Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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domingo, 28 de julho de 2013

Lidando com superdotados



Adriano Gosuen

 


Resolver problemas de matemática em um instante. Tocar música de ouvido. Que pai nunca fantasiou ver o filho desenvolver uma superhabilidade, que facilitasse seus caminhos pela vida? Pois, de vez em quando, isso acontece! E nas mais variadas classes sociais. Não há números precisos, mas, estima-se que cerca de 3% das crianças apresentam o que é chamado de “altas habilidades”.


Entretanto, nem tudo é alegria na vida de um superdotado e de sua família. Ser portador de altas habilidades é uma característica de poucos e pode causar estranhamento. Pais de superdotados relatam que o convívio na escola às vezes provoca irritação e inveja nos colegas. Sem falar nos pais dos colegas, que podem achar que a família da criança superdotada é arrogante ou que a estimula em excesso.


Por outro lado, a criança com altas habilidades pode se entediar facilmente com as rotinas escolares, apresentando, então, comportamento inadequado em sala. Também há a possibilidade de que ela venha a usar sua alta habilidade para atacar e humilhar os colegas. Por tudo isso, a escola precisa ter um cuidado especial com os estudantes que apresentam superdotação.


A primeira tarefa é observar continuamente o desenvolvimento das crianças. Não é incomum que algumas apresentem interesse mais focado em uma ou outra área da vida, desproporcional em relação às outras crianças, tais como aprender palavras novas ou conhecer mais sobre os bichos. Dado seu empenho e motivação, elas irão, consequentemente, apresentar maior desempenho nestas áreas.


Mas como diferenciar a criança que tem altas habilidades da que tem grande interesse por um tema? O uso de testes pode indicar certas competências, mas eles não devem ser vistos como o principal método de avaliação; tampouco, como diagnóstico taxativo. A principal avaliação se baseia em registros comparativos de desempenho da criança com suspeita de portar alta habilidade em relação às outras de sua idade. Quase sempre aquela com altas habilidades tem um desenvolvimento geral relativamente próximo das demais crianças, destoando fortemente em uma área específica.


Esta competência deve destoar claramente do que ocorre com as demais crianças de sua idade, podendo ser comparada com a competência de crianças mais velhas. Exemplo disso é a capacidade de entender conceitos matemáticos que não são próprios de sua idade ou aprender a ler quase sem ajuda de ninguém. A alta habilidade também pode aparecer na rapidez com que se aprende a tocar um instrumento musical ou a desenhar com destreza para além do que seria esperado em sua idade.


Como vimos, por ser diferente, a criança com alta habilidade pode vir a sofrer. Mais do que ter um diagnóstico conclusivo, o importante é que os que estão ao seu redor cuidem do bem-estar desta criança. Isso implica frequentar a escola regular, a fim de desenvolver as habilidades na qual sua competência é apenas regular. E realizar atividades complementares em sua área de alta competência: curso de línguas, artes plásticas ou treinamento esportivo. O importante é que as atividades complementares sejam instigantes e desafiadoras!


Para saber mais, consulte:

• “A Construção de Práticas Educacionais para Alunos com Altas Habilidades/Superdotação” – Documento do MEC para orientação às famílias e escolas. Em: http://bit.ly/12bX5ns


Nota do Editor: Adriano Gosuen é psicólogo escolar, especializado em saúde mental e direitos humanos pela Organização Mundial de Saúde (Índia), atuou na University of New Hampshire (EUA) e foi oficial de programa na African Network Campaign on Education for All (Senegal). É consultor do Ético Sistema de Ensino (www.sejaetico.com.br), da Editora Saraiva.



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