para evitar que ele tenha prejuízos acadêmicos, profissionais e pessoais, futuramente.

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