Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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domingo, 14 de julho de 2013

Superdotados devem identificar habilidades cedo para o mercado

Superdotados devem identificar habilidades cedo para o mercado





Ex-aluno da rede pública, Jhonathan descobriu cedo a aptidão em linguagens: hoje, é bibliotecário do Ipea
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A imagem de um superdotado é cercada de mitos. A princípio, vem à mente um aluno nota 10, um adolescente que tem respostas para tudo e um adulto com fortes traços de genialidade. Por isso, enfrentar dificuldades no mercado de trabalho estaria fora de cogitação. Não é bem assim. Associar inteligência a sucesso profissional é natural, mas deve ser feito com ressalvas. O êxito de alguém com alta capacidade para determinada área depende de escolhas ao longo da vida. Além disso, o talento pode passar despercebido caso colegas, chefes e o próprio trabalhador não saibam lidar com a situação. O reconhecimento formal e precoce da superdotação também é essencial para o bom desempenho no mundo corporativo. Afinal, os números de pessoas identificadas no Brasil ainda está aquém das estimativas de superdotados existentes.



Embora eles encontrem espaço mais favorável no meio acadêmico (leia mais na página 2), usualmente aberto à criatividade e à inovação, há superdotados realizados profissionalmente no serviço público, na iniciativa privada ou atuando como empreendedores. “Ser bem-sucedido tem a ver com fazer a escolha certa. Para os superdotados, não é diferente. Ou seja, é necessário optar por uma carreira na qual seja possível colocar em prática as habilidades desenvolvidas desde a infância”, afirma a psicóloga Cristina Maria Carvalho Delou, que preside o Conselho Brasileiro para Superdotação (Conbrasd).



Foi assim com o brasiliense Jhonathan Divino Ferreira dos Santos, 23 anos, identificado como superdotado na área de linguagens ainda na época escolar, quando frequentava um colégio público em Taguatinga. Hoje, acumula os diplomas de graduação em biblioteconomia e especialização em tecnologia da informação, ambos pela Universidade de Brasília (UnB). Ele trabalhou durante seis meses na Escola das Nações antes de assumir o cargo de técnico de desenvolvimento e administração — especialidade biblioteconomia no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), onde está desde maio de 2009. Bem adaptado, diz que consegue usar seus conhecimentos no dia a dia profissional.



Jhonathan tem habilidades em outras áreas. Por isso, a rotina fora do serviço é agitada: faz dança, é catequista, canta em um coral e está concluindo um curso de francês. Já sabe espanhol e inglês. Não quer abrir mão do atual emprego, mas pretende fazer mestrado e doutorado. E esclarece: não tem pressa para definir o futuro profissional. “Sou novo, com apenas 23 anos, e isso não é uma competição. Tenho outras prioridades além do trabalho. Por exemplo, quero aprender a nadar”, comenta.



Sobre o potencial que possui, avisa: “Não tenho problema em contar, mas também não saio por aí falando. O que conquistei até hoje foi porque me dediquei, estudei”, pondera o rapaz. Cristina Delou defende que os colegas de trabalho devem saber quando há um superdotado por perto: “Não é questão de se mostrar, mas de facilitar o relacionamento. Você só fica bem em um meio quando os outros sabem quem você é. Além disso, devemos aprender a conviver com nossos talentos e nossas deficiências. Uma pessoa pode ser superdotada em uma área e ter dificuldades em outra”, afirma.



Justamente por isso, a nomenclatura para quem tem habilidades acima da média costuma causar polêmica. Isso porque, para alguns estudiosos, dizer que alguém é superdotado dá a falsa impressão de que se trata de um sabe-tudo. “Quem tem aptidões cognitivas pode ter dificuldades emotivas, por exemplo, e quem possui facilidades psicomotoras pode enfrentar problemas de memorização”, justifica a presidente do Conbrasd. Altas habilidades, alta capacidade ou habilidades especiais são sinônimos usados para a superdotação.



Maria Aparecida de Oliveira, professora de língua e literatura que acompanhou Jhonathan na sala de recursos (leia mais na página 3) do Centro Educacional Elefante Branco durante o ensino médio, sabe que diferenciar as aptidões das dificuldades demonstradas pelo aluno faz a diferença no futuro profissional. “O mercado de trabalho hoje quer saber de criatividade. Então, trabalhamos isso. Fica natural para o jovem porque a gente dá ênfase à área de interesse dele”, afirma.



Ambiente favorável



Para evitar que as deficiências se sobreponham às habilidades, além de escolher a ocupação compatível com a superdotação, é preciso estar em um ambiente profissional favorável — o que é difícil em algumas situações. “Ao contrário do que parece à primeira vista, superdotados podem apresentar uma dificuldade maior do que o normal para se inserir no mercado. Por possuírem uma visão mais abrangente das coisas, muitas vezes acabam não tendo suas opiniões aceitas pelo grupo”, opina Cristiane Fabian da Costa Cruz, presidente da Mensa Brasil, sociedade formada por pessoas de alto QI.



Além do mais, os processos seletivos nas empresas dão valor às habilidades de relacionamento em detrimento de outras, acredita Cristiane. “Não quero dizer que os superdotados sejam antissociais. O que ocorre é que a maioria deles tem pouca paciência para assuntos banais e prefere ficar longe de grupinhos em algumas situações, o que acaba sendo malvisto pelos participantes desses grupos”, analisa.



Diagnóstico além do QI



A conceituação mais aceita na atualidade é a do pesquisador norte-americano Joseph Renzulli. Segundo ele, o superdotado é quem apresenta um conjunto de três características bem definidas: habilidade acima da média, envolvimento com a tarefa e criatividade. O diagnóstico, normalmente, é feito durante o período escolar. Embora o teste de QI seja válido, não é o único instrumento considerado. Também são adotadas a observação em sala de aula e as indicações de professores, de familiares ou do próprio superdotado. Na rede pública de ensino, um psicólogo faz uma avaliação que pode durar até três meses. São usadas ferramentas da psicologia e da pedagogia, sempre com base na teoria de Renzulli.




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