Matéria extraída do site Mulher Uol : http://mulher.uol.com.br/gravidez-e-filhos/noticias/redacao/2014/02/19/crianca-dispersa-e-deficit-de-atencao-sao-coisas-diferentes-entenda.htm
Para ter TDAH, é preciso que os sinais estejam presentes em mais de um ambiente, como casa e escola
Segundo definição da ABDA (Associação Brasileira do Déficit de
Atenção), o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) é um
transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e que
frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Também chamado de DDA
(Distúrbio do Déficit de Atenção), o problema é reconhecido pela OMS
(Organização Mundial da Saúde) e, ainda de acordo com a ABDA, atinge de 3% a 5%
das crianças no mundo todo.
O transtorno é real, mas não deve ser
confundido com uma desatenção característica de determinadas fases do
desenvolvimento infantil. Seu diagnóstico é complexo, envolvendo uma avaliação
clínica detalhada da criança nos vários ambientes que ela frequenta, como casa
e escola.
A seguir confira dez perguntas e
respostas sobre o transtorno.
1) O que é TDAH?
Segundo Guilherme Polanczyk,
professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, o
TDAH é um transtorno caracterizado por sintomas
intensos e frequentes de desatenção, hiperatividade, impulsividade, que não
são esperados para o momento do desenvolvimento em que a criança se encontra.
2) Em qual fase da vida é
possível diagnosticar uma criança com o transtorno?
"Em geral, até os cinco anos, é
normal que a criança seja mais inquieta e não consiga se concentrar em uma
mesma atividade por muito tempo. Portanto, o TDAH é mais diagnosticado a partir
dos seis ou sete anos, quando se inicia o processo de alfabetização",
afirma Maria Conceição do Rosário, professora-adjunta do Departamento de
Psiquiatria da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). "É preciso
tomar muito cuidado para não taxar de hiperativa uma criança que, na verdade,
está apenas em uma fase mais agitada."
Apesar de poder ser diagnosticado em
idade escolar, o TDAH não está relacionado apenas com a escola.
"Muitos associam, mas essa é uma visão equivocada. Diversos estudos
mostram que o transtorno é causa de acidentes domésticos e pode aparecer em
ambientes recreativos. Ele provoca estresse no convívio familiar e prejuízo na
interação com amigos", diz Polanczyk.
3) Qual é o melhor profissional
para tratar o transtorno?
Para Míriam Ribeiro de Faria Silveira, membro do Departamento do
Comportamento e Desenvolvimento da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), o
médico pediatra tem um papel muito importante no tratamento por ser quem mais
conhece e acompanha o desenvolvimento da criança. É ele quem deve encaminhá-la
para um profissional especializado na área de psiquiatria e/ou neurologia.
4) Como é feito o diagnóstico
de TDAH?
"Não existe nenhum exame para
detectar o TDAH. O diagnóstico é feito
por avaliação clínica bem detalhada, que demanda tempo, pois exige entrevistas
com a criança, os pais, além de coleta de informações sobre o comportamento na
escola e com os amigos", declara Maria do Rosário, da Unifesp.
Para Polanczyk, da USP, eventualmente, são feitos testes
complementares, como avaliação neurológica e psicopedagógica.
5) Quais sintomas uma criança
que tem TDAH apresenta?
Segundo Polanczyk, os principais
sintomas são: dificuldade em permanecer
atento a uma tarefa e de esperar, desorganização e inquietação demasiada.
Os especialistas lembram que, para ter TDAH, é preciso que esses
sinais estejam presentes em mais de um
ambiente (em casa e na escola, por exemplo) e estejam acontecendo há mais de seis meses.
DICAS PARA AUXILIAR O TRATAMENTO:
Estudo:
- Na escola, a criança pode se concentrar melhor na aula
sentando na primeira fileira e longe da janela;
- Aulas de apoio com atenção individualizada para melhorar o
desempenho são bem-vindas;
- Reservar um espaço arejado e iluminado para a realização das
lições de casa.
Em casa:
- Pais devem ter sempre um tempo disponível para interagir com a
criança;
- Recompensar o bom desempenho e reforçar as qualidades;
- Não estabelecer comparações entre os filhos;
- Não sobrecarregar com excesso de atividades extracurriculares;
- Manter o ambiente doméstico harmônico e organizado.
Fonte: ABDA (Associação Brasileira do
Déficit de Atenção) e Maria Conceição do Rosário (Unifesp)
Nenhum comentário:
Postar um comentário