AS
DIFICULDADES ESCOLARES DE UMA CRIANÇA COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Os alunos com transtorno
do espectro autista, muitas vezes, apresenta dificuldades na adaptação a escola
e no rendimento escolar que podem ser solucionadas com modificações simples no
dia a dia escolar. Entre estas situações notamos com frequência os seguintes
aspectos:
- Os alunos com
transtorno do espectro autista podem ter dificuldades escolares devido aos
problemas com a previsibilidade. Muitas vezes, não querem entrar na escola ou
na sala de aula pois não sabem o que vai acontecer lá;
- Um quadro de rotinas,
fazer caminhos com os pés desenhados no chão e deixar que o aluno o leve pela
mão pode diminuir a ansiedade e ajudar na entrada e permanência na escola;
- Para a socialização,
monte quebra cabeças em grupo auxiliando o aluno a interagir, brinque com ele
em uma piscina de bolinhas, realize a pintura de murais em grupo escolhendo as
cores com o aluno mas não faça ele interagir com muitas pessoas ao mesmo tempo;
- Se a criança costuma
morder e beliscar devemos sair do campo visual dela. Se você conter o tempo
todo sem ensinar que aquilo não está correto, ela nunc vai aprender. Dê o
prompt (bloqueie) e solte até ela entender que não deve fazer. Conduza e não
fale;
- Para ela identificar
só será possível se ela reconhecer. Só reconhecemos o que conhecemos. Tem que
haver uma correspondência, um significado. A nomeação de objetos não acontece
apenas por palavras. Ela também ocorre por sons e gestos;
- Para realizar atividades
de pareamento, comece com objetos, depois com objetos e figuras, depois figuras
com figura para depois chegarmos na fala e figura. Com atividades de pareamento
ele vai entender o igual e diferente;
- Um bom planejamento
escolar deve trabalhar a parte espacial (espaço físico), a temporal
(calendário), a figura fundo (discriminação), a ordem sequencial (iniciando com
o xerox de quebra cabeças embaixo para colar fundo ou um cofre no fim para
encerrar uma contagem);
- Uma das maiores
dificuldades que encontramos é com o rabisco pois estamos lidando com uma
criança com déficit imaginativo. Se deixar ele rabiscar ele vai rabiscar para
sempre. Uma criança típica tem a intenção de desenhar e com o autista isto não
acontece. Ele tem dificuldades em projetar no desenho as suas intenções e
emoções;
- Desta forma, o desenho
acaba sendo uma produção motora sem intenção. Quando ele desenha bem, desenha
sempre a mesma coisa. Temos que ensinar ele a desenhar optando por desenhos com
instrução onde colocamos uma dica embaixo e ajudando com a mão. Ajudar é melhor
do que deixar ele rabiscar sem sentido;
- O escrever o seu nome,
para muitos autistas, é complicado. Inicialmente, ele tem que reconhecer o seu
nome nas coisas. Ele pode iniciar a escrita em cima de um estímulo amarelo pois
estimula o aluno pois ele percebe que está escrevendo sozinho;
- A própria
socialização é complicada pois o autista demora a perceber os movimentos das
outras crianças pois elas são rápidas e os adultos são mais lentos. Com isto, a
socialização com os adultos é mais fácil do que com as crianças;
- Podemos iniciar esta
socialização colocando ele próximo a outros alunos, depois perto de um, com
dois e ir aumentando gradativamente. Outra atitude boa é pedir que ele entregue
agendas e materiais para os colegas, auxiliando a professora, pois promove a
socialização sem pressão e ajuda no reconhecimento do ambiente escolar;
- Para estimular a
propriocepção, geralmente prejudicada no autismo, podemos utilizar atividades
com tintas na mão, massagem profunda, escovar os dentes com escova elétrica,
saco de arroz quente, atividades com movimentos em uma bola, mordedores para
evitar a autoagressão, shorts e blusas apertadas, caminhar com mochilas nas
rodas (mochilas de empurrar não são adequadas para autista) e o peso nas costas
ajuda a não deixar que o aluno ande na ponta dos pés.
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