Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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segunda-feira, 1 de abril de 2019

Colégios e Universidades fazem parceria para aulas optativas no ensino médio


Achei muito bacana esta iniciativa destas escolas citadas na reportagem.

Colégios e Universidades fazem parceria para aulas optativas no ensino médio

Com metodologia parecida à da graduação, disciplinas extras funcionam como um primeiro contato com o ensino superior

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https://www.google.com/amp/s/educacao.estadao.com.br/noticias/geral,colegios-e-universidades-fazem-parceria-para-aulas-optativas-no-ensino-medio,70002774824.amp

Júlia Marques - O Estado de S.Paulo
SÃO PAULO - Papel e caneta na mão, Leonardo Queiroz faz desenhos de rins, pulmões e coração com detalhes que surpreendem até o professor. Aos 16 anos, ele nem pegou o canudo do ensino médio, mas já visitou a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. No laboratório da USP, em meio a cadáveres para estudo, encontrou a própria vocação. “Na hora fiquei até nervoso. Sempre quis estar lá”, diz ele, que sonha com a Medicina. 

Gustavo Campos fez curso sobre motores a combustão durante o ensino médioAluno do 2º ano do Colégio Dante Alighieri, na região central de São Paulo, Leonardo tem as aulas de sempre – Português, Matemática, Geografia – e também a chance de se aprofundar nos estudos de Anatomia com professores que vêm direto da USP. Como o Dante, outros colégios particulares da capital já fecham parcerias com universidades para oferecer matérias conectadas com as carreiras a estudantes de ensino médio.
Com metodologia parecida à da graduação, as disciplinas em parceria funcionam como um spoiler (adiantamento) do que os alunos vão encontrar lá na frente. Para os colégios, são uma forma de ampliar o cardápio aos estudantes, facilitar as escolhas e prepará-los para os novos desafios. E, para as universidades, uma possibilidade de “vender o próprio peixe” aos futuros universitários.
“Escolher a carreira aos 17 anos sem repertório pode não ser muito adequado”, diz a diretora pedagógica do Dante, Valdenice Minatel. Em meio às discussões sobre um ensino médio mais flexível, o colégio abriu há dois anos uma lista de disciplinas opcionais. Entre elas, agora, surgiram matérias ensinadas por professores de faculdades como a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e a USP. 
Aluna do Dante, Clarice Villari, de 17 anos, fez uma salada mista para descobrir a vocação. Cursou disciplinas nas áreas de Ciências e Exatas e estudou, durante um semestre no ano passado, Jornalismo com professores da ESPM que iam à escola toda semana. No fim, percebeu que a área não fazia seu estilo. “Descobri que tinha uma parte que não conseguiria fazer. Tivemos de escrever uma reportagem, entrevistar, apresentar... Eu ficava nervosa. Sou muito tímida.”
Leonardo Queiroz fez curso de Anatomia na USP durante o ensino médio
Leonardo Queiroz fez curso de Anatomia na USP durante o ensino médio Foto: Werther Santana/Estadão
O contrário aconteceu com Gustavo Campos, de 18 anos. Quando o Colégio Bandeirantes, na zona sul, abriu uma aula extra sobre motores a combustão, ele se animou. Com um manual na mão e ferramentas como chaves de fenda, Gustavo e os colegas tinham o desafio de criar os próprios equipamentos. Tudo sob a supervisão de professores do colégio e do Instituto Mauá de Tecnologia, uma escola de ensino superior.
“Eles têm a oportunidade de estar em contato com professores, conhecem as instituições, o currículo”, diz o professor Renato Villar, do Bandeirantes. Depois de visitar os laboratórios da Mauá, Gustavo voltou aos carrinhos de corrida da universidade – desta vez para ficar. “A aula no curso extra é o que estou tendo agora na graduação. Os professores falam que temos de ir atrás de tudo o que precisamos. Não é mastigado”, diz o aluno, que acabou de ingressar em Engenharia. 

Cursos extras também são opção para incrementar currículo

No Bandeirantes, além da parceria com a Mauá, todo o currículo de uma das disciplinas obrigatórias do 3º ano do ensino médio foi desenhado neste ano em conjunto com o Insper. “Queremos oferecer para alunos metodologias, práticas e atividades que dialoguem com a universidade”, diz Mariana Lorenzin, coordenadora de Ciências e Steam do Bandeirantes. 
Nas aulas de Steam (sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática), os estudantes escolhem um tema desafiador, como aquecimento global ou energia limpa, e têm de “prototipar” (planejar) soluções. Esse tipo de tarefa já faz parte de vestibulares modernos, como o do próprio Insper.
“Vemos mudanças em vários exames de seleção. E, além disso, o aluno precisa ter autonomia, certas competências e habilidades para que esse trajeto na universidade leve a uma carreira de sucesso. Queremos que a transição seja mais fácil”, diz Mariana. 
No Colégio Visconde de Porto Seguro, é também a chance de incrementar o currículo que atrai os estudantes para os cursos extras em parceria com as universidades. Neste ano, a escola oferece três disciplinas com a ESPM, a USP e a Belas Artes. Como estão fora da grade curricular obrigatória, as matérias são pagas à parte. “Todo o percurso formativo fica registrado. Isso cria um currículo principalmente para ingresso nas faculdades no exterior. Lá, a primeira coisa que perguntam é o que você fez além do que era obrigatório”, diz Lisie De Lucca, coordenadora institucional de Cultura e responsável pelos cursos extracurriculares do Porto Seguro.
“Tínhamos mais responsabilidades e éramos colocados em situações-problema”, conta o aluno do 2º ano do ensino médio do Porto Seguro Rafael Crivelaro, de 15 anos. O curso que fez, de Engenharia e Inovação, em parceria com a Escola Politécnica da USP, o ajudou a acalmar as dúvidas sobre a carreira. “Sou apaixonado por Biologia e Exatas. Foi no curso que percebi que era Engenharia o que eu queria e tive mais noção do que poderia fazer dentro da área.”

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