Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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domingo, 6 de abril de 2014

Professores não percebem diferenças entre alunos, aponta pesquisa da USP

Fonte : http://educacao.uol.com.br/noticias/2014/04/09/professores-nao-conseguem-perceber-diferenca-entre-alunos-aponta-pesquisa.htm


Fernando Pivetti

Da Agência USP
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Dentro do contexto escolar, os professores têm dificuldades de enxergar as diferenças existentes entre os alunos em uma sala de aula. Uma pesquisa da FE (Faculdade de Educação) da USP (Universidade de São Paulo) aponta que a maioria dos educadores não conseguem desenvolver projetos de ensino eficientes e que contemplem  a todos os estudantes devido à falta de métodos de aprendizado e recursos pedagógicos.

Cerca de 60% das professoras caracterizaram a heterogeneidade dos alunos apenas enquanto diferenças nos níveis de aprendizado apresentados por eles. Outros 24% focaram as diferenças a partir das deficiências dos alunos, como transtornos de atenção, hiperatividade e outros casos, com ênfase nos aspectos negativos que esses comportamentos trazem para a sala de aula.

Apenas 16% das professoras que participaram do estudo justificavam a classe heterogênea a partir das diferenças de personalidade, de história e de vivência das crianças, observando com naturalidade as riquezas desse fenômeno.

No estudo feito por Miriam Brito Guimarães foram entrevistadas 31 professoras da rede pública de ensino, e que trabalham com os anos iniciais da alfabetização de crianças. As educadoras trabalham em três escolas da periferia da cidade de São Paulo. Segundo a pesquisadora, a escolha da periferia leva em consideração o grande impacto do professor em promover a educação dentro das classes mais pobres. "Nesse meio, as escolas têm grande potencial de transformação das pessoas."

As entrevistas realizadas com as professoras eram escritas e utilizavam dois contextos. O primeiro buscava realizar um levantamento sobre como o professor enxergava a sua própria sala de aula, e o outro contexto buscava promover um debate sobre um caso de heterogeneidade dentro de uma classe e a maneira como o professor lida com essa demanda.

Na segunda etapa do estudo, as professoras participantes avaliaram um contexto de sala aula em que os alunos possuíam diferentes origens, religiosidades e gêneros. "É interessante notar que, nesse momento, as professoras identificavam a real heterogeneidade entre os alunos e reconheciam, no exemplo dado, a sua turma", aponta Miriam.

Confira experiências inspiradoras de professores em escolas de todo o país15 fotos

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Para melhorar a comunicação entre entre crianças e deficientes visuais e auditivos, a professora Sara Rufino Mazzei criou o projeto de educação inclusiva "Leitura por todos os sentidos". O objetivo do projeto é ensinar braille e libras (Língua Brasileira de Sinais) para alunos do ensino fundamental da Escola Municipal Professora Silvia Regina Schiavon Marasca, em Itanhaém (a 114 km de São Paulo). Na foto, a funcionária Daniele Cristina de Ponte é deficiente auditiva e conversa com os alunos por linguagem de sinais. As crianças pedem para ir ao banheiro e tomar água apenas usando os sinaisLeia mais Katia Doenz/Prefeitura Municipal de Itanhaém/Divulgação

 

Dificuldades e estratégias

 

As análises realizadas pelos participantes apontaram que a principal dificuldade dos professores frente às diferenças dos alunos é a carência de recursos pedagógicos, revelando uma formação profissional que não os prepara para esse contexto. Entretanto, a pesquisadora ressalta que um aspecto positivo é a visão de apoio que os professores possuem da coordenação e direção das escolas. "A escola, enquanto coordenação, é vista pelos professores como recurso de apoio, e não apenas como fonte de cobrança pelo seu trabalho".

Miriam afirma que a carência identificada pelos professores serve de alerta para a avaliação das estratégias de ensino dentro da sala de aula. "É necessário utilizar hoje outras habilidades, para atender diferentes demandas. Uma única forma de trabalhar com a classe gera um processo de exclusão".

Para ela, o déficit de recursos advém da formação dos próprios professores, e a melhoria nesse ponto, como cursos de especialização, não é vista como alternativa pelos profissionais. "Na academia, a heterogeneidade também se aplica. Se a gente entende que um grupo de professores é heterogêneo, é preciso considerar essas diferenças durante a formação deles e ouvir suas necessidades", completa.


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