Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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segunda-feira, 16 de junho de 2014

COMPORTAMENTOS DOS INDIVÍDUOS AFETADOS PELA SÍNDROME DE ASPERGER


 

O sinal clinica central é o déficit social, sem o qual o diagnóstico não deve ser feito. Há três modelos, a saber : Déficit em Interações Sociais, quando a pessoa “não faz questão” de se relacionar ; temos o Déficit de Habilidades Sociais, onde a pessoa quer interagir/relacionar com terceiros e possui estratégias insuficientes para conseguir ; e há indivíduos que utilizam a estratégia de “amigos ancoras”, onde conseguem um relacionamento no formato de amizade, mas, com poucas pessoas, e agem normalmente quando esse, poucos amigos estão presentes, mas, não conseguem uma interação razoável com grupos maiores e mais amplos, principalmente com pessoas desconhecidas. Interessante notar que as dificuldades de interação com pares se mantém a vida toda.

Há interesses extracurriculares específicos, restritos e mutantes, que ocorrem por períodos e que adquirem características obsessivas.

As dificuldades com o inesperado/novo são típicos. Então, a mudança inesperada de planos, mesmo os simples, como o não ir mais à casa da avó ou ao shopping, pode gerar uma tempestade emocional.

Sintomas obsessivos são comuns.

Devido a seu perfil comportamental e de comunicação, como obsessões rituais, dificuldades com o novo, inflexibilidade, déficit na pragmática, repetições de temas, dificuldade de acessar conceitos subjetivos do “mundo humano”, entre outros, a convivência com o indivíduo com Síndrome de Asperger sempre causa um esforço a mais para a convivência.

Apesar de tudo, é importante frisar que as pessoas afetadas pela Síndrome de Asperger não estão em desvantagem em tudo, comparativamente aos neurotípicos : há habilidades “fantásticas” como memória absoluta, GPS interno, hiperfoco nas atividades de interesse, inteligência privilegiada, entre outras características. Se avaliarmos as invenções que mudaram a civilização ocidental nos últimos séculos, poderemos constatar que ninguém era neurotípico e que, possivelmente, a maioria tinha SA.

Hoje, raramente crianças com menos de 7 anos já têm suspeita de S. Asperger encaminhadas já com a hipótese, ou realizada pelo Autor, durante a consulta. Idem às mulheres. Elas são encaminhadas, principalmente por dois motivos : comportamentos fora do padrão, incluso déficit na interação intrapessoal e “problemas” na escola, que podem ser de notas ou de comportamento : bizarrices como ficar deitado no chão da sala, fazer comentários inadequados, em momentos descontextualizados, oposição em realizar as tarefas, que não quer, sem se importar com as consequências, desafio aos profissionais da escola, não conseguir se proteger do “bullying”, etc.


Estes trechos foram extraídos do livro “Fonte : Síndrome de Asperger e outros Transtornos do Espectro do Autismo de Alto Funcionamento : da avaliação ao tratamento”, Autor : Walter Camargos Jr. E colaboradores. Editora ArteSÁ, Belo Horizonte – 2013, que eu mais do que recomendo. O livro é muito bom e esclarecedor e contém muito mais informações, dicas de livros sobre a Síndrome de Asperger em meninas, orientações, esclarecimentos. Vale à pena comprá-lo !


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