Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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segunda-feira, 31 de março de 2014

O descobrir de uma habilidade especial no Paraná (superdotados do Paraná)


O descobrir de uma habilidade especial


Em Pinhais, alunos com altas habilidades/superdotação recebem atendimento educacional especializado

“Estava pintando e pensei: - Se eu usasse um pincel giratório, iria terminar mais rápido e seria mais fácil”. Depois da constatação veio a ideia: “Posso usar um escova de dente elétrica”. Este pequeno relato traduz a habilidade do pequeno Fábio dos Santos Reszko Júnior, de oito anos, aluno da Sala de Recurso Multifuncional de Pinhais, com altas habilidades/superdotação. Assim como ele outras crianças, entre 5 e 10 anos de idade, são acompanhadas e recebem Atendimento Educacional Especializado (AEE), nas dependências do CADS Helen Keller. O objetivo do acompanhamento, entre outras coisas, é buscar a inclusão destas crianças, que neste caso, possuem uma facilidade de aprendizagem além da média.


Ao lado de Fábio, seus colegas falavam se suas invenções, experiências químicas, pesquisas, descobertas. A vontade de conhecer e entender eram evidentes entre aquelas crianças, mesmo assim não perdiam a inocência natural à idade. Falantes e curiosas, alguns mais tímidos, todos questionavam e participavam. Realmente surpreendem. Entre eles há os que aprenderam a ler com dois anos de idade. Para se ter uma ideia, a pequena Lindsay Moura, de 5 anos possui conhecimento acadêmico comparado à uma criança de 8 anos de idade. 


O que são as altas habilidades/superdotação?

São habilidades desenvolvidas acima da média dos demais, normalmente possuem destaque em uma determinada área, para qual terão um potencial de aprendizagem. Raquel explica que autores elencam algumas inteligências, como a naturalística, a linguística, a sinestésica, a musical.  “Outros teóricos destacam como altas habilidades, a própria criatividade, por isso não é possível afirmar que as altas habilidades são desta ou daquela forma”, pondera. 

A educadora destaca como características comuns a curiosidade; flexibilidade de pensamento; senso crítico; gosto pelo desafio; leitura voraz não uma leitura mecânica, mas sim uma leitura com compreensão. Além disso, não gostam de rotina e buscam por desafio.


“Considero que é um potencial valoroso para a sociedade, quando dei o exemplo da criança que está solucionando problemas encontrados durante as atividades, certamente, ela irá transpor isso para sua vida e de outras pessoas”, opina a professora da sala de recurso multifuncional e que acompanha os alunos com altas habilidades/superdotação, Raquel Simas


O processo de aprendizagem
  
Mas porque falar de inclusão para alunos que não possuem dificuldades? “Eles também precisam ser incluídos, já que se destacam de uma forma acima da média em relação aos demais, o que por diversas maneiras pode afastá-los dos colegas”, explica Raquel. “Assim como nós respeitamos e desenvolvemos um trabalho com os alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem, as facilidades também precisam ser percebidas. É um processo de inclusão”, reitera.

A educadora ressalta que o trabalho realizado por eles é um complemento ao ensino regular, portanto os professores desempenham um papel fundamental neste processo. “Enquanto mediador ele pode facilitar esta relação, para evitar bulling, por exemplo, também impedindo que a criança se sinta deslocada dentro do grupo. Questões que podem influenciar nas questões comportamentais, se perdendo a oportunidade de potencializar o que ela tem de bom”, acrescenta Raquel.

Buscando unir a escola, periodicamente são realizadas reuniões com os professores visando orientá-los para que coloquem a alta habilidade em uma evidência positiva, valorizando a criança naquilo que ela traz de melhor. “Nós orientamos o professor para que trabalhe um conteúdo diversificado, estimule a socialização entre os alunos para que ele se sinta parte integrante daquele grupo”. Raquel afirma que a palavra chave é estimular, despertando a curiosidade e a criatividade. “Existe um desafio: nunca esquecer que eles são crianças, e a processo de maturidade, a vivência, são estágios que ele precisa passar”, salienta. 


A importância do acompanhamento
  
A coordenadora do CADS Helen Keller, Maria Luiza da Fonseca salienta que o atendimento especializado visa o enriquecimento curricular complementando o currículo da escola regular. “O objetivo é dar condições para o pleno desenvolvimento pessoal, para que encontrem desafios compatíveis com as suas capacidades. Neste sentido o profissional do AEE, também realiza o apoio à inclusão desse aluno, na escola comum, orientando os professores do ensino regular”, explica. 

Segundo Raquel não existe uma idade determinada para iniciar o acompanhamento. “Esta é uma conquista recente, em que as pesquisas apontam para a importância de ter uma atenção especial”. Para a educadora o município esta um passo a frente por ter a preocupação de olhar com respeito e prestar o atendimento. “Este é o reconhecimento de que todas as crianças devem ter seu desenvolvimento integral. Eu como pedagoga, profissional da educação há mais de 25 anos, acredito no potencial humano”, defende. 

Histórico municipal

O acompanhamento de educandos com altas habilidades/superdotação existe em Pinhais desde o ano de 2009, quando foi implantada a primeira Sala de Recurso Multifuncional no município. Ao ser constada a crescente demanda de crianças que foram avaliadas com hipótese diagnóstica de altas habilidades/superdotação, a partir de maio do ano de 2012, em parceria com a Escola Municipal Antônio Andrade, começou a funcionar nas dependências do CADS Helen Keller a sala de recurso multifuncional para educandos com Altas Habilidades/superdotação, como um projeto piloto. “Os alunos recebem atendimentos individuais ou em grupos, de acordo com a especificidade, habilidade, potencialidade e área de interesse da criança. Durante os atendimentos são exploradas diversas áreas do conhecimento”, explica Maria Luiza.

A identificação é feita nas escolas quando é reconhecida uma percepção mais aguçada, desenvoltura, fluência. Os professores então encaminham o aluno para a Gerência de Educação Especial e Inclusão Educacional de Pinhais, que faz o processo de avaliação para chegar a um diagnóstico de possível altas habilidades, e aluno passe a frequentar as aulas no CADS.


A família


Mensalmente são realizados encontros que reúnem a família destes alunos, já que desempenham um papel importante no processo de aprendizagem. “O intuito é de orientar os familiares na busca de alternativas para ajudar no desenvolvimento pleno dessas crianças”, complementa Maria Luiza. Estes são momentos para conversar e discutir sobre a educação dos filhos, e também para que sejam orientados de como podem buscar meios, recursos e experiências que facilitem e potencializem o desenvolvimento das capacidades e talento deles.

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