Extraído do site: http://maadu.com.br/ja-pensou-em-acelerar-a-serie-do-seu-filho/
A aceleração escolar para crianças superdotadas é garantida por lei e defendida por muitos especialistas. Mas ainda há dúvidas sobre os efeitos emocionais desse processo. Na dúvida, lembre-se que o importante é garantir uma infância feliz ao seu filho.
A ideia de que crianças das variadas idades devem se adequar as turmas de acordo com o nível de conhecimento, ou idade cognitiva, tem conquistado espaço nas escolas brasileiras. Mesmo que aceleração escolar ainda seja um tabu para alguns colégios, instituições começam a reconhecer alunos com altas habilidades e a oferecer aos pais a opção de acelerá-los. Especialistas pelo mundo defendem esse processo como forma de estimular as crianças e colocá-las ao lado de alunos com capacidade semelhante. O problema é que para algumas crianças, essa espécie de “adaptação cognitiva” significa conviver com colegas dois, três anos mais velhos. E mesmo que na infância essas diferenças não apareçam, na adolescência, pode ser um abismo de interesses e amadurecimento. Mesmo assim, há dezenas de especialistas que defendem o método.
Referência no assunto, o autor do Tratado sobre Aceleração de série:”Uma Nacion Engañada”, o Dr. Nicholas Colangelo, é taxativo ao afirmar que “para alunos brilhantes, a aceleração tem efeitos benéficos a longo prazo, tanto acadêmicos como sociais”. Para ele, a preocupação com a parte emocional dessas crianças não se sustenta, porque as crianças superdotadas costumam ser mais maduras em termos sociais e emocionais que outras crianças da mesma idade.
No Brasil, uma advogada, mãe de duas crianças superdotadas, se tornou referência jurídica no assunto. Claudia Hakim é responsável por dezenas de ações movidas por pais que tentam acelerar crianças superdotadas ou garantir o direito à aceleração também nas universidades. Hakim também é uma defensora da aceleração escolar como forma de estímulo aos alunos superdotados. Ela comanda um grupo com mais de quatro mil pessoas no facebook voltado somente a discutir o assunto.
Nas escolas, entretanto, a aceleração ainda é feita com cautela. “A principal preocupação é com a parte emocional das crianças. O desenvolvimento cognitivo é um, mas o emocional nem sempre acompanha. A escola tem o dever de oferecer apoio e incentivo às crianças, sem precisar necessariamente força-la a conviver e adaptar-se em turmas de alunos bem mais velhos”, diz Rita Balota, pedagoga especializada em alfabetização.
Segundo a pedagoga, antes da decisão sobre acelerar uma criança, os pais devem avaliar quais os ganhos reais com o processo. Ela lembra que o avanço de série provocará a entrada na faculdade mais cedo e a convivência com pessoas que possuem interesses diversos. “É preciso, antes de tudo, pensar nas crianças. Pensar que elas serão pressionadas a decidir e a conviver com realidades que nem sempre serão as adequadas à sua idade”, ressalta Balota.
Na dúvida, os pais devem informar-se, ouvir especialistas, participar de discussões sobre o tema e avaliar como foi a experiência dos adultos de hoje que avançaram turmas no passado. Acelerar crianças com idade cognitiva superior é um direito garantido por lei. O grande desafio para os pais é equilibrar as altas habilidades e os talentos dos seus filhos com uma infância saudável e feliz. Afinal, é isso que importa para as crianças!
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