Conheça o dia a dia de uma participante do
programa
Como será o dia a dia de uma adolescente
superdotada? Sua vida social, estudos, cursos, e de que forma lida com o fato
de ter altas habilidades em comparação com outros colegas? Moradora do centro
do Rio de Janeiro, Rayane Proença é participante do Programa
Estrela Dalva há mais de dois anos e tira tudo isso de letra.
Aos 16 anos de idade, Rayane está no final da 8ª
série/9º ano do Colégio Pedro II – Unidade Centro, e quer ser violoncelista ou
médica reconhecida internacionalmente. Conversamos com a estudante sobre a
correria das atividades que ela faz questão de realizar diariamente, seu amor e
interesse pela música, e a importância que o Programa Estrela Dalva tem em sua
vida.
Instituto Brookfield: Como você se sente sendo
superdotada?
Rayane: Normal, semelhante aos outros. Todo mundo tem suas diferenças, e
essa é uma delas. Por exemplo: uns usam óculos, outros não; uns são
homossexuais, outros não; as diferenças estão presentes em tudo!
Instituto Brookfield: Conte-nos as atividades
que você realiza atualmente.
Rayane: Faço aulas de violoncelo em três lugares, aulas de balé clássico, dança do ventre e dança espanhola (flamenco), aulas de inglês e francês, e estou sempre lendo e tocando vários instrumentos musicais. No caso da flauta doce, aprendi com meu irmão e logo passei a fazer aulas. Toco teclado também. Meu vizinho me deu um teclado no Natal e, com o auxílio da minha flauta, aprendi a tocar sem nunca ter feito aula.
Instituto Brookfield: Por qual motivo você faz
tantas coisas ao mesmo tempo?
Rayane: Em primeiro lugar, porque sou muito ansiosa e hiperativa. Em
segundo, não consigo desapegar das atividades que amo tanto e com as quais já
estou tão habituada. Comecei a ser assim aos três ou quatro anos de idade. Por
ter um sério problema na forma dos meus pés e pernas, os médicos recomendaram
que eu fizesse aulas de balé clássico. Chegando lá, havia aulas de outras
danças também, e fui fazendo todas as atividades que apareciam. Os
conhecimentos, as amizades, os desafios eram tão diversos que eu me encantava e
me empolgava em avançar nas etapas. Quando paro, sofro muito, mas logo consigo
repor os buracos da minha agenda. Pretendo continuar assim enquanto houver
oportunidade.
Instituto Brookfield: Você sente muita diferença
de aprendizado em relação aos seus amigos da sua idade? Isso a prejudica ou
ajuda de alguma forma?
Rayane: Acho que não temos tantas diferenças. No meu colégio, por exemplo, os meus amigos são muito inteligentes e cultos. As diferenças existem, mas elas contribuem para reforçar nossa amizade, conversando sobre assuntos diversos e trocando conhecimentos.
Instituto Brookfield: Quais são os benefícios do
Programa Estrela Dalva para você? Ele tem e teve um papel importante para que
alcançasse seus objetivos?
Rayane: No Programa, eu tiro dúvidas escolares, faço novas amizades nas reuniões de fim de ano – onde me comunico com pessoas experientes em diversas áreas profissionais e, assim, posso saber mais sobre cada uma delas. O Programa Estrela Dalva é o maior responsável pelo que sou hoje. Graças a ele, estudo em um colégio de ótima qualidade. Esse colégio me permitiu conhecer a música mais a fundo, que hoje é o meu maior interesse, e até nisso o Programa Estrela Dalva me ajuda, me dando ingressos para o camarote do melhor teatro do Brasil. Assistir a tantos musicistas, especialmente violoncelistas, me inspira de uma forma que, cada vez que retorno ao Teatro Municipal, corro para tocar violoncelo. Fico horas ali treinando e pensando que um dia tocarei como eles, ou quem sabe até melhor.
Rayane. Foto: Arquivo pessoal.
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